Após conseguir empate no último lance da prorrogação, time alemão supera os Blues por 5 a 4 nas penalidades e dá o primeiro título oficial ao catalão

Guardiola e Mourinho não são rivais à toa. Eles pensam o futebol de
maneira diferente. Se o catalão coloca seus times no ataque, o português
não vê problemas em defender e se arriscar apenas no momento certo.
Nesta sexta-feira, na final da Supercopa da Europa, este choque de
ideias foi, mais do que nunca, protagonista. E quem levou a melhor foi o
Bayern de Pep, que, após conseguir um empate heroico por 2 a 2 no
último lance da prorrogação, venceu o Chelsea de José por 5 a 4 nos
pênaltis e levou o título da competição. Torres e Hazard marcaram para
os Blues, enquanto Ribéry e Martínez fizeram para os bávaros. Lukaku foi
o responsável por desperdiçar o pênalti para o time londrino na série
de cobranças.
Este é o primeiro troféu de Guardiola no Bayern, depois de ser
derrotado pelo Borussia Dortmund na decisão da Supercopa da Alemanha. No
duelo individual com Mourinho, a vantagem continua com o catalão.
Agora, são sete vitórias de Pep, contra três do português, além de seis
empates.
Para o Bayern, a vitória foi uma revanche contra o Chelsea. Na Liga dos
Campeões de 2012, os bávaros perderam em casa para os Blues também nos
pênaltis. Desta vez, quem saiu comemorando do gramado foram os alemães.

Choque de estilos
Os 120 minutos de partida no estádio Eden, em Praga, na República
Tcheca, pareceram ter obedecido a um roteiro. O Bayern teve a postura
mais ofensiva, desfrutou da posse de bola, mas pouco criou. Do outro
lado, o Chelsea marcava bem, não dava espaços e assustava nos
contra-ataques.
Ainda se acostumando às experiências de Guardiola, o Bayern foi
novamente modificado para a partida. Schweinsteiger, lesionado,
desfalcou a equipe e foi substituído por Lahm, com Rafinha indo para a
lateral direita. Kroos e Müller completaram o meio de campo, com Ribéry -
eleito o melhor jogador da Uefa na última temporada -, Robben e
Mandzukic no ataque.
O Chelsea, em sua temporada de reencontro com o Mourinho, teve duas
novidades: a volta de David Luiz à defesa, após retornar aos treinos
durante a semana, e a presença de Fernando Torres no ataque.

Torres ressurge
E o centroavante espanhol retribuiu a confiança do técnico português da
melhor maneira possível: balançando as redes. Logo aos sete minutos,
num contra-ataque puxado por Hazard, El Niño aproveitou cruzamento
rasteiro de Schurrle e bateu bonito, sem chance para Neuer: 1 a 0
Chelsea.
A desvantagem do Bayern acentuou o choque de estilos. Os alemães foram
ao ataque, embora padecessem do mesmo mal dos outros jogos: falta de
criatividade. Os jogadores se movimentavam pouco e pareciam não se
entender. Num lance emblemático, Ribéry, melhor do Bayern em campo,
tocou para Alaba, que foi à linha de fundo, mas buscou Müller em vez de
Mandzukic. Livre dentro da área, o atacante croata não economizou nas
reclamações.
Para o Chelsea, o jogo ficou da maneira planejada. Atento na marcação, o
time inglês conseguia controlar os avanços do Bayern e só ia para o
ataque na boa. Entretanto, não voltou a ter eficiência no setor
ofensivo.
Ribéry empata para o Bayern
Se coletivamente o Bayern não funcionava, foi preciso apelar para a
qualidade individual de sua principal arma. Aos dois minutos do segundo
tempo, Ribéry fez jus à escolha de melhor jogador da Uefa e acertou um
belo chute de fora da área para deixar tudo igual.

O empate logo no início da etapa final fez bem ao Bayern, que, mais
calmo, se assentou de vez no campo de ataque. Os jogadores conseguiam se
movimentar melhor e criavam boas chances de gol – Ribéry levou muito
perigo no minuto seguinte ao gol, num chute de primeira que passou rente
à trave esquerda de Cech -, enquanto o Chelsea seguia se defendendo e
esperando o contra-ataque.
Sem muitas oportunidades, os Blues tiveram suas melhores chances em
erros do Bayern ou em bola parada. Aos 18, Dante bobeou na saída de bola
e foi desarmado por Schurrle, que tocou para Oscar.
Entretanto, o
brasileiro, livre na área, chutou em cima de Neuer. Depois, aos 33,
Ivanovic acertou o travessão após cobrança de escanteio.
No fim, o Bayern ainda ganhou mais terreno, depois que Ramires foi
expulso aos 40 minutos, após levar o segundo cartão amarelo, por entrar
de sola no tornozelo de Götze nuam dividida. Os germânicos voltaram a
pressionar, mas não conseguiram evitar a prorrogação.

Blitz do Bayern dá resultado
No tempo extra, o panorama não mudou: Bayern em cima e Chelsea no
contra-ataque. E foi justamente numa transição rápida, marca registrada
dos times de Mourinho, que os Blues voltaram a ficar na frente. Aos três
minutos, David Luiz, muito bem na defesa, fez o corte, disparou pelo
meio e achou um ótimo passe para Hazard. Pela esquerda, o meia belga
passou fácil por Lahm e Boateng para chutar forte e vencer Neuer: 2 a 1
para os ingleses.
Com a vantagem, o Chelsea renunciou de vez ao ataque, e o jogo se
tornou a reprise de um dos duelos épicos entre Mourinho e Guardiola,
quando o Inter de Milão, com um a menos, segurou o Barcelona nas
semifinais da Liga dos Campeões de 2010. Cech, jogando em seu país
natal, fez grandes defesas, mas não foi o suficiente para o fim ser
novamente feliz para o técnico português: no último minuto, após
levantamento na área, Dante ajeitou para Javi Martínez, que não perdoou e
garantiu o empate.

Lukaku vira vilão
Na disputa de pênaltis, os nove primeiros cobradores converteram. Pelo
Bayern, Alaba, Kroos, Lahm, Ribéry e Shaqiri marcaram. No Chelsea, David
Luiz, Oscar, Lampard e Cole balançaram as redes.
No último chute, porém, o atacante Lukaku, que havia entrado no segundo
tempo, bateu fraco, e Neuer fez a defesa para garantir o título do
Bayern de Munique.

FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO