sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Estudante 1ª colocada em medicina da Unifesp opta por estudar na USP



Vanessa Fajardo Do G1, em São Paulo

 Carolina Martines, de 17 anos, foi a primeira colocada no vestibular de medicina da Unifesp (Foto: Arquivo pessoal)
Carolina Martines, de 17 anos, foi a 1ª colocada no vestibular de medicina da Unifesp (Foto: Arquivo pessoal)

A primeira colocada no vestibular de medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) está acostumada a encabeçar listas de excelência por conta do seu bom desempenho escolar. Por sete anos, Carolina Minelli Martines, de 17 anos, foi considerada a melhor aluna do Colégio Bandeirantes, em São Paulo, onde concluiu o ensino médio no ano passado.

Apesar de ter sido a primeira na Unifesp, onde a concorrência do curso de medicina foi de mais de 115 candidatos por vaga, Carolina optou por estudar na Universidade de São Paulo (USP). A jovem reconhece a importância e qualidade de ensino da Unifesp, mas diz que a USP era a instituição que mais almejava, além disso seguiu os conselhos dos pais médicos antes da decisão. Carolina também foi aprovada em medicina na Universidade de Federal de São Carlos (Ufscar), e em direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Fundação Getulio Vargas (FGV).

“Eu sempre fui muito bem na escola, todo mundo falava que ia passar no vestibular. Mas é diferente ir bem no colégio e ir bem no vestibular. Tinha uma pressão minha mesmo. Achei que não fosse passar na Unifesp, achei minha redação ruim. Quando vi que fui aprovada em  primeiro comecei a chorar”, diz Carolina.

Para selecionar os candidatos do curso de medicina, a Unifesp utiliza o sistema misto com vestibular próprio e as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Se engana quem pensa que a jovem dedicou o último ano exclusivamente aos estudos. Ela conta que a preparação para o vestibular vem desde o ensino fundamental, mas no ano passado passava três dias na escola das 7h às 18h30 para aprofundar os conhecimentos. "Eu estudei muito, mas comecei na quinta-série. Quem quer medicina não pode estudar um ano só. Mas não dá para pecar pelo excesso, não deixei de viver por causa do vestibular. Tive fim de semana, saí, fui para balada e namorei."


A preparação para o vestibular não é só sentar e estudar, é preciso ser uma cabeça pensante e saber conversar sobre vários assuntos"
Carolina Martines,
estudante


Para ela, que dispensa estereótipos como gênia ou superdotada, nem só domínio técnico das disciplinas é necessário para sair da educação básica e ingressar no ensino superior. "A preparação para o vestibular não é só sentar e estudar, resolver exercícios, é preciso ser uma cabeça pensante, ter cultura, vivência, e saber conversar sobre vários assuntos."

Carolina diz que teve como aliada a qualidade do ensino do colégio onde estudou. O esporte também a ajudou a acalmar os nervos e aliviar o estresse, ela pratica handebol e não abriu mãos dos treinos no último ano.

Pesquisa sobre novas vidas

A escolha pela medicina foi influência da família da jovem que é formada por médicos. Além dos pais que são oftalmologistas, Carolina também tem tios e primos que estão na carreira. Ela, no entanto, nega qualquer tipo de pressão pela escolha. "Eles sempre me apresentaram os pontos positivos, mas nunca fui forçada." Sua irmã, Bruna, de 15 anos, parece ser umas das poucas que deve fugir à regra e cursar engenharia.

Ainda em dúvida sobre a especialidade a seguir, a princípio a jovem pensa em atuar com manipulação genética, fertilização in vitro e pesquisa sobre novas vidas. Depois de concluir a residência tem planos de fazer uma pós-graduação fora do país, hipótese que descartou neste momento. "Não era a hora de estudar fora para fazer faculdade. Eu gosto da minha casa, família, cachorro, namorado. Acho que não estava preparada."

Até o início das aulas na USP, Carolina terá de conter a ansiedade. Ela aproveita a lacuna pós provas para descansar, viajar e ver filmes, mas já faz planos para o trote dos veteranos no dia da matrícula na próxima segunda-feira (18). "O pessoal é super receptivo, quero muito entrar na brincadeira, fazer bagunça. Eu mesmo posso me pintar com o maior orgulho."


FONTE: G1 – O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO












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