Do G1 Rio
A escola de samba Unidos de Vila Isabel é a
campeã do carnaval do Grupo Especal do Rio em 2013. A agremiação foi a
vencedora com o samba-enredo "A Vila canta o Brasil, celeiro do mundo -
Água no feijão que chegou mais um", em que trouxe a vida do campo para a
Marquês de Sapucaí.
"Um samba-enredo dessa categoria tinha que
sair consagrado, tinha que sair com esse título", comemorou o presidente
Wilsinho. A vitória deste ano foi a terceira da Vila Isabel - o último título
foi o de 2006, com o enredo "Soy Loco por ti, América"
Durante a apuração, na tarde desta quarta-feira
(13), a escola abriu vantagem no segundo critério, conjunto. Sua primeira nota
abaixo de 10 foi no quarto quesito, enredo. No sétimo critério, bateria, no
entanto, a Unidos da Tijuca, passou à dianteira. No oitavo quesito,
samba-enredo, no entanto, essa agremiação perdeu três décimos, o que permitiu a
recuperação da Vila Isabel.
No resultado final, a Beija Flor ficou em segundo
lugar, seguida de Unidos da Tijuca, Imperatriz Leopoldinense, Salgueiro e
Grande Rio. São estas as escolas que farão o Desfile das Campeãs. Ao ficar em
12º lugar, a Inocentes acabou rebaixada.
A Mangueira, que inovou ao levar para a Sapucaí
duas baterias que se alternavam, perdeu seis décimos da nota por causa de
atraso, também causado por problemas em carros alegóricos. Cada minuto de
atraso retirou um décimo da nota da escola, que já começou a apuração com
chances reduzidas.
A apuração ocorreu sob forte calor. Segundo o
Alerta Rio, a estação meteorológica de São Cristóvão, a mais próxima do
Sambódromo, marcava 35,8 graus pouco antes das 16h, quando começou a leitura
das notas.
Veja abaixo como foi o desfile da campeã
A Vila Isabel retratou hábitos simples do povo do
interior e do campo, como a moda de viola, as visitas do “cumpadi”, as festas
no arraiá e as procissões. Última a desfilar, a escola entrou na avenida às
4h34. No final, às 5h55, o grito de "é campeã" ecoou das
arquibancadas.
(VÍDEOS AO LADO: Comissão de
frente; samba-enredo; carro abre-alas; bateria; Quitéria Chagas fala do
desfile; Martinho da Vila, destaque em carro; Sabrina Sato, rainha de bateria)
A Vila transformou a passarela do samba em
caminho da roça por meio de imagens identificadas com a vida no interior. A
bateria batucou fantasiada de espantalhos e a ala das baianas rodopiou com
roupas de joaninhas.
Alas emulando galos, gafanhotos, plantas
devoradas por pragas, formigas, verduras, legumes e flores também levaram um
pouco de ar puro para a avenida.
O enredo "A Vila canta o Brasil, celeiro do
mundo - Água no feijão que chegou mais um" foi desenvolvido com 3.700
componentes, espalhados em 31 alas. Para contar seus “causos”, a escola contou
com sete caros e dois tripés.
Martinho da Vila festejou seu aniversário de 75
anos no desfile. O sambista veio no carro "Os cumpadres chegaram",
sobre a casa rural, com direito a fogão de lenha e animais no quintal. A
intenção foi simbolizar o lado hospitaleiro do povo da roça. O samba de Martinho,
Arlindo Cruz, André Diniz, Tunico da Vila e Leonel foi defendido pelo
intérprete Tinga. Arlindo e Tunico, filho de Martinho, vieram no carro de som.
O posto de rainha da bateria foi da apresentadora
paulista Sabrina Sato. "Acho o enredo muito importante, o trabalhador do
campo é a alma do Brasil. Isso representa a dignidade do brasileiro",
disse Sabrina. "É uma homenagem merecida aos trabalhadores
brasileiros", completou a musa.
O desfile começou com a apresentação da terra do
agricultor, do despertar quando o homem vai para o campo. Ele veio representado
na frente da escola, protegendo sua plantação. O enorme carro abre-alas "O
planeta Terra e o Sol" simbolizou o trabalho duro e o sol forte,
importantes para uma boa colheita.
A bateria, fantasiada de espantalho, foi
comandada pelos mestres Paulinho e Wallan. O primeiro casal de mestre-sala e
porta-bandeira, Julinho e Rute, também apareceu fantasiado como espantalhos.
A comissão de frente, que há cinco anos é
coreografada pelo bailarino do Theatro Municipal Marcelo Misailidis, mostrou a
importância dos caixotes, que ajudam no transporte das riquezas do campo para
cidade. Ela teve quatro cenas diferentes: uma igreja, o caixote cheio de
alimentos, bailarinos em um recipiente de lama e um inseto no alimento.
No segundo setor, o carro Tatu marcou as agruras
do agricultor. Apareceram as representações das inundações e das secas que
atrapalham a colheita. O terceiro setor trouxe para a Sapucaí o carro
"Gafanhoto", com pragas do campo.
O lado produtivo do interior foi simbolizado com
a imagem do girassol. A renovação da vida apareceu no quarto e quinto setores,
com flores, frutas, legumes e produtos diversos. Também foram destacados os
imigrantes portugueses, italianos, ucranianos, japoneses e alemães, importantes
para o desenvolvimento da agricultura no Brasil.
O sexto setor mostrou a volta para casa, na fazenda, depois de um dia duro de trabalho. Houve menções às festas pela boa colheita, prosas com os compadres, procissões e quitutes do campo.
O sexto setor mostrou a volta para casa, na fazenda, depois de um dia duro de trabalho. Houve menções às festas pela boa colheita, prosas com os compadres, procissões e quitutes do campo.
“A vida no interior é simples, mas é uma festa.
Tem sempre alguém querendo contar um ‘causo’, aquela mesa farta e muita fé em
Deus e no trabalho para ter uma boa colheita”, explicou Rosa Magalhães. O
campeão de MMA José Aldo desfilou pela primeira vez no carnaval do Rio, com a
camisa da diretoria. “Acho que fico mais nervoso aqui porque é a primeira vez.
O diretor me chamou”, disse o lutador, confessando que não sabe sambar. Segundo
ele, a opção foi "dançar no estilo gringo".
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