Escola
apresentou as lendas dos rios na avenida. Com 22 títulos, Portela é a que mais
vezes foi campeã no carnaval do Rio.
A Portela quebrou um jejum de 33 anos e é a grande
campeã do carnaval do Rio de 2017. No segundo ano com o carnavalesco Paulo
Barros, a escola de Madureira desfilou na avenida as lendas dos rios. Agora com
22 títulos, a Portela é a escola que mais vezes foi campeã. A Mocidade ficou em
segundo lugar.
O G1 acompanhou
ao vivo a apuração das notas, que aconteceu na tarde desta quarta-feira (1º),
diretamente da Marquês de Sapucaí.
Com o título, a festa tomou conta da
escola de samba em Madureira, que ficou lotada ainda à tarde durante a
apuração. Assim que foi proclamada a campeã, Luis Carlos Magalhães, presidente
da agremiação, sacramentou
o fim do jejum. "Acabou essa história".
Baluarte da escola, Tia Surica
prometeu feijoada em dobro para celebrar o título. "Eu tô chorando de
alegria! E
vou tomar todas!", garantiu.
Por volta de 20h, chegou a haver tumulto
na porta da quadra. Uma pessoa desmaiada foi colocada numa viatura policial e
houve empurra-empurra.
Ficaram em último lugar a Unidos da Tijuca e a Paraíso
de Tuiuti, mas a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa) decidiu
não rebaixar nenhuma escola este
ano por causa dos acidentes que ocorreram com carros das duas escolas no
sambódromo.
Fim do jejum
"Acabou o
jejum, não se fala mais nisso. Estamos aqui para cultivar as raízes do samba,
formar novos compositores, crianças", disse o presidente da Portela, Luís
Carlos Magalhães, sobre o fim do período sem títulos para a escola.
"Nós merecemos muito, nós trabalhamos muito, nós
somos a que merece mais [...] O carnaval precisa da Portela, a cultura
brasileira precisa da Portela", afirmou. "A vítória não é só da
Portela, é de todas as escolas que precisam defender a bandeira do samba."
Com a vitória, Paulo Barros
conquistou o seu 4º título pelo Grupo Especial. Antes, ele tinha sido
tricampeão pela Unidos da Tijuca (2010, 2012 e 2014) e campeão da Série A pela
Estácio de Sá (2006). No ano passado, em sua estreia em Madureira, a Portela
ficou em 3º lugar.
A última vez que a Portela ganhou
sozinha o carnaval foi em 1970, com o enredo "Lendas e Mistérios da
Amazônia". Em 1980, três escolas dividiram o campeonato: Portela,
Beija-flor e Imperatriz. Em 1984, ela dividiu o título com a Mangueira.
Desfile
A Portela foi a
penúltima escola a pisar na Marquês de Sapucaí e fez um desfile sobre as lendas
dos rios: Iara, Boiúna, cobra-grande, boto cor de rosa e deuses deram as caras
na avenida.
A escola de Madureira começou
falando das nascentes e de como os rios foram dando início a povoados, aldeias
e civilizações. O clássico de Paulinho da Viola, "Foi um rio que passou em
minha vida", também fez parte do enredo.
Carros e fantasias jogaram água na
Sapucaí. A comissão de frente representou uma piracema, com componentes
vestidos de peixe e nadando em direção à nascente. Uma das alas era de
"crocodilos" que rastejaram na avenida. O quarto carro trocou o azul
das águas pelo marrom, para lembrar como ficou o Rio Doce após o desastre
ambiental de Mariana (MG).
A águia, símbolo da escola, veio no
tradicional abre-alas. Imponente, ela parecia tomar conta de uma fonte e
borrifava água.
Desfilaram pela Portela 3,4 mil componentes em 31 alas.
O carro abre-alas mostrou a "Fonte da vida", com uma mensagem de
preservação das matas em torno das nascentes.
O segundo carro fez uma homenagem ao
Rio Nilo, o mais extenso do mundo. Outro famoso rio, o americano Mississipi,
foi lembrado em uma ala que botou um pouco de blues no desfile. Mas foi com
samba, é claro, que a escola arrancou gritos de "É campeã!" no setor
1 da Sapucaí.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO