Rafael Sampaio Do Globo
Natureza, em São Paulo
Cachorros e gatos de estimação exigem cuidados extras em dias de calor e de
sol, afirmam veterinários ouvidos pelo G1. O consumo de água,
o tamanho dos pelos, o local onde o animal dorme, o uso de ventiladores, tudo
deve ser bem observado pelos donos no verão.
Os passeios, no caso dos cães, devem ser feitos
em horários em que o sol não esteja tão forte. Uma orientação para evitar o sol
é levar o pet para passear antes das 10h e após as 18h, afirma Maurício Duarte,
médico veterinário do Hospital Cães e Gatos de Osasco, na Grande São Paulo.
Cadela labrador na piscina em
um dia de calor (Foto: Isabela Figueira de Andrade/VC no G1)
"É importante ficar atento para o caso de
cachorros de focinho curto, de raças como boxer, pug e bulldog. Eles têm mais
dificuldade para trocar calor", afirma Duarte. Como os cães transpiram
pelo focinho, em dias quentes animais com esta característica podem ter mais
dificuldade para respirar, para suar e até para dormir, pondera o veterinário.
"Cerca de 90% dos casos de insolação e de problemas relativos ao calor que
atendemos ocorrem com estes cachorros."
Duarte orienta os donos de pets a evitarem
ventilador incidindo diretamente no animal. "O proprietário faz isso com
boa intenção, mas dependendo do cachorro, pode causar traqueíte", diz ele.
A traqueíte também é conhecida como "tosse canina" e é uma infecção
das vias respiratórias.
Hidratação
Cães e gatos precisam beber mais água no verão, afirmam veterinários. No caso de passeios com cachorros, é bom oferecer a eles uma fonte de água a cada 15 ou 20 minutos, diz a médica veterinária Camilla Francisco, do pet shop Mercado Animal.
"Raças com peles mais sensíveis, como o pit
bull, podem requerer passar um protetor solar antes dos passeios, mesmo nos
horários com menos sol", afirma Camilla. Ela ressalta que a indicação é
usar protetor solar comum, o mais neutro possível, sem cheiro e cor. Protetores
solares específicos para animais não são muito fáceis de encontrar, portanto
pode ser usado um protetor solar de marca convencional em separado para o cão,
pondera a veterinária.
Duarte ressalta que protetor solar em cachorro
deve ser passado nas orelhas, principalmente nas bordas, e no focinho.
"São os locais mais afetados", diz ele. Com relação à exposição ao
sol, a veterinária do Mercado Animal avalia que bichos com pelagem clara, pelos
mais curtos e os albinos são os mais suscetíveis.
"Bull terrier, pit bull costumam ter pelos
mais brancos, e já têm uma predisposição genética para ter dermatopatias
[doenças de pele]", diz a especialista. Outras raças que exigem cuidados
com o sol são dálmatas, lhasa apso e shih tzu, assinala Camilla.
Cão da raça dálmata; animais
de pelo branco são
mais sensíveis ao sol, diz veterinário
(Foto: Divulgação/Edmilson Reis)
mais sensíveis ao sol, diz veterinário
(Foto: Divulgação/Edmilson Reis)
Patas
queimadas
O veterinário do Hospital Cães e Gatos ressalta ocorrerem casos de cachorros que chegam com queimaduras na planta das patas, o chamado "coxim", devido ao animal ter sido levado para passear por longos períodos em local com asfalto ou calçada em dia muito quente.
"Acontece com frequência. A gente orienta a
levar o cachorro para uma área de grama, um parque", diz Duarte. Estes
locais são melhores para o cão passear e ajudam a evitar que os animais sofram
queimaduras.
"Existem botinhas que podem ser colocadas
nas patas do cachorro, mas em geral eles não se acostumam. Acredito que o
melhor é evitar [locais de asfalto]", pondera o veterinário.
Tanto Duarte quanto Camilla orientam os
proprietários a não colocarem roupinhas em seus pets em dias de calor.
"Tem muita gente que fala que é 'roupinha de verão', mas no verão eu sou
contra. O melhor é deixar o animal sem a roupa", diz a veterinária do
Mercado Animal.
Aparar a pelagem do cachorro também é importante
no verão, afirma Duarte. "Para os cachorros peludos, a orientação é fazer
tosa se possível", diz o veterinário.
"Outra coisa que acontece e é comum é o
animal se jogar na piscina. Labrador, principalmente, se joga mesmo. Já pegamos
animal afogado, com infecção no ouvido", ressalta Duarte. É preciso tomar
cuidado nestes casos, considera o veterinário.
Gato da raça Bengal em
Ribeirão Preto, no interior de São Paulo (Foto: Rodolfo Tiengo/ G1)
Cuidados
com gatos
Os gatos em geral exigem menos cuidados porque não precisam ser levados para passear, afirma Camilla. "Eu deixaria a água corrente, em torneiras ou outras fontes, abertas por mais tempo do que o normal", diz ela, referindo-se à hidradação dos bichos.
Para fazer o animal beber mais água, uma dica é
deixar duas ou três fontes de água corrente em casa, afirma o veterinário do
Hospital Cães e Gatos. "Dobra a quantidade de água que ele toma, se deixar
o líquido em movimento", afirma.
FONTE: G1 – O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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