Faminto após “ficar devendo” contra a Argentina, no último sábado, atacante faz quatro gols, belas jogadas e garante quarta vitória da Seleção de Dunga
Cingapura é ultramoderna. Figura entre os 10 países mais
ricos do mundo, sua paisagem impressiona com a baía rodeada por prédios imensos.
Mas, talvez, a alegria proporcionada por Neymar tenha sido algo único à
população. A cada toque do craque na bola, notava-se no estádio uma euforia e um êxtase de
quem não está lá muito acostumado a ver de perto a arte com os pés.
Os quatro gols do atacante contra o Japão não foram tão
impressionantes nem tão difíceis de serem construídos quanto o gigantesco hotel
de três torres, com uma “piscina infinita” no topo, mas o sorriso de quem viu e
aplaudiu mostrou que o futebol ainda é incomparável.
Neymar foi o maior nome da goleada da seleção brasileira por
4 a 0, e chegou a sete gols em três jogos contra os japoneses.
Neymar comemora um de seus gols com o tradicional soco no
ar. Atacante marca quatro vezes contra o Japão (Foto: AFP)
Após o triunfo sobre a Argentina, ele havia dito que “ficou
devendo” em razão dos gols perdidos. A atuação deixou claro que isso martelou
em sua cabeça por três dias. Atacante, capitão, camisa 10, ele veio buscar a
bola com os volantes. Sofreu falta, ameaçou bater, recuou, bateu, acertou a
trave, correu, pegou o próprio rebote, tentou driblar... Quanta fome!
Resolver sozinho é mais difícil. Ele teve, então, passes
precisos de Diego Tardelli e Phillipe Coutinho para abrir vantagem, no primeiro
e no início do segundo tempo. No primeiro gol, como seu parceiro de dança
preferido, Robinho, não estava em campo para dançar com ele, o jogador do
Barcelona correu até o banco.
No quarto jogo com Dunga, a Seleção teve bom volume. Não ter
um camisa 9 fixo mostra-se uma decisão correta. A defesa se manteve sem sofrer
gols, e cada minuto de Miranda em campo torna ainda mais inacreditável sua
ausência na última Copa do Mundo. Dessa vez com Gil ao seu lado, ele jogou pela
esquerda da zaga.
Neymar aponta o número três com os dedos indicando os três
gols que marcou diante do Japão (Foto: AP)
No segundo tempo, o contra-ataque reinou. Neymar e três
jogadores que entraram – Phillipe Coutinho, Robinho e Kaká –, perderam ótimas
chances. Everton Ribeiro, Mário Fernandes e Souza também jogaram na etapa
final. Estavam todos em campo quando o craque aproveitou rebote de chute de
Coutinho, e cruzamento de Kaká, para fechar a vitória.
Jogadores da Seleção comemoram o gol de Neymar (Foto: Reuters)
Foi
o 15º hat-trick da carreira de Neymar (um deles no Sul-Americano
sub-20, disputado no Peru). Com os gols, ele passou a ser o sétimo maior
goleador da história da seleção brasileira, com 40 gols. Ele
ultrapassou nesta terça-feira Ademir Menezes e Lêonidas da Silva e se
igualou a Rivellino. A última vez que um jogador marcou quatro vezes
pela Seleção foi em 2000. Naquela ocasião, Romário foi o autor da
façanha.
O Japão, que começou com jogadores mais famosos, como Honda
e Nagatomo, no banco, só assustou em dois chutes: o de Kobayashi, lindo, passou
perto. O de Okazaki acertou a parte externa da trave. Mas, assim como na Copa,
fez menos do que se esperava. À exceção da torcida. Segundo a federação do
país, organizadora do evento, foram mais de 31 mil no estádio.
Cingapura também é conhecido como país das
multas e proibições. Não se vende chiclete para que não seja jogado na rua, não
pode atravessar a rua fora da faixa de pedestres, não pode nem mesmo andar nu
dentro de casa (é verdade!). Na terra do “não pode”, não aplaudir Neymar deveria
ser considerada falta grave.
Neymar comemora um de seus gols com os braços abertos na vitória da Seleção por 4 a 0 (Foto: Reuters)
FICHA TÉCNICA
JAPÃO
Kawashima, Sakai, Shiotani e Ota; Morishige, Morioka (Honda), Shibasaki, Tanaka (Hosogai) e Taguchi; Okazaki, Kobayashi (Muto)
Técnico: Javier Aguirre
Kawashima, Sakai, Shiotani e Ota; Morishige, Morioka (Honda), Shibasaki, Tanaka (Hosogai) e Taguchi; Okazaki, Kobayashi (Muto)
Técnico: Javier Aguirre
BRASILJefferson,
Danilo (Mario Fernandes), Miranda, Gil e Filipe Luís; Luiz Gustavo
(Souza), Elias (Kaká), Oscar (Philippe Coutinho) e Willian (Everton
Ribeiro); Neymar e Diego Tardelli (Robinho)
Técnico: Dunga
Técnico: Dunga
Local: Estádio Nacional de Cingapura
Gols: Neymar, aos 17 minutos do primeiro tempo; Neymar, aos 2, 31 e 35 minutos do segundo tempo
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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