domingo, 6 de janeiro de 2013

Após errar cidade da prova, jovem do RJ chega atrasado e perde a Fuvest



Gabriela Gasparin Do G1, em São Paulo
 Reynaldo Machado, de 17 anos, foi informado que faria prova em Mogi das Cruzes, mas local correto era em São Paulo (Foto: Gabriela Gasparin/G1)
 Reynaldo Machado, de 17 anos, foi informado que faria prova em Mogi das Cruzes, mas local correto era em São Paulo (Foto: Gabriela Gasparin/G1)

Às 14h deste domingo (6), era para o estudante fluminense Reynaldo Machado, de 17 anos, estar em uma das salas de prova da segunda fase do vestibular Fuvest na capital paulista. Em vez disso, ele estava sentado - arrasado, com as mãos tremendo e os olhos cheios de lágrimas -, do lado de fora do portão do campus Villa-Lobos da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) na zona oeste da cidade de São Paulo, após chegar meia hora atrasado para o exame e não poder entrar. Reynaldo havia confundido o local de prova e ido para Mogi das Cruzes, a 63 km da capital, e não conseguiu voltar a tempo de pegar os portões abertos. Ele se inscreveu para o curso de arquitetura e urbanismo.

É um descaso isso (...). Foi falta de organização, porque um funcionário da universidade lá falou que meu local de prova era lá [em Mogi das Cruzes]"
Reynaldo Machado

Machado é de São Fidélis, no interior do Rio de Janeiro. Ele levou 12 horas de ônibus para chegar em São Paulo, no sábado (5). Como não conhece a cidade, recebeu a informação de que as provas seriam no campus da UMC que existe no próprio município de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. No sábado, ele foi até lá para calcular o tempo de percurso e disse que foi informado pelos funcionários da UMC que sua prova ocorreria naquele campus, em Mogi das Cruzes.

Na manhã deste domingo, chegou às 11h30 em Mogi das Cruzes – com antecedência para dar tempo de almoçar – quando viu que seu nome não estava na lista. Tentou correndo chegar até o campus em São Paulo a tempo, mas não conseguiu. Ele chegou às 13h30 e os portões fecharam às 13h.

 O estudante é de São Fidelis, no interior do Rio de Janeiro, e viajou 12 horas de ônibus até SP (Foto: Gabriela Gasparin/G1)
O estudante é de São Fidelis, no interior do RJ, e
viajou 12 horas de ônibus até SP
(Foto: Gabriela Gasparin/G1)

“É um descaso isso (...). Foi falta de organização, porque um funcionário da universidade lá falou que meu local de prova era lá, na UMC de Mogi das Cruzes. Peguei trem, peguei metrô, fui até Mogi das Cruzes. Eu não sou daqui, então eles deveriam me dar a informação correta, eu estava mostrando o endereço", relatou.

Ele explicou que foi informado que as provas seriam no campus de Mogi das Cruzes. "Eu fui para lá ontem, com antecedência, para calcular o tempo que eu ia demorar (...). Cheguei lá no campus, pedi informação aos funcionários, perguntei se era lá mesmo o local da prova, mostrei meu cartão de confirmação, eles olharam e disseram que era lá mesmo, ainda me mostraram o portão”, explicou.

Esforço

Bastante nervoso, Machado contou, ainda sentado na frente do portão fechado, que precisou trabalhar como garçom e economizar dinheiro para poder viajar até São Paulo, onde se hospedou em um albergue, e fazer a prova.

“Eu tenho ralado só para  ter o dinheiro para vir para São Paulo, porque que minha família não tem condições. Eu vim de uma cidade bem do interior mesmo do Rio de Janeiro (...). Quando não estou estudando, eu tenho trabalhado em tempo integral. Eu não tenho condições de ficar em São Paulo, mas eu vim para poder tentar passar”, explicou. Ele mora com a mãe, que trabalha como autônoma com festas e eventos.

Como não conseguiu entrar para o teste, ele disse que tentará entrar com recurso para fazer a prova outro dia. "Vou tentar entrar com recurso. Não custa nada, já estou aqui, depois de ter feito tudo isso. Queria pelo menos ter uma chance de fazer as outras provas."

O estudante, contudo, disse que já estuda curso técnico em edificações no Instituto Federal Fluminense e que faz estágio na área. Afirmou que foi bem no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e tentará passar em outras universidades.

“Toda derrota é um aprendizado. Se eu não conseguir, ainda tenho a esperança de conseguir alguma coisa [com o recurso], e eu não conseguir, é porque não era para mim. Não era minha vez, não era minha hora, mas eu ainda tenho esperança de passar pelo Enem em alguma universidade, mas meu sonho era aqui [a USP]. Eu dediquei tudo, botei fé em tudo, para poder vir para cá”

FONTE: G1 – O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO







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