Segundo presidente interino, ex-embaixadores queriam assassiná-lo.
Plano também envolveria sabotar rede elétrica venezuelana.
O presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou neste
sábado (6) que os ex-embaixadores americanos Roger Noriega e Otto Reich,
ao lado da "direita salvadorenha", estão por trás de uma conspiração
para assassiná-lo e sabotar a rede elétrica do país, antes das eleições
de 14 de abril, nas quais é o candidato governista.
"O objetivo é matar, eles querem me matar porque sabem que não podem
vencer eleições livres. Por trás disto estão as mãos de Roger Noriega e
Otto Reich, e está a direita salvadorenha que enviou criminosos pagos
por eles para me assassinar", disse Maduro durante um ato eleitoral
exibido pelo canal estatal VTV.
Maduro disse ainda que o "grupo de mercenários entrou no país" e
planeja aumentar os homicídios para "exacerbar o temor público e seguir
sabotando" a rede elétrica venezuelana nos dias anteriores à votação.
Maduro cumprimenta eleitores durante campanha eleitoral na Venezuela neste sábado (6) (Foto: Juan Barreto/AFP)
"Assim, denuncio ao mundo e peço ao povo alerta máximo", completou no comício no estado de Bolívar (sul).
O candidato oficialista também acusou "setores vinculados" a seu rival,
o líder opositor Henrique Capriles, de estar por trás da conspiração.
A violência e a crise elétrica estão entre os principais problemas da Venezuela,
com 16.000 homicídios em 2012, segundo dados oficiais, e constantes
apagões e cortes programados em várias cidades do país, o que Capriles
atribuiu à ineficiência do governo.
Maduro também denunciou que tem uma foto e uma gravação de uma suposta
reunião entre uma funcionária da embaixada americana em Caracas e um
dirigente do partido Primeiro Justiça (a formação de Capriles) para
planejar um "apagão geral" em Bolívar, de onde procede grande parte da
geração de energia elétrica do país.
Ele disse que o governo pretende avaliar "a medida diplomática que corresponde".
No fim de março, o governo venezuelano rompeu um canal de comunicação
estabelecido no fim de 2012 entre Washington e Caracas, a pedido do
falecido presidente Hugo Chávez.
Recentemente, a Venezuela criticou as "declarações de ingerência" da
subsecretária adjunta para a América Latina dos Estados Unidos, Roberta
Jacobson, que pediu eleições "abertas, justas e transparentes". Além
disso, dois funcionários da embaixada americana em Caracas foram
expulsos, sob a acusação de conspirar contra o governo.
Washington respondeu com a expulsão de dois diplomatas venezuelanos.
Maduro já havia acusado Noriega e Reich de planejar um atentado, mas
contra a vida de Capriles, com o objetivo de desestabilizar a Venezuela e
"promover posteriormente uma intervenção estrangeira". Ele pediu ao
presidente americano Barack Obama a detenção do diplomata.
EUA e Venezuela não têm embaixadores em Washington e Caracas desde 2010.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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