sábado, 14 de maio de 2016

Cão é picado três vezes por cobra para salvar menina de sete anos

Haus pulou na frente da dona quando cascavel apareceu no quintal. 

Família arrecadou US$ 15 mil para tratamento e cão está se recuperando.


O pastor alemão Haus se recupera em uma clínica veterinária em Tampa, na Flórida, após ser picado por uma cobra para salvar sua dona (Foto: AP Photo/Tamara Lush)
O pastor alemão Haus se recupera em uma clínica veterinária em Tampa, na Flórida, após ser picado por uma cobra para salvar sua dona (Foto: AP Photo/Tamara Lush)
Quando uma cascavel venenosa apareceu no jardim da casa de uma menina de sete anos, na Flórida, seu pastor alemão a salvou, recusando-se a recuar mesmo sendo picado mais de uma vez.

E agora centenas de doadores estão ajudando sua família, rapidamente ultrapassando na sexta (13) a meta de US$ 15 mil de um perfil criado no site GoFundMe para arrecadar dinheiro para o antídoto que manteve o cão vivo.

Molly DeLuca estava brincando com seu pastor alemão de dois anos, Haus, quando a cobra apareceu, na quarta. Haus pulou na frente da menina e foi picado três vezes, sofrendo danos em seus rins. Os veterinários agora acreditam em uma recuperação completa.

A mãe da menina, Donya DeLuca, diz que sua filha e o cão, que adotaram há dois meses em um abrigo, são inseparáveis. Por isso, ela diz não ter ficado surpresa com ele arriscando sua própria vida para salvar Molly.



FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO

Mensagem de Reflexão: Um sábado inesquecível

Um sábado inesquecível



Você que está lendo a esta mensagem agora, faça deste sábado um dos melhores de todos.

Faça acontecer grandes momentos.

Cumpra com seu papel na sociedade e esteja disposto a mudar um pouco esse mundo; mudar para melhor.

Este sábado só poderá ser inesquecível se você fizer por onde acontecerem coisas boas; pois sabemos que Deus já faz demais, agora é a nossa parte.

Tenha um sábado inesquecível!




(AUTOR RENILTON SILVA)

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Temer fala a ÉPOCA: “Quero botar o país nos trilhos”

Na primeira entrevista exclusiva desde que assumiu interinamente a Presidência, Michel Temer diz que a ficha ainda não caiu, conta quais são suas prioridades, diz que trabalhará incansavelmente – mas não promete milagres


O presidente interino Michel Temer (Foto:  Ruy Baron/ Valor/Agência O Globo)
O novo e interino presidente da República, Michel Temer, falou com exclusividade a ÉPOCA hoje. É a primeira entrevista à imprensa desde que tomou posse interinamente, ontem. Temer foi claro sobre o que espera fazer como presidente, caso Dilma Rousseff de fato não retorne ao cargo. E admitiu que “ainda não caiu a ficha” do momento – de que ele é, de fato, o responsável por tirar o Brasil de uma das mais graves crises de sua história. “Estou acostumado à pressão, a situações difíceis, a crises. Trabalharei de domingo a domingo, de dia e de noite, para cumprir as expectativas do povo brasileiro”, disse, ciente de que o país tem pressa. “Quero, com a ajuda de todos, botar o país nos trilhos nesses dois anos e sete meses.”
>> Só Dilma tira Michel Temer do sério
Temer sabe que botar o país nos trilhos será uma missão difícil. “Não vou fazer milagres em dois anos”, admitiu, quando confrontado com o fato de que a burocracia do governo e as pressões de grupos de interesse no Congresso tornam improvável o sucesso na execução de reformas profundas - sobretudo num curto espaço de tempo e sob a forte instabilidade política que ainda define Brasília. “Quero que, ao deixar a Presidência, olhem para mim e digam ao menos: ‘Esse sujeito arrumou o país’.”
>> Quem são os ministros que assumem o novo governo
O que seria exatamente arrumar o país? Primeiro e mais urgente, é claro, arrumar o que está mais desarrumado: a economia. “Tenho plena confiança na capacidade de Henrique Meirelles e da equipe montada por ele. Eles terão autonomia para fazer os ajustes necessários e transmitir a confiança que perdemos”, disse.  Acredita que arrumar a relação do Planalto com o Congresso, algo que diminuirá a instabilidade política crônica em Brasília, será menos complicado. “Fui presidente da Câmara por três vezes e sei bem o quanto é necessário ter diálogo com os parlamentares e manter o respeito pelas ideias diferentes. Não é fortuito que tantas lideranças partidárias estejam comprometidas com o ministério que foi montado.”
Um terceiro ponto, não tão urgente, mas no qual Temer insiste – chegou a incluir em seu discurso de posse - envolve um novo pacto federativo, que equilibre as relações entre União, estados e municípios. É uma preocupação antiga de Temer, que escreveu artigos sobre o assunto. Hoje, defendem Temer e outros políticos, o dinheiro dos impostos dos brasileiros está demasiadamente concentrado na União e, especialmente, no governo federal. Estados e municípios passam a depender da boa vontade do presidente da República para receber recursos – o que acaba passando por uma relação política, e não institucional. Temer quer muito diminuir esse desequilíbrio federativo. “A partir da próxima semana, formaremos uma comissão que encontre soluções para recompor o pacto federativo, para que tenhamos uma verdadeira federação”, anunciou.
A quarta prioridade do novo presidente é a menos palpável de todas. Mas, talvez, seja a que mais o preocupa, em virtude de sua formação como professor de Direito Constitucional. “Precisamos mudar a cultura política do país”, disse. “Ninguém lê mais a Constituição. Digo isso no sentido de que há um desrespeito profundo pelas leis e pelas instituições. É necessário resgatar o valor desse livro sagrado para a nossa democracia.” Na prática, disse Temer, isso se traduzirá em tomar decisões, ou deixar de tomar decisões, que agridam o espírito da Constituição, mesmo que sejam, formalmente, legais. Ele cita um exemplo que aconteceu hoje. Vários assessores e ministros chegaram a seus locais de trabalho e começaram a retirar a foto da presidente Dilma Rousseff. Temer determinou que mantivessem a foto na parede. “É preciso ter respeito. Ela está afastada, mas continua presidente. Até que saia em definitivo, caso seja essa a decisão do Senado, deve ter seus direitos como presidente afastada assegurados.”
Temer está com a voz cansada, mas parece genuinamente animado para os dias difíceis que se avizinham. “Disposição não faltará – minha e da equipe. Hoje mesmo, percebi em todos uma vontade, uma gana de fazer imensa. Nada ficará para segunda-feira. Tudo o que se discutia começa imediatamente, agora. Estão todos imbuídos do mesmo sentido de urgência que eu”, contou. “Pude perceber também no que posso colaborar. Diante da falta de orçamento, expliquei como muitas vezes é possível fazer programas com pouco dinheiro. Foi o que fiz na Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, com a criação de conselhos comunitários e delegacias da mulher. Deram resultado e custaram quase nada. É preciso ter esse tipo de mentalidade.”
É possível fazer tanto em tão pouco tempo? “Não é porque é impossível fazer milagres que não se devem estabelecer metas ambiciosas, como as que delineei. É possível fazer muito, não tenho dúvida. E, se não houver ambição, qual o propósito de se tentar?”


FONTE: REVISTA ÉPOCA

Jornais estrangeiros comentam troca de governo no Brasil

Editoriais criticaram sistema político e reputação de parlamentares do país.

Publicações como 'Guardian', "NYT" e 'Le Monde' opinaram sobre o tema.


Jornais estrangeiros expressaram sua opinião, em editoriais publicados nesta sexta-feira (13), sobre a troca de governo no Brasil após o afastamento da presidente Dilma Rousseff aprovado pelo Senado brasileiro.
O "New York Times" criticou o desempenho de Dilma como política e líder, mas afirmou que "não há evidência de que ela tenha abusado do poder para ganhos pessoais, enquanto muitos dos políticos que orquestraram sua saída foram implicados em um esquema gigantesco de propina e em outros escândalos". O texto cita Eduardo Cunha e Michel Temer entre os investigados.
Editorial do jornal New York Times sobre o afastamento de Dilma Rousseff (Foto: Reprodução/New York Times)Editorial do jornal New York Times sobre o afastamento de Dilma Rousseff (Foto: Reprodução/New York Times)
Para o jornal, Dilma e o PT vêm enfrentando uma crise de confiança nos últimos meses, mas a presidente afastada "está prestes a pagar um preço desproporcionalmente alto por delitos administrativos, enquanto muitos de seus mais ardentes detratores são acusados de crimes muito mais graves".
O "New York Times" destaca que o Brasil vive sua maior recessão desde 1930 e afirma que agora "a crise política está minando a fé na saúde de sua jovem democracia".
Já o também americano "Wall Street Journal" afirmou em seu editorial que, ao ser afastada, Dilma se une à lista de "líderes socialistas fracassados" da América Latina. O texto compara o governo do PT com o de países como Venezuela e Bolívia.
"A boa notícia é que o povo latino-americano está ficando esperto para a fraude política do socialismo e do estatismo, e esperemos que isso leve a uma redescoberta de uma tradição melhor na economia do continente, encabeçada por personalidades como Hernando de Soto no Peru e Fernando Henrique Cardoso no Brasil”, afirma.
Editorial do jornal Wall Street Journal sobre o afastamento de Dilma Rousseff (Foto: Reprodução/Wall Street Journal)Editorial do jornal Wall Street Journal sobre o afastamento de Dilma Rousseff (Foto: Reprodução/Wall Street Journal)
Citando dados sobre a recessão econômica, taxa de desemprego e inflação no país, o jornal afirma que “não há como negar o perigoso estado do Brasil sob o governo de esquerda” de Dilma, e diz que agora Michel Temer vai “tentar assegurar aos mercados que é mais competente que sua antecessora”.
Para o britânico "The Guardian", o verdadeiro problema é o modelo político brasileiro, classificado pelo jornal como "falido".
O editorial, entitulado "O sistema político deveria ir a julgamento, não apenas uma mulher", defende a necessidade de "fazer mudanças radicais na constituição que que tornem a política mais executável e honesta", mas duvida que Michel Temer leve adiante essa tarefa.
Editorial do jornal The Guardian sobre o afastamento de Dilma Rousseff (Foto: Reprodução/The Guardian)Editorial do jornal The Guardian sobre o afastamento de Dilma Rousseff (Foto: Reprodução/The Guardian)
O "Guardian" diz que os erros da presidente contribuíram para sua queda, mas também afirma que o "prejuízo machista contra uma líder mulher" e o "rancor de uma direita que nunca aceitou de fato a ascensão do PT" desempenharam um papel na abertura do processo de impeachment.
O francês "Le Monde" também criticou o sistema político brasileiro. "Com não menos de 30 partidos representados no Congresso - forçando tanto a esquerda quanto a direita a fazer alianças no mínimo vacilantes -, é todo o sistema político brasileiro que parece sem fôlego", afirma o texto.
Para o jornal, Dilma "teve seu mandato brutalmente interrompido" depois de "manobras que não honram o conjunto de uma classe política brasileira amplamente desacreditada". Segundo o jornal, a tarefa de Michel Temer é "pesada". "Resta ver se ele vai ter o talento para recriar o que o Brasil mais precisa: a confiança em seus líderes", finaliza o texto.
O espanhol "El País" criticou o afastamento do presidente e usou o título "Um Brasil a temer". Para o jornal, a medida, "longe de resolver a crise institucional que o Brasil vive, a aprofunda".
Ao explorar os motivos alegados para afastar Dilma, o "El País" classifica as pedaladas fiscais de "má prática", mas destaca que ela foi usada pelos antecessores de Dilma no cargo e por governos democráticos de outros países. Diz também que o judiciário não encontrou provas que vinculem Dilma aos casos de corrupção política e empresarial que "destruíram a reputação do país entre seus próprios cidadãos e ante a opinião pública internacional".
Editorial do jornal El País sobre o afastamento de Dilma Rousseff (Foto: Reprodução/El País)Editorial do jornal El País sobre o afastamento de Dilma Rousseff (Foto: Reprodução/El País)
 O jornal espanhol informa que Temer pertence ao mesmo partido do "verdadeiro motor da destituição de Rousseff, Eduardo Cunha", e diz que ele enfrenta uma "tarefa titânica" que inclui acabar com a recessão econômica, a crise de credibilidade da classe política e a fragmentação parlamentar que torna o país ingovernável. "Apesar de seu arranque ter sido questionável, Temer é obrigado a abordar com seriedade esses desafios", conclui.


FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO

Mensagem de Reflexão: Renove suas ideias

Renove suas ideias



Não esteja na mesmice de dias enfadonhos.

Esteja consciente e seguro para boas maneiras e mudanças em sua vida.

Invista em bons caminhos e ideias.

Todos os dias renove suas ideias.





(AUTOR RENILTON SILVA)

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Articulador discreto, Temer domina engrenagens do Congresso Nacional

Substituto de Dilma preside a máquina partidária do PMDB há 15 anos.

Vice-presidente rompeu oficialmente com governo do PT no fim de março.



Caçula de oito filhos de uma família de imigrantes libaneses, Michel Miguel Elias Temer Lulia, 75 anos, chega ao comando do Palácio do Planalto no clímax de uma carreira política de 35 anos pavimentada na máquina partidária peemedebista.
Substituto de Dilma Rousseff durante o período de afastamento da presidente, o vice é reconhecido, por aliados e adversários, como um articulador político de bastidores que domina as engrenagens do Congresso Nacional e da federação de interesses regionais do PMDB.
Presidente nacional do partido há 15 anos, o jurista Michel Temer se elegeu vice-presidente da República, pela primeira vez, em 2010, ao lado de Dilma. À época, além de comandar o PMDB, ele presidia a Câmara dos Deputados, pela terceira vez em 13 anos.
Respaldado pelo poder que acumulava no Legislativo e na cúpula partidária, Temer impôs ao PT o próprio nome para a vaga de vice como condição para o PMDB apoiar a candidatura da afilhada política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Inicialmente, Lula resistiu e tentou obter uma lista tríplice de peemedebistas para escolher quem entraria na corrida eleitoral ao lado da candidata. Temer negou.
Embora exibisse significativa força política como presidente do maior partido do país e da Câmara dos Deputados, Michel Temer vinha de uma eleição apertada para o parlamento.
Em 2006, ao se reeleger para o quarto mandato consecutivo de deputado federal por São Paulo, não conseguiu contar apenas com os próprios votos para se manter no Legislativo.
Na ocasião, obteve 99.046 votos, menos da metade dos 252.229 votos que somou na eleição de 2002. Mas mesmo com a significativa queda de rendimento nas urnas, o peemedebista conseguiu se reeleger "puxado" pelo conjunto dos votos dos demais integrantes da coligação do PMDB.
Apesar do receio que tinha em relação ao perfil de Temer, Lula não podia abrir mão do tempo de rádio e TV dos peemedebistas na eleição em que tentaria fazer a ex-ministra da Casa Civil sua sucessora no Palácio do Planalto. Além disso, ele sabia que Dilma precisaria do apoio do PMDB no Congresso Nacional para garantir a governabilidade.
Janeiro/2015 - A presidente Dilma Rousseff recebe a faixa de presidente ao lado do vice-presidente Michel Temer durante a cerimônia de posse no Palácio do Planalto, em Brasília (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)Dilma Rousseff recebe a faixa de presidente, em janeiro de 2015, ao lado do vice-presidente Michel Temer durante a cerimônia de posse no Palácio do Planalto, em Brasília (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Com a bênção de Lula, o casamento político entre Dilma e Temer foi consumado. A aliança acabou bem sucedida nas urnas, com a dupla derrotando José Serra (PSDB-SP) no segundo turno da eleição de 2010.
No primeiro mandato de Dilma, Temer teve um papel discreto. Fez questão de manter uma relação protocolar com a chefe do Executivo, sempre chamando-a de “senhora presidente”.
Nas ocasiões em que substituiu a petista na Presidência por motivos de viagens, fazia questão de despachar do próprio gabinete, no anexo do Palácio do Planalto, onde fica a estrutura da Vice-Presidência.
No anexo, Temer passou os primeiros quatro anos de mandato recebendo uma romaria de peemedebistas insatisfeitos com o dote que o partido havia recebido na Esplanada dos Ministérios – a legenda ocupou cinco pastas no primeiro mandato de Dilma – e com o suposta exclusão do PMDB nas decisões do governo.
À época, ele ouvia atentamente a todas as queixas dos colegas de partido, mas nunca esboçava qualquer intenção de deflagrar um motim contra a presidente.
O vice-presidente Michel Temer (PMDB) assiste a votação do processo de impeachment no Palácio do Jaburu, sua residência oficial em Brasília (Foto: Divulgação/Reuters)Em 17 de abril, vice-presidente assistiu à votação do processo de impeachment na Câmara com aliados no Palácio do Jaburu, sua residência oficial em Brasília (Foto: Divulgação/Reuters)
Reeleição e rompimento
Em 2014, o casamento político de Dilma e Temer foi reeditado. E ao final de uma campanha presidencial intensamente disputada e agressiva, os dois se reelegeram no segundo turno, derrotando o senador Aécio Neves (PSDB-MG) por uma diferença de cerca de 3,4 milhões de votos.

Na segunda fase do governo Dilma, em meio aos apuros da presidente com a Câmara dos Deputados presidida por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Temer foi convidado, em abril do ano passado, a assumir a articulação política do Planalto.
Ele deixou o papel de vice figurativo e entrou oficialmente nas negociações de cargos e emendas com o "varejo" do Legislativo, apoiado pelo então ministro da Aviação, Eliseu Padilha, um especialista no mapeamento de intenções de voto na Câmara.
Entre derrotas, vitórias e “pautas-bomba” no Congresso, a dupla Temer-Padilha conseguiu aprovar a base do pacote de meta fiscal do então ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Porém, quatro meses depois de se tornar o articulador político do governo, Temer abandonou o posto, reclamando de ter sido sabotado por ministros petistas nas negociações com deputados e senadores.
A presidente Dilma Rousseff conversa com o vice-presidente Michel Temer enquanto eles aguardam a chegada da chanceler alemã Angela Merkel para um jantar no Palácio da Alvorada, em Brasília (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)Na foto, Dilma conversa com o vice enquanto aguardam a chegada da chanceler alemã Angela Merkel para um jantar no Palácio da Alvorada, em Brasília (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)
Dali em diante, a relação com Dilma, que era protocolar, se tornou ainda mais distante e fria.
Em 7 de dezembro, cinco dias após Eduardo Cunha ter acolhido o pedido de impeachment da presidente da República, Temer surpreendeu o país com uma carta enviada a Dilma na qual se ressentia do tratamento que havia recebido ao longo dos cinco anos de governo e reclamando, inclusive, de uma suposta tentativa de desvalorizá-lo, por meio da demissão de aliados próximos.
O episódio azedou de vez a relação entre Dilma e Temer. No final de março, com o aval e a articulação do vice-presidente da República, o PMDB aprovou, por unanimidade, o rompimento com o governo federal, oficializando o divórcio político.
A saída oficial do PMDB, principal sócio do PT no governo, escancarou a guerra política entre os dois partidos.
Michel Temer, então, saiu em busca de votos favoráveis ao impeachment e conseguiu atrair para o seu flanco os principais partidos da oposição e ainda as legendas do chamado "centrão", que, até então, ainda se mantinham na frágil base aliada de Dilma.
Na tentativa de neutralizar o novo adversário político, a presidente passou a acusá-lo, no Brasil e no exterior, de "golpista" e "traidor".
Temer evitou o confronto público, mas manteve as articulações de bastidores para assegurar a instauração do impeachment.
Transformado em bunker político do vice, o Palácio do Jaburu se tornou ponto de procissão de adversários de Dilma e de políticos cotados para integrar o ministério de Temer.
Lava Jato
A operação que investiga o esquema de corrupção que atuava na Petrobras também bateu às portas de Michel Temer.
Em sua delação premiada, o ex-líder do governo e senador cassado Delcídio do Amaral (sem partido-MS) relatou ao Ministério Público o suposto envolvimento de Temer em um esquema de compra superfaturada de etanol na BR Distribuidora, subsidiária de combustíveis da estatal do petróleo.
De acordo com Delcídio, as supostas irregularidades teriam ocorrido entre 1997 e 2001, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Ainda segundo o senador cassado, o operador do esquema seria João Augusto Rezende Henriques, ex-diretor da BR Distribuidora que fez, em 2011, depósitos apontados pela Lava Jato como propina para o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

Delcídio afirmou aos procuradores da República que Henriques havia sido “apadrinhado" por Temer no esquema de compra ilícita de etanol que teria ocorrido durante a gestão FHC.

À época em que a denúncia do ex-líder do governo veio à tona, Temer afirmou, por meio de nota, que refutava as “insinuações” de Delcídio. 
"Não conhecia Henriques e não o poderia ter indicado. Muito menos, ter participado de suposto esquema do etanol, do qual só tomo ciência agora. Reitero que o conheci anos depois. Mantive com ele alguns poucos contatos. Repito, portanto, que jamais o apadrinhei e ele jamais solicitou esse apadrinhamento”, escreveu Temer na ocasião em um comunicado divulgado à imprensa.
Em abril, o ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, autorizou, a pedido da Procuradoria Geral da República, a inclusão, no maior inquérito em tramitação na Corte para investigar o esquema de corrupção que agia na Petrobras, os trechos da delação premiada de Delcídio nos quais Michel Temer é citado.
A inclusão desse trecho no processo não torna Temer investigado no caso, mas acrescenta informações no inquérito destinado a revelar como funcionava a "organização criminosa" que desviava recursos da Petrobras em benefício de partidos e políticos.
Michel Temer, na época secretário de segurança pública do estado de São Paulo, é visto ao lado do escritor e jornalista investigativo Percival de Souza em São Paulo, em 1985 (Foto: Joveci C. de Freitas/Estadão Conteúdo/Arquivo)Michel Temer, em 1985, ao lado do escritor e jornalista investigativo Percival de Souza. À época, o peemedebista comandava a Secretaria de Segurança de São Paulo (Foto: Joveci C. de Freitas/Estadão Conteúdo/Arquivo)
Ingresso na política
Michel Temer nasceu em 1940, no município paulista de Tietê, a 167 quilômetros da capital. Dezesseis anos antes, seus pais March e Miguel Elias, cristãos maronitas, haviam deixado para trás o vilarejo de Btaaboura, no norte do Líbano, com três filhos a tiracolo.

Atualmente, o vice-presidente dá nome a uma rua na entrada da cidade dos antepassados e vai batizar uma praça.

Temer estudou direito na Universidade de São Paulo (USP) na transição das décadas de 1950 e 1960, mas não se envolveu com a efervescência estudantil de esquerda que marcou o conturbado mandato do então presidente João Goulart. Ele, ao contrário, fazia parte de um grupo de estudantes que seguia o pensamento liberal.

Em meio ao curso de graduação, chegou a flertar com a política estudantil, elegendo-se segundo-tesoureiro do centro acadêmico da faculdade. Ele até aspirou um voo mais alto, como presidente do centro acadêmico, mas saiu derrotado da disputa eleitoral.
O peemedebista se formou em direito em 1964, ano em que os militares depuseram Jango. Recém-graduado, montou uma banca de advocacia com três ex-colegas da USP. Quatro anos mais tarde, retornou para a academia para lecionar direito constitucional na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Até os 28 anos, Temer escreveu quatro livros de direito. O livro “Elementos de Direito Constitucional” é, até hoje, referência nas salas de aula de faculdades de direito.

Na época em que deu aulas na PUC-SP, teve contato com o professor André Franco Montoro, que, na ocasião, já era um político experiente, com passagem pela Câmara e pela Esplanada dos Ministérios.

Quando Montoro se elegeu governador de São Paulo no início dos anos 80, a amizade dos tempos da academia abriu para Temer as portas da vida política. Em 1981, ele ingressou no PMDB, herdeiro do oposicionista MDB da época da ditadura.

Fazia pouco mais de uma década que havia sido aprovado no concurso para procurador do estado quando, em 1983, foi convidado por Montoro para assumir o comando da Procuradoria-Geral de São Paulo.

Em meio a uma profunda crise entre as polícias civil e militar, Temer foi deslocado pelo governador para a chefia da Secretaria de Segurança, cargo que viria a ocupar outras duas vezes na carreira. Ali, em meio ao fogo cruzado das polícias paulistas, ensaiou pela primeira vez o papel de articulador político.

Primeiro, apaziguou o entrevero entre delegados e oficiais da PM. Depois, chamou a atenção de Montoro ao conseguir convencer, por meio de uma conversa, centenas de estudantes a desocuparem o prédio da reitoria da USP, evitando que o Batalhão de Choque tivesse de invadir o local.
Cartaz da campanha de Michel Temer a deputado federal em 1986 (Foto: Reprodução)
Cartaz da campanha de Michel Temer a deputado federal em 1986 (Foto: Reprodução)
Ascensão em Brasília
Em 1986, Temer tentou a sorte nas urnas pela primeira vez para uma cadeira na Câmara dos Deputados. Terminou a corrida eleitoral apenas como suplente, mas, dois anos mais tarde, debutava no Salão Verde da Câmara como deputado constituinte substituindo Antônio Tidei de Lima, que havia assumido o comando da Secretaria de Agricultura paulista.

À sombra de líderes históricos do antigo MDB, como Ulysses Guimarães e Fernando Henrique Cardoso, o então calouro da Câmara conseguiu aprovar o artigo 133 da Constituição, que assegura a inviolabilidade dos advogados por atos e manifestações cometidos no exercício da profissão.

No final da década de 1980, quando FHC, Serra e Mário Covas se desligaram do PMDB para fundar o PSDB após romperem com Orestes Quércia, Temer optou por ficar nas fileiras peemedebistas, aproveitando a abertura de espaço gerada pela debandada de caciques históricos da legenda.

A decisão se mostrou acertada nos anos que se sucederam. Pegando carona no vácuo de lideranças, Michel Temer ascendeu rapidamente na estrutura peemedebista. Eleito para a Câmara com 70.969 votos na eleição de 1994, ele conseguiu, já no ano seguinte, ser escolhido pelos colegas para a vaga de líder do partido.
Temer se sentiu à vontade nos carpetes verdes da Câmara. Lá, se especializou nas negociações de bastidores e nas articulações políticas.
O então presidente da Câmara dos Deputados Michel Temer é visto de mãos dadas com Antônio Carlos Magalhães durante confraternização de natal no Congresso Nacional, em Brasília, em dezembro de 1998 (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo/Arquivo)Na primeira vez que comandou a Câmara dos Deputados, no final da década de 1998, Temer teve duros embates públicos com o então presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo/Arquivo)
Em 1997, ele disputou pela primeira vez a presidência da Câmara. Com o apoio do então PFL (atual DEM), conseguiu se eleger derrotando um candidato tucano. No comando da casa legislativa, se tornou um fiel aliado do governo FHC. Dois anos mais tarde, candidato único, reelegeu-se presidente da Câmara, posto que voltaria a ocupar novamente em 2009.
A rápida ascensão de Temer gerou atrito com outras lideranças políticas do Congresso. Nos quatro anos consecutivos em que presidiu a Câmara no final dos anos 90, ele protagonizou duros embates públicos com o então presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (antigo PFL-BA), que morreu em 2007.
Mais tarde, seu principal rival político seria outro presidente do Senado, o colega de partido Renan Calheiros (PMDB-AL). Até hoje, os dois rivalizam espaço dentro do PMDB.
Janeiro/2015 - Michel Temer é visto ao lado de sua mulher, Marcela Temer, e da presidente Dilma Rousseff durante a cerimônia de posse da presidência no Palácio do Planalto, em Brasília (Foto: José Cruz/Agência Brasil)Marcela Temer (à direita) fez raras aparições públicas desde que o marido foi eleito vice-presidente da República. Na foto, cerimônia de posse de Dilma e Temer em janeiro de 2015  (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
Vida pessoal discreta
Discreto, formal e cerimonioso, Michel Temer tem obsessão em preservar a família de sua vida pública. Ele está em seu terceiro casamento e tem cinco filhos.

A atual mulher, Marcela Temer, é 42 anos mais jovem do que ele. Os dois se conheceram quando ela tinha 18 anos e ele, 60. Temer tem um filho com Marcela: Michelzinho, de 7 anos.
Do primeiro casamento, com Maria Célia, o presidente em exercício teve três filhas: Maristela, Luciana e Clarissa. Temer tem também um filho que nasceu de um relacionamento com uma namorada, em Brasília.
Auxiliares próximos do presidente em exercício contam que ele fala pouquíssimo sobre a família no ambiente de trabalho. Desde que ele assumiu a Vice-Presidência, em 2011, Marcela fez raríssimas aparições públicas.
Ainda que Temer passe a maior parte da semana em Brasília, a mulher e o filho mais novo continuaram vivendo em São Paulo. Ele, no entanto, costuma viajar nos finais de semana para a capital paulista a fim de ficar com a família.
Temer costuma usar as horas de folga e as viagens de avião para ler. Segundo interlocutores, é um leitor contumaz.
Pessoas que trabalham diretamente com o presidente em exercício o definem como um "gentleman" no trato pessoal com os subordinados, mas ressaltam que é extremamente detalhista, a ponto de corrigir, pessoalmente, até mesmo as vírgulas dos textos de auxiliares. Também cultiva, entre pessoas próximas, a fama de pão-duro.
Aos 75 anos, procura fazer caminhadas matinais de cerca de meia hora para manter a saúde. Em regra, faz os exercícios físicos acompanhado de sua equipe de seguranças e de um ajudante de ordens, que fica responsável por atender ao celular enquanto ele está praticando as caminhadas.
Marcela Temer, mulher do vice-presidente Michel Temer, chega ao Palácio do Jaburu no dia da votação do processo de impeachment de Dilma Rousseff no Senado (Foto: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo)Mulher do vice-presidente Michel Temer desembarcou em Brasília nesta quarta-feira (11) e foi direto para o Palácio do Jaburu no dia da votação do processo de impeachment de Dilma no Senado (Foto: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo)




FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO