Thais Kaniak Do G1 PR
Câmeras foram instaladas em
ninhos de papagaios-de-cara-roxa para acompanhar nascimento e desenvolvimento
dos filhotes (Foto: Rafael de Rivera / SPVS / Divulgação)
O nascimento e o desenvolvimento de filhotes
papagaios-de-cara-roxa passaram a ser monitorados por câmeras. Instaladas em
ninhos, as imagens também mostram a interação entre as aves na Ilha Rasa, no
litoral do Paraná. Elas
são vigiadas durante o período de reprodução, que vai de setembro a março, pela
equipe do projeto de conservação da espécie mantido pela Sociedade de Pesquisa
em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS).
A técnica em conservação ambiental do projeto,
Maria Cecília Abbud, explicou que entre setembro de 2011 e março de 2012 foi
feito um teste com as câmeras nos ninhos. Elas foram colocadas em dois ninhos,
porém, como apenas um foi ocupado pelas aves, eles optaram em agora pôr os
equipamentos somente no ninho ocupado anteriormente.
“A gente acompanha desde o início, quando o casal
escolhe o ninho, alguns dias antes de a fêmea colocar os ovos. Ela não os
coloca de uma vez só, em média, isso acontece de dois em dois dias. Dessa vez,
foram colocados três ovos. O primeiro filhote nasceu dia 3 de novembro [de
2012], o segundo dia 5 e o último no dia 8 de novembro [de 2012]”, relatou.
Segundo a SPVS, as câmeras, que são similares as
de segurança, são posicionadas interna e externamente, discretamente, para não
perturbar o casal de aves nem os filhotes. A ideia é registrar os cuidados dos
pais e todas as fases de desenvolvimento, do ovo até a saída do ninho.
A técnica contou que papagaio mais novo morreu com cerca de 40 dias. “Uns dias antes, tínhamos os visto pessoalmente e foi constatado que ele estava mais fraco do que os outros”. O primeiro filhote saiu do ninho no dia 10 de janeiro e o outro já em seguida. De acordo com Maria Cecília, eles ainda ficaram uns dias próximos ao ninho, mas agora já voaram para longe.
A técnica contou que papagaio mais novo morreu com cerca de 40 dias. “Uns dias antes, tínhamos os visto pessoalmente e foi constatado que ele estava mais fraco do que os outros”. O primeiro filhote saiu do ninho no dia 10 de janeiro e o outro já em seguida. De acordo com Maria Cecília, eles ainda ficaram uns dias próximos ao ninho, mas agora já voaram para longe.
Câmera colocada em ninho de
papagaio-de-cara-roxa não atrapalha o desenvolvimento dos animais (Foto: Rafael
de Rivera / SPVS / Divulgação)
Riscos
No Paraná, a estimativa é, conforme a técnica, de que existam cerca de 5.500 papagaios-de-cara-roxa, que está em extinção. Em todo o país, são aproximadamente 6.700 aves da espécie. Ainda de acordo com Maria Cecília, o litoral do Paraná, o litoral sul de São Paulo e o litoral norte de Santa Catarina são os locais de ocorrência dessas aves.
“Com esse
trabalho, a gente entende como é o comportamento reprodutivo da espécie e o
cuidado parental. Como o nosso projeto é de conservação, nosso foco mesmo é a
reprodução. Ao entender o [processo] biológico reprodutivo, vamos acrescentar
nosso conhecimento sobre a espécie”, finalizou.
A instituição monitora, desde 1998, ninhos de
papagaios-de-cara-roxa em algumas ilhas no litoral do estado. Em 2003, iniciou
a implantação de ninhos artificiais para substituir os ninhos naturais que
foram perdidos ao longo do tempo. Atualmente, mais de 100 ninhos – entre
naturais e artificiais – são monitorados.
Mais vídeos dos papagaios-de-cara-roxa podem ser conferidos no blog do projeto.
Mais vídeos dos papagaios-de-cara-roxa podem ser conferidos no blog do projeto.
Aves são acompanhadas, desde
2012, durante o período de reprodução, que vai de setembro a março (Foto:
Rafael de Rivera / SPVS / Divulgação)
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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