Por Leandro Canônico e Márcio
Iannacca Direto de Londres, Inglaterra
Mais de 87 mil pessoas, um estádio lendário, um
adversário de peso, como muitos pediam, e um pênalti a favor logo aos 18
minutos de jogo. O cenário estava perfeito para a seleção brasileira construir
uma vitória sobre a Inglaterra, nesta quarta-feira, em Londres, na reestreia de
Luiz Felipe Scolari. Mas a defesa de Hart no chute de Ronaldinho
Gaúcho, homenageado pelas suas 100 partidas no time, mudou o
rumo do duelo em Wembley. Afinal, os ingleses dominaram depois disso e fizeram
2 a 1, com gols dos experientes Rooney
e Lampard.
Fred
anotou para o time verde e amarelo.
De uma maneira geral, o Brasil jogou
razoavelmente bem no retorno do técnico pentacampeão do mundo. Mas pecou em
momentos importantes. Não só no pênalti desperdiçado por Ronaldinho, mas nos
erros de Arouca, na falta de marcação dos homens de frente e no vazio que o
time mostrou na contenção do meio de campo. Julio César, de volta após um ano
longe, destacou-se com importantes defesas. E Neymar,
por sua vez, segue sem ter sorte na Inglaterra. Teve atuação abaixo da média,
pareceu inibido e recebeu
críticas pela internet.
Lampard e Rooney comemoram:
dupla marcou para a Inglaterra contra o Brasil em Londres (Foto: Reuters)
A partida entre Brasil e Inglaterra nesta
quarta-feira marcou o aniversário de 150 anos da Federação Inglesa. Antes de a
bola rolar, Ronaldinho e Ashley Cole, que completavam 100 jogos por suas
seleções, foram citados. E mais: houve um minuto de silêncio, como poucas vezes
respeitado, para as vítimas da tragédia em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e
também em memória dos oitos jogadores do Manchester United que morreram em
acidente aérea, em Munique, no ano de 1958.
A seleção brasileira volta a jogar no fim do mês
de março. Fará duas partidas na Europa. A primeira delas no dia 21, em Genebra,
na Suíça, contra a Itália. Depois, no dia 25, o duelo será com a Rússia,
novamente em Londres. Felipão usará esse período maior com os jogadores para
definir a lista da Copa das Confederações.
Ronaldinho para duas vezes no
goleiro Hart: na cobrança de pênalti e no rebote, de carrinho (Foto: Reuters)
Ronaldinho erra, e Inglaterra domina
A boa troca de passes entre Oscar, Neymar e
Ronaldinho logo aos quatro minutos não terminou com sucesso, mas deixou a
impressão de que o trio estava em um dia inspirado. Não só eles, é verdade. A
seleção brasileira inteira mostrou forte pegada nos primeiros lances contra os
ingleses.
Só que foi da Inglaterra a primeira boa chance de
abrir o marcador. Para o Brasil, um teste a Julio César, de volta ao gol
brasileiro depois de um ano. Aos nove minutos, após escanteio pela direita,
Rooney apareceu para cabecear forte. O goleiro do QPR fez linda defesa, mas na
sequência o árbitro parou o jogo por falta.
Passado esse susto, o Brasil foi para cima.
Neymar e Oscar aceleraram bem a partida e pressionaram os ingleses,
surpreendidos com um pênalti mal marcado aos 17 minutos - o juiz deu toque com
a mão de Wilshere. Era a chance de a Seleção abrir o placar. Não deu certo. Na
cobrança, aos 18, Ronaldinho desperdiçou. Hart defendeu.
O craque do Atlético-MG ainda teve a chance no
rebote, mas o goleiro inglês salvou mais uma vez. O curioso é que, na era Mano
Menezes, Neymar era o batedor oficial de pênaltis. Por isso, o santista foi até
a bola e pediu para cobrar. Mas Ronaldinho, que completava 100 jogos com a
camisa verde e amarela, não deixou.
A partir daí, muito pela evolução da Inglaterra e
também pelo abatimento do Brasil, os donos da casa dominaram a partida.
Perderam chance incrível com Welbeck aos 20 minutos, mas não desperdiçaram aos
25, quando Walcott bateu, Julio César fez ótima defesa e Rooney aproveitou o
rebote para fazer 1 a 0, ganhando de Adriano pela esquerda (algo que se repetiu
algumas outras vezes no setor do lateral do Barcelona).
Depois disso, a Inglaterra controlou a partida e
se aproveitou bem da fraca marcação brasileira no meio de campo. Teve algumas
outras oportunidades de ampliar, mas não teve sucesso. O Brasil, por sua vez,
viu Neymar perder gol na cara após cruzamento de Oscar. O craque brasileiro
lamentou com um sorriso amarelo e agradeceu o passe.
Fred, em seu primeiro toque
na bola, empata no início do segundo tempo com belo chute (Foto: Reuters)
Reação rápida; erro fatal
Felipão voltou para o segundo tempo sem
Ronaldinho, Luis Fabiano e Ramires. Os três deram lugar a Lucas, Fred e Arouca.
Esse último, aliás, errou um passe em seu primeiro lance e originou a jogada
que terminaria com um chute forte de Gerrard e mais uma defesa de Julio César.
Se Arouca errou em seu primeiro lance, Fred
compensou no seu. O atacante do Fluminense aproveitou roubada de bola de Lucas
aos dois minutos, dominou e chutou forte, sem chance para o goleiro Hart.
Empolgado, o goleador quase fez o segundo um minuto depois, mas a bola acertou
caprichosamente a trave.
A Inglaterra, porém, não se intimidou. Foi ao
ataque e pressionou a seleção brasileira, bem protegida por Julio César. O
goleiro fez duas ótimas defesas, mas não conseguiu chegar no chute de Frank
Lampard aos 14 minutos. Arouca vacilou, deu passe errado e o veterano bateu
colocado, marcando um belo gol.
Muito embora o Brasil tenha reagido nos primeiros
minutos da etapa final, a falta de criatividade no meio de campo prejudicava o
time de Felipão. Apenas em alguns lances esporádicos, a Seleção esboçava lances
perigosos. Muito diferente da Inglaterra. Os anfitriões assustavam sempre que
partiam para o ataque.
O aspecto positivo é que o Brasil teve um bom
teste para o seu sistema defensivo. Não só Julio César se destacou, como os
zagueiro Dante (estreante) e David Luiz (de capitão) mostraram segurança. Uma
pena para o torcedor brasileiro que a armação e o ataque não funcionaram bem na
estreia de Luiz Felipe Scolari.
INGLATERRA 2 x 1 BRASIL
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Hart;
Johnson, Cahill, Smalling e Cole (Baines); Gerrard, Wilshere, Cleverley
(Lampard), Walcott (Lennon) e Rooney; Welbeck (Milner).
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Julio César; Daniel Alves, David Luiz (Miranda), Dante e
Adriano (Filipe Luís); Ramires (Arouca), Paulinho (Jean), Oscar, Ronaldinho
(Lucas) e Neymar; Luis Fabiano (Fred).
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Técnico: Roy
Hogdson
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Técnico:
Luiz Felipe Scolari
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Gols: Rooney,
aos 25 minutos do primeiro tempo; Fred aos 2, Lampard aos 14 do segundo tempo
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Local: estádio
Wembley, em Londres (Inglaterra). Árbitro:
Pedro Proença (Portugal). Público:
87.453 pagantes
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FONTE: G1 – O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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