Governo brasileiro está em contato com outros países, como EUA.
Polícias estaduais terão todo o efetivo nas ruas; Força Nacional virá ao Rio.
Peregrinos ocupam ruas de Madri durante Ato Central na JMJ de 2011 (Foto: Ana Paula/ Arquivo Pessoal)
O governo brasileiro está trocando informações com governos de outros
países para detectar possíveis ameaças externas que coloquem em risco a
segurança de peregrinos e do Papa Francisco durante a Jornada Mundial da
Juventude (JMJ), que será realizada de 23 a 28 de julho no Rio de Janeiro. A informação é do Ministério da Justiça.
Apesar do Brasil não ter histórico de atentados terroristas, essa é uma
das principais preocupações em relação à segurança pública nos grandes
eventos previstos no Brasil. Após a Copa das Confederações, a JMJ será
um desafio para as autoridades levando em consideração algumas
características peculiares do evento como a grande quantidade de
público, e o fato dos peregrinos ficarem "espalhados" pela cidade, em
várias atividades paralelas.
A jornada deve atrair cerca de 2,5 milhões de pessoas do Rio, cerca de
um terço da população da cidade, que é de 6,3 milhões, segundo dados do
Censo 2010 do IBGE.
"A Jornada Mundial da Juventude traz complexidades diferentes em razão
da quantidade de pessoas envolvidas, diferentemente da Copa do Mundo e
das Olimpíadas que têm presença menor de público.
A nossa maior
preocupação é a grande quantidade de pessoas. Em qualquer lugar do
mundo, em um evento dessa proporção, tem que se adotar uma série de
medidas para garantir a movimentação dessas pessoas da maneira mais
segura e tranquila", afirmou o coordenador de operações da Secretaria
Extraordinária de Segurança de Grandes Eventos (Sesge) do Ministério da
Justiça, José Monteiro.
Ligação direta: Brasil-EUA
A chegada de tantos turistas nacionais e internacionais, aumentando a circulação de pessoas na cidade, exigirá um esforço de inteligência para identificar ameaças terroristas. O atentado na maratona de Boston (EUA), no dia 15 de abril, que deixou três mortos e mais de 280 feridos, alertou o governo brasileiro.
A chegada de tantos turistas nacionais e internacionais, aumentando a circulação de pessoas na cidade, exigirá um esforço de inteligência para identificar ameaças terroristas. O atentado na maratona de Boston (EUA), no dia 15 de abril, que deixou três mortos e mais de 280 feridos, alertou o governo brasileiro.
"É claro que isso chama a atenção, mas nós estamos trabalhando com
todas as possibilidades de criminalidade desde o início. Isso nos faz
ter certeza de que o planejamento foi construído da maneira correta.
Estamos em conversação com o governo americano para ter mais infomações.
Temos tido contato com diversos países para que haja benefício à
segurança nesses grandes eventos. Qualquer informação que outro país
julgue útil para o governo brasileiro será passada para que possamos
tomar as providências necessárias", frisou José Monteiro.
'Colados' no Papa
A segurança aproximada do Papa Francisco envolverá 60 agentes da Polícia Federal, em regime de escala, de acordo com a coordenação de segurança da Sesge. Dentre eles, há atiradores de elite e um agente que ficará "colado" no Pontíficie durante todo o tempo.
A segurança aproximada do Papa Francisco envolverá 60 agentes da Polícia Federal, em regime de escala, de acordo com a coordenação de segurança da Sesge. Dentre eles, há atiradores de elite e um agente que ficará "colado" no Pontíficie durante todo o tempo.
Papa Francisco passa por fiéis na Praça São Pedro (Foto: Alessandro Bianchi/Reuters)
Acostumado a atuar junto a chefes de estado, esse tipo de policial tem
um treinamento diferenciado com o objetivo de proteger a pessoa – até
mesmo se jogando na frente de um tiro – e retirá-la do local rapidamente
caso haja qualquer perigo.
Chamado no jargão policial de "mosca", esse policial será a "sombra" do
Pontíficie no Rio e ficará até mesmo no altar, um pouco atrás do Papa
Francisco, durante as missas.
Numa escala de 1 a 4, o esquema de segurança aproximada do Papa é nível
1 – a mais rigorosa. Segundo a coordenação de segurança da Sesge, o
tratamento é semelhante ao dispensado ao presidente dos EUA, Barack
Obama, durante visita ao Brasil em 2011. A diferença é que os chefes de
estado costumam frequentar ambientes fechados, ao contrário do Papa que
fica mais exposto por ser, além de chefe de estado, líder religioso.
Acompanhados do chefe de segurança do Vaticano, os policiais federais
assumem a segurança do Papa logo na chegada à Base Aérea do Galeão, no
Rio. Os agentes acompanham o Pontíficie também nos trajetos percorridos
com helicópteros das Forças Armadas.
Esforço máximo no policiamento
Embora o esquema de policiamento das forças estaduais de segurança não esteja totalmente definido até a divulgação da agenda oficial do Papa Francisco durante a JMJ, a Subsecretaria Extraordinária de Grandes Eventos da Secretaria de Segurança do Rio informou que empregará todo o efetivo no policiamento.
Embora o esquema de policiamento das forças estaduais de segurança não esteja totalmente definido até a divulgação da agenda oficial do Papa Francisco durante a JMJ, a Subsecretaria Extraordinária de Grandes Eventos da Secretaria de Segurança do Rio informou que empregará todo o efetivo no policiamento.
De acordo com a Secretaria de Segurança, em todo o estado, são cerca de
44 mil policiais, entre civis e militares. Policiais de outros
municípios podem reforçar o patrulhamento ostensivo na capital. Para o
subsecretário Roberto Alzir, essa será a operação "mais complexa" de
segurança realizada no Rio.
"O secretário José Mariano Beltrame, com autorização do governador
Sérgio Cabral, já transmitiu às duas polícias que todo e qualquer homem
disponível durante esse período deverá ser mobilizado para essa operação
porque provavelmente será a operação mais complexa de segurança que
vamos realizar no Rio de Janeiro, se aproximando do que serão as
Olimpíadas. Então, férias, licenças e cursos estão sendo suspensos",
disse Alzir, acrescentando que os policiais vão trabalhar através do
Regime Adicional de Serviço (RAS), que remunera os agentes que trabalham
no período de folga.
De acordo com o Ministério da Justiça, o policiamento ostensivo nas
ruas será reforçado por 1.700 agentes da Força Nacional de Segurança que
serão enviados ao Rio de Janeiro. Como o G1 já havia informado, o esquema de segurança conta ainda com 12.500 militares das Forças Armadas, além de policiais federais e rodoviários federais.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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