sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Após um ano da morte de Wando, viúva diz que não se acostumou



Alex Araújo Do G1 MG

 Renata olha com saudade foto da família (Foto: Renata Costa Lana e Souza / Arquivo Pessoal)
Renata olha com saudade foto da família (Foto: Alex Araújo / G1)

A psicóloga Renata Costa Lana e Souza, que completou 42 anos na quarta-feira (6), ainda não se acostumou com a perda do marido, o cantor Wando, morto no dia 8 de fevereiro de 2012, em um hospital de Nova Lima, na Região Meteropolitana de Belo Horizonte, vítima de insuficiência respiratória e parada cardíaca. Ainda sensível à perda, ela não falava sobre o fato há um ano, mas, com exclusividade, recebeu o G1 em um escritório de advocacia, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.

Renata contou que, depois de perder o companheiro, não teve o direito de chorar durante os primeiros meses após a viuvez, por conta de problemas jurídicos que enfrentou, e enfrenta, para resolver assuntos ligados ao inventário. “Não tive um luto comum. Tive um luto confuso”, disse, referindo-se às questões burocráticas.

Depois de sete anos juntos, apesar da vida atribulada do cantor por causa da agenda de shows que ele cumpria em todo país, Wando vivia com a mulher e a filha em um bairro da capital mineira.

O convívio frequente e a união estável aceleraram no casal a vontade de oficializar o casamento. Segundo a advogada Lúcia Ribeiro, o cantor a procurou para organizar a papelada. Lúcia contou que ele foi ao escritório dela, em outubro de 2011, à procura de orientações para regularizar o relacionamento. O casamento seria em setembro de 2012, mas Wando morreu sete meses antes. A advogada disse que Wando teria dito “que vale o que está escrito”.

Lúcia disse que perguntou se ele tinha testamento, e a resposta foi não. Diante disso, a defensora orientou que ele fizesse um documento de pacto antenupcial e um testamento com os bens adquiridos desde o início do relacionamento do casal. “Ele [Wando] me perguntou sobre os regimes que existiam de acordo com a lei”, relembrou Lúcia. Essa documentação também não ficou preparada antes da morte do cantor.

 Wando e Renata logo após o nascimento de Maria Sabrina (Foto: Renata Costa Lana e Souza / Arquivo Pessoal)
Wando e Renata logo após o nascimento de Maria
Sabrina (Foto: Renata Costa Lana e Souza/
Arquivo Pessoal)

Maria

Da união, o casal teve Maria Sabrina Costa Lana Reis, que completou 6 anos no último dia 21. Para explicar a morte do pai à filha, Renata disse que contou uma história. “Eu disse que o Wando estava no céu, com os anjinhos, e que a gente não poderia vê-lo, mas que ele poderia ver a gente”, disse, chorando.

Além da filha, Renata guarda boas recordações de quando esteve com Wando. Segundo ela, nos dois primeiros anos de relacionamento, ia com muita frequência ao Rio de Janeiro. Em 2010, essa rotina diminuiu porque Wando estava constantemente em Belo Horizonte. “Nossa vida em família era aqui [Belo Horizonte]. Fazia bem para ele ficar aqui”.

Bens e Justiça

Renata disse que não tinha conta conjunta de banco com o cantor, mas que ele não deixou muito dinheiro depositado. Segundo ela, o artista gostava de investir em imóveis como apartamentos e salas, mas preferiu não detalhar quantos.

Todo o patrimônio do cantor Wando está indisponível pela Justiça. Segundo a advogada Caren Becker, que também cuida dos direitos de Renata, foi aberto um inventário em Belo Horizonte.

A viúva pleiteia o direito de ter o relacionamento reconhecido como união estável e, consequentemente, que Maria Sabrina tenha direito aos bens deixados por Wando. Além da garota, o cantor deixou outros filhos dois do primeiro casamento.

“Entendo como sendo [os bens] da Maria Sabrina. Ela tem seis anos e a vida toda pela frente. Pleiteio justiça moral e ética. Não posso deixar que as pessoas pensem que eu era namorada dele. Tenho um nome a zelar. As coisas não podem ser deixadas de forma errônea. O Wando mesmo dizia: ‘tudo em prol da Maria Sabrina’”, relembrou Renata.

 Wando, Maria Sabrina e Renata (Foto: Renata Costa Lana e Souza / Arquivo Pessoal)
Wando, Maria Sabrina e Renata (Foto: Renata Costa
Lana e Souza / Arquivo Pessoal)

Com relação à união estável, segundo a advogada, é impossível prever quanto tempo o processo deve durar, mas comentou que demora muito, sem especificar o tempo.

No que diz respeito a algum tipo de pensão, Renata disse que tanto ela quanto a filha não recebem qualquer quantia e que também não pretende pedir à Justiça este tipo de benefício.

Maria Sabrina, segundo Renata, não teve o desempenho escolar afetado e continua uma “menina especial, bem-humorada e leve”. Além das atividades na escola, ela também faz aulas de canto e balé.
Quanto à convivência de Maria Sabrina com os irmãos, a viúva disse que a menina não recebe nenhum telefonema deles desde a morte do pai.

Saudade

Quando a saudade aperta, Maria Sabrina pede à mãe para colocar um vídeo do pai cantando. Emocionada, Renata chora. “E ela [Maria Sabrina] pede para eu não chorar. ‘Para de chorar, mãe’”.

 Wando dá um 'cheiro' em Renata (Foto: Renata Costa Lana e Souza / Arquivo Pessoal)
Wando dá um 'cheiro' em Renata (Foto: Renata Costa
Lana e Souza / Arquivo Pessoal)

Por conta da saudade, Renata disse que não consegue mais ouvir músicas em um toca-discos de vinil, último presente do cantor para a mulher. “Ele adorava dar presentes, mas eu não consigo escutar nada nele”.

Enteados

Em entrevista ao “Fantástico”, no dia 20 de janeiro deste ano, uma das filhas de Wando, Gabrielle Burcci, disse que outra mulher que seria namorada do cantor, também quer parte da herança. Renata falou que a pessoa citada por Gabrielle namorou com Wando no passado e que, depois de cinco anos do término deste romance, é que Renata e o cantor começaram a se relacionar.

Renata ainda falou que já teve uma convivência saudável com a família de Wando. Contudo, depois da morte do artista, o contato foi interrompido e que não há mais diálogo por conta da briga judicial.

FONTE: G1 – O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO

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