Imobilidade das pernas durante viagens longas pode provocar trombose
Hábito muito comum em viagens longas, ficar com as pernas paradas por muito tempo aumenta o risco de desenvolver trombose. Saiba mais sobre a doença e confira dicas e cuidados para que você esteja em constante movimento, seja no carro, ônibus ou avião
Reportagem: Monique Zagari Garcia
Com os calcanhares
apoiados no chão, movimente os pés
alternadamente para
cima e para baixo por cinco minutos,
repetindo o ciclo a
cada uma hora
Foto: Caio Mello |
Em época de férias e lazer, é
preciso adotar alguns cuidados para que sua viagem
não se torne uma experiência desagradável. Viajar por
longas horas, seja de carro ou avião, muitas vezes
resulta em um extenso período sem movimentar as pernas, o que
pode gerar diversos impactos negativos para a saúde. De acordo
com o angiologista Francisco Mansani Queda (SP), ficar com as pernas
paradas e em uma só posição por muito tempo (mais de duas
horas) provoca a redução do fluxo sanguíneo, ou seja,
a diminuição da velocidade do sangue dentro dos vasos, o que
pode provocar quadros de trombose, caracterizada pelo entupimento
de um vaso sanguíneo por formação de coágulo (trombo).
“As tromboses podem ser superficiais
quando acometem veias mais perto da pele, ou profunda,
quando atinge as veias do interior do corpo. Podem ser distais,
quando são apenas abaixo do joelho, ou proximais,
quando acometem veias acima do joelho. E há também a embolia
pulmonar, que acontece quando um trombo se desprende
e causa uma complicação circulatória nos pulmões. É muito grave
e pode ser fatal, apresentando sintomas como dores no peito,
falta de ar e tosse com eliminação de sangue”, explica Fábio Espírito
Santo, cirurgião vascular do Hospital São Camilo (SP).
Ary Elwing, angiologista e especialista em
cirurgia vascular periférica e tratamento a laser (SP) conta que sintomas como dores
na batata da perna, vermelhidão, aumento de temperatura e inchaço
(principalmente se uma perna fica maior que a outra) podem
indicar a doença. “As pessoas devem ficar atentas aos sinais
durante a viagem, pois muitas vezes a trombose é
silenciosa”, alerta o especialista. O médico lembra que o problema
pode ocorrer não só durante a viagem, mas também é frequente
em casos de obesidade, gestantes, mulheres que tomam pílulas
anticoncepcionais e fumantes. “Quem apresenta algum destes fatores tem
mais chance de desenvolver uma trombose venosa,
independente de realizar ou não uma viagem prolongada”,
alerta.
Dicas para evitar a doença e manter a boa circulação sanguínea em viagens longas
Alguns cuidados simples no dia a
dia podem evitar a trombose. O angiologista Francisco Mansani
Queda destaca os principais: “Para evitar o problema, é importante levar uma vida
saudável, com a realização de caminhadas e esportes;
evitar o tabagismo e adotar uma alimentação com pouco
gordura. Em alguns casos, para as pessoas com maior risco de
desenvolvimento da doença, pode também ser benéfica a ingestão de AAS –
Ácido Acetil Salicílico, que provoca o aumento da viscosidade
do sangue”.
Para usufruir em viagens longas,
Ary Elwing também listou algumas dicas que garantem o
movimento das pernas durante o trajeto: “Primeiramente, não
permaneça sentada por longos períodos. Caso esteja sentada por
um período de tempo moderado, eleve as pernas.
Durante a viagem é importante que faça exercícios:
com os calcanhares apoiados no chão, movimente os pés
alternadamente para cima e para baixo por cinco minutos, repetindo
o ciclo a cada uma hora. Jamais deixe de fazer pequenas
caminhadas durante o percurso e mantenha-se hidratada,
ingerindo bastante líquidos e evitando bebidas alcoólicas.
Lembre-se de usar roupas confortáveis e também converse com
seu médico sobre a necessidade de medicamentos e uso de meias
de compressão elástica. Em viagens aéreas, acomode
suas bagagens de mão no compartimento específico para que você tenha espaço
para esticar as pernas”, recomenda o expert no assunto.
Tratamentos para a cura
Quando perguntamos sobre como se dá a cura
da trombose, o cirurgião vascular Fábio Espírito Santo revelou que, em
casos em que o paciente não possui contraindicações, o tratamento
é feito com medicações anticoagulantes, que desequilibram
o sangue para que não ocorra a formação de coágulos.
Além disso, é importante procurar saber se não há algum fator oculto
que tenha favorecido a aparição da doença. “É fundamental que o diagnóstico
médico seja realizado a tempo de uma boa recuperação”,
lembra o angiologista Francisco Mansani Queda.
FONTE: UOL.COM
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