terça-feira, 7 de maio de 2013

Aos 68 anos, mulher embarca para se casar na Suécia com antigo amor

Casal se conheceu há 50 anos e teve uma filha durante o namoro.


Moradora de Mogi das Cruzes, Elisabete Sousa viaja nesta terça.

Pedro Carlos Leite Do G1 Mogi das Cruzes e Suzano
Casal em Mogi das Cruzes em 1963 e depois em 2012 (Foto: Arquivo pessoal)Casal em Mogi das Cruzes em 1963 e depois em 2012 (Foto: Arquivo pessoal)
 
Na noite de segunda-feira (6), a funcionária pública aposentada Elisabete Sousa se dividia entre arrumar as malas para uma longa viagem e atender aos telefonemas de sobrinhos, filhos e amigos que vinham se despedir. Nesta terça-feira (7) a moradora de Mogi das Cruzes, na Região Metropolitana de São Paulo, fará, aos 68 anos, sua primeira viagem internacional. Seu destino será atravessar meio planeta para, na Suécia, finalmente se casar com um amor de juventude. Depois de dois casamentos, seis filhos, 14 netos e quatro bisnetos ela vai começar uma nova fase ao lado de Karl Wikman – com quem tem uma filha, fruto do primeiro encontro dos dois,há 52 anos.

“Acredito que minha história traz uma mensagem de otimismo para quem acha que nada mais pode acontecer na vida”, afirma Elisabete. A história começou quando a família de Karl veio da Suécia para Mogi das Cruzes no início da década de 60. Engenheiro, pai de Karl, veio trabalhar em uma indústria de celulose na região.

Elisabete se encantou pelo rapaz, que tinha sua idade. Engataram um namoro entre 1961 e 1963 e, quando tinham 19 anos, Elizabebete engravidou. Eles continuaram juntos até a metade da gestação. “Quando eu estava de seis meses a família dele precisou voltar para a Europa. Ele tinha que prestar dois anos de serviço militar obrigatório na Suécia e além disso era muito menino. Mas ele prometeu que depois do Exército voltaria para casar comigo”, conta.

Elizabete arrumando as malas pouco antes da viagem (Foto: Pedro Carlos Leite/G1)Elizabete arrumando as malas na véspera da
viagem (Foto: Pedro Carlos Leite/G1)
 

Andrea
Do namoro dos dois nasceu Andrea, que herdou os cabelos loiros e a pele clara do pai. Porém, a vida traçou um caminho diferente para Elisabete e Karl. “Eu acho que é destino. Acabei me casando com outro homem aqui em Mogi e um mês depois de casada recebi uma carta do Karl dizendo que estava voltando para o Brasil para ficar comigo. Não tive coragem de avisar que já estava comprometida”, recorda a mulher. Uma de suas amigas se encarregou de dar a notícia a Karl.

Depois desse momento, o contato entre Elisabete e Karl esfriou, embora ele sempre mantivesse a comunicação com a filha brasileira. “Ele sempre mandou cartas e telefonava nos aniversários dela. Depois de uns seis anos que me casei ele acabou se casando também e formou família por lá”, explica Elizabete.

Nos anos seguintes, parte da família sueca de Andrea veio conhecê-la. “Quando fiz 15 anos, meu avô veio me conhecer, depois meus tios. De tempos em tempos vinha alguém”, conta Andrea.


Flores suecas
Foi há cerca de nove anos que uma coincidência começou uma aproximação mais intensa de pai e filha. “Meu pai conheceu um amigo na Suécia que tem família justamente em Mogi das Cruzes. Quando voltou para cá, essa pessoa me procurou e trouxe flores. Ele me disse ‘essas flores são do seu pai’”, conta Andrea.

Festa em família (Foto: Divulgação)Da esq para a dir: Elisabete, Karl, duas das outras filhas de Elisabete e Andrea (Foto: Arquivo pessoal)
 
Mais alguns anos, e em novembro de 2011, Karl fica viúvo. Meses depois, ele finalmente aceita um antigo pedido da filha. “Todo fim de ano nós fazemos uma festa grande para reunir todos os primos da família. Eu o chamei e em dezembro de 2012 ele veio participar”, conta Andrea.

A esta altura da vida, Elisabete já estava há 20 anos divorciada de seu segundo casamento. Além de Andrea, ela levou outros cinco filhos de seus relacionamentos seguintes, todos já com sua própria família.


O amor reacende
Foi ainda no aeroporto de Guarulhos que Elisabete sentiu a antiga paixão renascer – ou apenas despertar depois de um breve sono. “Quando a gente se reencontrou parecia que estávamos separados há apenas uma semana. Foi mágico, coisa de destino mesmo. Cinco dias depois, no dia de Natal de 2012, ele me pediu em casamento”, conta Elisabete.

E agora? “Todo mundo dá a maior força. Os colegas de trabalho dos meus filhos quando ficam sabendo da história só me mandam parabéns”, afirma a noiva.

Os próximos passos já estão bem traçados. A primeira parada de Elisabete na Europa será na Espanha, onde ficará alguns dias com a irmã de Karl. Depois, ela vai para a Suécia, onde se encontrará com Karl e casará no civil. “Ficaremos lá até agosto, quando voltamos para Mogi para casar no religioso e montar uma casa nova para viver aqui”, conta Elisabete.


FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO

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