O mosquito da Dengue (Foto: Divulgação)
Cientistas demonstraram nesta segunda-feira (8) que o vírus da dengue
adquire formas diferentes dependendo do ambiente em que ele está. A
descoberta deve ter implicações sobre a produção de vacinas contra a
doença.
A equipe de Michael Rossmann, da Universidade Purdue, nos Estados
Unidos, analisou o vírus da dengue usando um microscópio especial que
trabalha com diferentes temperaturas. Nele, observaram as transformações
pelas quais o vírus passa. As conclusões do estudo foram publicadas
pela “PNAS”, revista da Academia Americana de Ciências.
Em temperatura ambiente, o vírus tem uma superfície lisa. Porém, quando
a temperatura passa dos 33 graus, ele tende a ficar um pouco maior e a
adquirir uma superfície irregular, que infecta mais facilmente o corpo
dos mamíferos. Depois que a alteração ocorre, resfriar o vírus não o faz
retomar a estrutura original.
Na prática, isso quer dizer que o próprio corpo humano oferece ao vírus
um ambiente no qual ele se torna mais nocivo. O corpo do mosquito fica
em temperatura ambiente, geralmente abaixo dos 33 graus, onde o vírus
tem a superfície menos agressiva. Porém, o corpo humano se mantém a uma
temperatura em torno dos 37 graus e, desta forma, altera a estrutura do
vírus – isso ocorreu em 96% dos casos na experiência conduzida por
Rossmann.
Assim, os autores do estudo apontam que a diferença estrutural deve ser
levada em conta pelos cientistas que trabalham na elaboração das
vacinas. Afinal, os anticorpos precisam se ligar ao vírus, e esse
contato é feito na superfície do organismo.
Até o momento, não existe uma vacina considerada eficaz e segura contra
a dengue. Além do desafio em relação à estrutura do vírus, os
cientistas precisam também levar em conta que existem quatro subtipos –
cepas – diferentes, e que uma vacina deveria gerar proteção contra os
quatro.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
Nenhum comentário:
Postar um comentário