domingo, 3 de fevereiro de 2013

Áreas desmatadas de Mata Atlântica caíram 20% em Alagoas, diz Embrapa



Michelle Farias Do G1 AL

 Italianos desmatam área de Mata Atlântica (Foto: Jonathan Lins/G1)
Área de Mata Atlântica é desmatada de forma irregular
em Alagoas (Foto: Jonathan Lins/G1)

Desmatar área de Mata Atlântica para construir zoológico, casas ou até mesmo para dar lugar a plantação de cana-de-açúcar. Esses são alguns exemplos de desmate criminoso que aconteceram em todo o estado de Alagoas. Em 2012, mais de 6 hectares de Mata Atlântica foram desmatadas no estado, 20% a menos em relação à 2011.

De acordo com um levantamento pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Empresa Brasileira Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no Brasil mais de 60% das áreas desmatadas foram convertidas para a pecuária. Em Alagoas, a situação não é diferente. Mais de 50% das áreas desmatadas foram utilizadas para o plantio da cana-de-açúcar.

Segundo o tenente Jeilton, do Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA), são feitas ações mensais para a prevenção desse tipo de crime. Ainda segundo ele, as áreas mais desmatadas correspondem as que são de assentamento, ocupadas pelos Movimento dos Sem Terra, e para a o plantio de cana-de-açúcar.

 Batalhão Ambiental faz análise da área desmatada (Foto: Jonathan Lins/G1)
Batalhão Ambiental analisa área desmatada
(Foto: Jonathan Lins/G1)

“Nosso cronograma de 2013 já está montado. Nosso trabalho é combater esse crime e a população é nossa aliada. Quem souber que alguma área está sendo desmatada deve ligar para o Batalhão Ambiental que nós iremos notificar o infrator”, diz o tenente Jeilton.

Ele ainda explica que esses crimes acontecem mais a noite porque é mais difícil de identificar os infratores. "Em 2012, apenas três pessoas foram presas em flagrante por desmatar área de Mata Atlântica. Recebemos as denúncias e quando chegamos ao local, conseguimos encontrar as pessoas desmatando e autuamos em flagrante”, conta o tenente.

Estatísticas do desmatamento em 2012

região                              M²
Zona Rural de Messias
10.000
Pindorama Coruripe
10.000
Zona Rural de P. de Camaragibe
10.000
Ass. Coqueiro Seco Z. Rural de P. Calvo
2.000
Zona Rural de Viçosa
400
Zona Rural de Porto Calvo
800
Povoado Capela Penedo
600
Povoado Giboia
300
Zona Rural de Passo de Camaragibe
1.000
Zona Rural de Marechal Deodoro
200
Zona Rural de São Luis do Quitunde
500
Povoado Gulandim Teotônio Vilela
10.000
Zona Rural de Passo de Camaragibe
10.000
Zona Rural de Paripueira
5.000


Penas

De acordo com a lei de crimes ambientais 9.605/98, a pena para quem desmata área de Mata Atlântica varia entre um a três anos de prisão, ou multa ou ambas as penas cumulativas. Se a pessoa for pega em flagrante, é presa imediatamente e encaminhada para a Central de Polícia.

Se além da pessoa desmatar, ainda provocar incêndio, a pena varia de dois a quatro anos de reclusão mais multa. Já nas sanções administrativas a multa por desmatamento é de R$ 5 mil por hectare desmatado.

Reflorestamento

De acordo com o superintendente do Instituto de Meio Ambiente de Alagoas (IMA), Adriano Augusto de Araújo, foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o IMA e os usineiros do estado, para fazer o reflorestamento das áreas que foram desmatadas de forma irregular para o cultivo da cana-de-açúcar.

“O TAC foi assinado pelo setor sucroalcooleiro para tentar minimizar os estragos feitos. Já conseguimos recuperar 4% da área. Até 2019, pretendemos recuperar 4 mil hectares de Mata Ciliar. Ainda estamos estudando o reflorestamento da área de Mata Atlântica, que deve acontecer em breve”, ressaltou o presidente do IMA.

Araújo ainda expôs que um projeto de educação ambiental, para que a população entenda que desmatar é ilegal e que danifica do ecossistema, vem sendo executado no estado. "A queda também pode ser atribuída ao trabalho dos órgãos de fiscalização e pela maior consciência da população. Esperamos não ver mais esse cenário”, finalizou o superintendente do IMA, Adriano Augusto de Araújo.

Hoje, mais de 500 anos depois da chegada dos portugueses no Brasil, existem apenas 7% da vegetação de Mata Atlântica original.

FONTE: G1 – O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO















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