José Ricardo Leite
Do UOL, no Recife
A Itália superou a forte torcida contra e até gritos de olé quando perdia por 2 a 0, mas conseguiu uma heroica vitória por 4 a 3, de virada, sobre o Japão, nesta quarta-feira, na Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, na Grande Recife, e garantiu vaga nas semifinais da Copa das Confederações.
Com o resultado, o time italiano se igualou ao Brasil no Grupo A, com seis pontos cada um. Ambos jogam no próximo sábado, na Arena Fonte Nova, em Salvador, para saber quem é o primeiro e o segundo colocado.
A seleção brasileira jogará pelo empate para liderar a chave pelo fato de ter um melhor saldo de gols. Quem sair como primeiro pega o segundo colocado do Grupo B e provavelmente enfrentará a campeã mundial Espanha só na final.
A Arena Pernambuco escancarou sua torcida para o país asiático desde o começo do jogo e parecia mais um jogo em Tóquio. Os simpatizantes da Azzurra que tentaram puxar gritos de “Itália, Itália” logo foram cobertos por vaias e contra-atacados com coros favoráveis japonês.
As vaias apareciam também em cada toque de bole do time azul. Já o lado japonês era só festa. Cada bola vencida em disputa ou chute a gol, mesmo que sem perigo, eram só aplausos.
A arena estava também repleta de torcedores com camisas da seleção brasileira e dos principais clubes do Estado, Santa Cruz, Sport e Náutico. Várias vezes foi ouvido o grito “Ah, é Pernambuco”.
O Japão tinha uma postura tática com oito jogadores e o goleiro atrás da linha da bola e apenas os rápidos Maeda e Kagawa na frente. A dupla infernizou a defesa italiana, que tinha dificuldades para frear os contra-ataques.
O Japão foi melhor desde o início e quase já marcou aos 5min. Kagawa avançou pela esquerda e cruzou na cabeça de Meda, mas Buffon defendeu bem a testada do atacante.
Quando tinha a posse de bola, a Itália não sabia o que fazer para furar o aplicado time japonês. Balotelli ficava muito isolado e era bem marcado.
Depois de assustar em alguns chutes de fora da área e jogadas de velocidade, o Japão achou seu gol em uma bobeira italiana. Aos 20min, De Sciglio recuou mal, e Okazaki chegou antes de Buffon na disputa de bola e foi derrubado. O árbitro marcou pênalti polêmico e foi muito contestado pelos italianos. Honda cobrou e converteu: 1 a 0.
A equipe azul continuava a sofrer, e o técnico Cesare Prandelli decidiu mudar rápido. Aos 30min, sacou o meio-campista Aquilani para a entrada do meia-atacante Giovinco. De nada adiantou, e o comandante da equipe azul viu seu time levar mais um dois minutos depois. Depois de bola levantada na área, Chiellini perdeu disputa para Kagawa, que deu belo chute de primeira, no canto esquerdo de Buffon: 2 a 0.
Depois disso, ainda no primeiro tempo, a torcida foi ainda mais ao delírio. A cada boa jogada gritos efusivos acompanhados pelo tradicional “olé” a cada bola tocada de lado pela equipe japonesa.
A Itália conseguiu descontar com a bela qualidade de seu maestro, Pirlo. Aos 40min, ele bateu escanteio na cabeça de De Rossi, que testou forte para o fundo do gol: 2 a 1. Empolgados, os italianos melhoraram no fim do primeiro tempo e ainda mandaram uma bola na trave, nos acréscimos, com Giovinco.
No segundo tempo, a Itália manteve o embalo do final da etapa anterior e com menos de sete minutos virou o jogo. Aos 4min, Giaccherini cruzou da esquerda e Uchida tentou cortar e mandou a bola contra o próprio gol.
Apenas dois minutos depois, Giovinco chutou e a bola bateu na mão de Hasebe. O árbitro assinalou pênalti. Balotelli cobrou e converteu.
Mas o jogo continuava aberto e franco, e o Japão usou de uma arma utilizada pelos italianos para marcar: a bola parada. Aos 23min, após cobrança de falta da direita, Okazaki se antecipou à zaga italiana e cabeceou para empatar.
O Japão teve a chance de desempatar aos 36min, mas mandou duas vezes a bola na trave após contra-ataque e jogada armada por Okazaki.
O time japonês acabou castigado aos 40min. Após bela jogada pela direita, Giovinco apareceu na área para definir a partida: 4 a 3.
FONTE: UOL COPA
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