Carolina Simiema Do G1 GO
Thays e o namorado, Guilherme
(Foto: Reprodução/ Facebook)
(Foto: Reprodução/ Facebook)
Os pais da jovem que se queimou ao ser atingida
por uma bomba, em Anápolis, a 55 km de Goiânia, tiveram de deixar os empregos
para se dedicarem ao tratamento da filha. A jovem de 19 anos estava acompanhada
do namorado, Guilherme Almeida, de 20 anos, quando os
dois foram atingidos por uma bomba caseira jogada dentro do carro onde estavam em
uma avenida da cidade.
O caso aconteceu há um mês e, desde então, o
operador de máquinas José Bento Mendes e a esposa dele, Luciana Mendes, que
trabalhava como auxiliar de costura, largaram seus serviços. Sem a renda
familiar de cerca de R$ 1,5 mil, casal está sobrevivendo com ajuda da família e
de pessoas que se solidarizaram com o caso.
Em entrevista ao G1, José Bento diz que pensa em arrumar outro serviço quando a filha deixar o hospital, o que pode acontecer no início da próxima semana, mas a prioridade será cuidar deThays, que precisará de apoio dos pais, mesmo fora da unidade de saúde. O cirurgião plástico responsável pelo tratamento, Leonardo da Cunha, explicou que mesmo em casa, ela necessitará de cuidados especiais.
Decisão imediata
Em entrevista ao G1, José Bento diz que pensa em arrumar outro serviço quando a filha deixar o hospital, o que pode acontecer no início da próxima semana, mas a prioridade será cuidar deThays, que precisará de apoio dos pais, mesmo fora da unidade de saúde. O cirurgião plástico responsável pelo tratamento, Leonardo da Cunha, explicou que mesmo em casa, ela necessitará de cuidados especiais.
Decisão imediata
José Bento conta que, ao saber da situação de Thays, a decisão de deixar o emprego foi imediata. Apesar da dificuldade, ele garantiu que não teve medo das consequências: “Sabíamos que não ia ser fácil, mas naquela hora não pensei em outra coisa, só em cuidar da minha filha. Além disso, eu não teria mais cabeça para trabalhar”, alega.
O pai de Thays Mendes conta que o salário que ele
e a esposa ganhavam antes do acidente com a filha era pouco, mas supria a
necessidade da família sem grandes regalias. Com renda mensal de cerca de R$
900 dele e um salário mínimo da esposa, eles pagavam as contas e “tocavam a
vida”. “Nunca nos faltou nada, mas ainda bem que nossa casa não é alugada, ou
não íamos conseguir pagar. Agora, continuamos tendo contas a pagar, mas,
felizmente, as pessoas estão nos ajudando. É pouco, mas já faz uma grande
diferença”.
A situação agora, segundo ele, é bastante
complicada, mas ainda não chegou a faltar comida em casa. O tratamento de
Thays, de acordo com José Bento, requer atenção especial todos os dias e a cada
momento novos gastos são feitos.
“Todo dia precisamos comprar uma coisa, o último item foi um protetor solar especial para ela usar e, quando ela sair do hospital, vai ter de usar também uma roupa especial, que vai custar cerca de R$ 400. Então, é tudo caro”, diz. O pai da jovem diz não temer a situação porque, além de ter fé em Deus, sabe que há pessoas dispostas a ajudar a família.
“Todo dia precisamos comprar uma coisa, o último item foi um protetor solar especial para ela usar e, quando ela sair do hospital, vai ter de usar também uma roupa especial, que vai custar cerca de R$ 400. Então, é tudo caro”, diz. O pai da jovem diz não temer a situação porque, além de ter fé em Deus, sabe que há pessoas dispostas a ajudar a família.
Quem quiser ajudar o pai de Thays Mendes pode
entrar em contato com ele. "A única maneira que posso retribuir a todos que
estão me ajudando é agradecendo de coração. Tudo que vier será bem-vindo",
afirma.
Thays Mendes, de 19 anos, foi
atingida por bomba
caseira (Foto: Reprodução/Facebook)
caseira (Foto: Reprodução/Facebook)
Cirurgias
Thays e Guilherme tiveram, respectivamente, 42% e 32% do corpo queimado, no dia 5 de janeiro. O diretor técnico do Hospital de Queimaduras de Anápolis, Leonardo Rodrigues da Cunha, afirma que o casal terá de enfrentar comprometimentos estéticos.
"Infelizmente, eles apresentarão algum grau
de sequela", afirmou ao G1 o médico, que é membro da Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica. Entretanto, ainda não é possível determinar a
gravidade dessas sequelas, reintera o cirurgião. Leonardo Rodrigues diz que
ainda não é possível afirmar se eles terão comprometimento nas funções dos
membros superiores, devido ao grau de queimaduras no braço, antebraço e mãos.
Investigação
A polícia dá como certa a identificação do autor do atentado. Para o delegado Eder Ferreira Martins, responsável pelo caso, o homem de 31 anos preso em Goiânia ao detonar bomba em um ônibus do transporte coletivo é o mesmo que aparece em imagens jogando o artefato explosivo dentro do carro do casal, em Anápolis.
No início da investigação, a polícia chegou a
apontar como suspeito um ex-namorado de Thays. Outro
rapaz foi ouvido após postar no Facebook a frase: "Quero ver o circo pegar
fogo e os palhaços morrerem queimados". Na época, eles prestaram
depoimento e negaram participação no ataque. Essas hipóteses já está
praticamente descartadas.
“Há vários indícios que apontam para ele [o homem
preso em Goiânia]. A perícia confirmou que a bicicleta dele é a mesma usada
pelo autor do atentado. Também encontramos com ele roupas idênticas às que
aparecem no vídeo”, explicou o delegado. No entanto, o delegado disse não saber
a motivação do ato.
O suspeito nega envolvimento no crime. Preso em
Goiânia, ele deve ser transferido para Anápolis nesta semana. “Vamos colher um
novo depoimento dele e fazer uma reconstituição para concluir o inquérito”,
informou Eder. Ele preferiu não dar uma data para reconstituição.
FONTE: G1 – O PORTAL DE NOTÍCIAS
DA GLOBO
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