domingo, 7 de abril de 2013

Maduro denuncia conspiração de diplomatas dos EUA para matá-lo

Segundo presidente interino, ex-embaixadores queriam assassiná-lo.
Plano também envolveria sabotar rede elétrica venezuelana.

Da France Presse

O presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou neste sábado (6) que os ex-embaixadores americanos Roger Noriega e Otto Reich, ao lado da "direita salvadorenha", estão por trás de uma conspiração para assassiná-lo e sabotar a rede elétrica do país, antes das eleições de 14 de abril, nas quais é o candidato governista.

"O objetivo é matar, eles querem me matar porque sabem que não podem vencer eleições livres. Por trás disto estão as mãos de Roger Noriega e Otto Reich, e está a direita salvadorenha que enviou criminosos pagos por eles para me assassinar", disse Maduro durante um ato eleitoral exibido pelo canal estatal VTV.

Maduro disse ainda que o "grupo de mercenários entrou no país" e planeja aumentar os homicídios para "exacerbar o temor público e seguir sabotando" a rede elétrica venezuelana nos dias anteriores à votação.

Maduro cumprimenta eleitores durante campanha eleitoral na Venezuela neste sábado (6) (Foto: Juan Barreto/AFP)Maduro cumprimenta eleitores durante campanha eleitoral na Venezuela neste sábado (6) (Foto: Juan Barreto/AFP)
 
"Assim, denuncio ao mundo e peço ao povo alerta máximo", completou no comício no estado de Bolívar (sul).

O candidato oficialista também acusou "setores vinculados" a seu rival, o líder opositor Henrique Capriles, de estar por trás da conspiração.

A violência e a crise elétrica estão entre os principais problemas da Venezuela, com 16.000 homicídios em 2012, segundo dados oficiais, e constantes apagões e cortes programados em várias cidades do país, o que Capriles atribuiu à ineficiência do governo.

Maduro também denunciou que tem uma foto e uma gravação de uma suposta reunião entre uma funcionária da embaixada americana em Caracas e um dirigente do partido Primeiro Justiça (a formação de Capriles) para planejar um "apagão geral" em Bolívar, de onde procede grande parte da geração de energia elétrica do país.

Ele disse que o governo pretende avaliar "a medida diplomática que corresponde".

No fim de março, o governo venezuelano rompeu um canal de comunicação estabelecido no fim de 2012 entre Washington e Caracas, a pedido do falecido presidente Hugo Chávez.

Recentemente, a Venezuela criticou as "declarações de ingerência" da subsecretária adjunta para a América Latina dos Estados Unidos, Roberta Jacobson, que pediu eleições "abertas, justas e transparentes". Além disso, dois funcionários da embaixada americana em Caracas foram expulsos, sob a acusação de conspirar contra o governo.

Washington respondeu com a expulsão de dois diplomatas venezuelanos.

Maduro já havia acusado Noriega e Reich de planejar um atentado, mas contra a vida de Capriles, com o objetivo de desestabilizar a Venezuela e "promover posteriormente uma intervenção estrangeira". Ele pediu ao presidente americano Barack Obama a detenção do diplomata.

EUA e Venezuela não têm embaixadores em Washington e Caracas desde 2010.


FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO

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