Restringir a dieta sobrecarrega os rins, causa fraqueza e faz mal ao coração.
Médicos alertam para a importância de manter o equilíbrio na alimentação.
Ingerir proteína é fundamental para manter o corpo funcionando, mas é
preciso muito cuidado com o excesso. Algumas pessoas recorrem a dietas
restritivas em proteína para perder peso, ganhar massa magra ou melhorar
o desempenho da musculação, mas esse excesso pode sobrecarregar o rim,
entupir artérias e até mesmo prejudicar o coração, como alertou o
endocrinologista Alfredo Halpern no Bem Estar desta quarta-feira (3).
De acordo com o médico, uma alimentação rica em proteína realmente
ajuda a emagrecer em um curto prazo de tempo, principalmente porque faz a
pessoa perder muita água. Mas em longo prazo, traz resultados ruins
porque a falta de outros elementos, como o carboidrato, pode provocar
também falta de energia e fraqueza e até favorecer o ganho de peso, caso
a pessoa abandone a dieta.
Isso acontece também com os outros elementos. Por exemplo, uma dieta
rica em carboidrato pode aumentar os radicais livres no organismo e, no
caso da gordura, a ingestão excessiva pode causar placas na artéria.
Por isso, os médicos recomendam sempre que, para manter uma dieta
segura e saudável, estejam presentes no prato todos os grupos
alimentares, mas sempre em moderação.
No caso de quem pratica esporte ou musculação, o consumo maior de
proteína realmente se faz necessário porque o organismo as utiliza para
construir e reparar o tecido muscular, favorecendo o ganho de massa
magra. O programa mostrou a história do adolescente Jackson, de 16 anos,
que mora em São José dos Campos e recorreu ao consumo de proteína na
dieta para ganhar massa magra.
De acordo com a pediatra Ana Escobar,
o excesso de proteína para quem quer ganhar massa magra, seja através
da alimentação ou também da suplementação – muito comum nas academias -,
também pode sobrecarregar os rins da mesma maneira. Fora isso, ingerir
uma quantidade exagerada de proteína pode também ser uma medida inútil
porque o organismo acaba não aproveitando e eliminando o excesso através
da urina.
A médica comentou também sobre o consumo de proteína na infância – a
criança deve consumir leite materno e só a partir do 1º ano de idade, o
leite integral. Essa medida é importante para evitar danos aos rins que
podem ser irreversíveis na vida adulta.
De acordo com o nefrologista Décio Mion, a recomendação é que a pessoa
consuma 1 grama de proteína por quilo que pesa. Por exemplo, quem tem 70
kg deve consumir 70 gramas de proteína diariamente. Porém, existem
casos atípicos como um churrasco ou um almoço em uma churrascaria que
contribuem para os excessos.
A repórter Daiana Garbin acompanhou a família Monari em uma reunião de
domingo e, após duas horas de refeição, mostrou que a quantidade de
proteína ingerida ultrapassou muito o limite diário recomendado - por
exemplo, um membro da família chegou a comer 781 g só de proteína.
No estúdio, o endocrinologista Alfredo Halpern mostrou como deve ser um
cardápio saudável de uma dieta de 2.000 kcal para uma pessoa de 70 kg,
com a quantidade ideal de proteína para ser consumida, sem contar os
carboidratos e outros nutrientes. Veja abaixo:
Café da manhã
1 ovo mexido
1 copo de leite
Almoço
100 g (peso cru) de filé mignon grelhado
Lanche
1 fatia de queijo branco
Jantar
80 g (peso cru) de filé de frango grelhado
No vídeo ao lado, o endocrinologista Alfredo Halpern e a pediatra
Ana Escobar respondem perguntas enviadas pelos internautas ao longo do
programa.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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