O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no encerramento do Congresso Estadual do PSDB, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Foto: Roney Domingos / G1)
"Temos tudo para vencer. Mas a vitória começa e passa pela unidade do PSDB. Eu cansei de ver o PSDB dividido. Chega!", afirmou o ex-presidente em discurso de encerramento do Congresso Estadual do PSDB na Assembleia Legislativa de São Paulo, ao lado do presidente nacional do partido, Sérgio Guerra.
Integrantes do PSDB estão descontentes com a candidatura do senador mineiro Aécio Neves para o comando da legenda. O ex-governador de São Paulo José Serra não participou de evento na semana passada que lançou o nome de Aécio. Aécio é também o provável nome disputar a Presidência da República em 2014, o que é alvo de contestações do grupo de Serra, derrotado na última eleição presidencial.
Em sua fala, Fernando Henrique pediu também que, antes de comparar legados, o partido deve pensar em "discutir o futuro". "O que o PSDB tem a oferecer não é comparar legado com legado, o passado passou. Daqui para frente, nós de novo, somos nós a bola da vez", afirmou.
O diretório estadual discutiu neste sábado um documento chamado "Carta de São Paulo", sobre as diretrizes que o partido deverá adotar nos próximos anos. A carta será levada ao Congresso Nacional do PSDB, que acontece em maio.
Área social
Ao discursar, Fernando Henrique reconheceu méritos nas gestões de Lula e Dilma Rousseff na área social social, mas disse que agora é preciso avançar.
"Hoje, para alegria de todos nós, as camadas mais pobres têm maior capacidade de consumo, isso começou por nós. O governo Lula e o governo Dilma fizeram bem, como fez bem agora ao dar benefícios trabalhistas às empregadas domésticas. Tudo que é positivo no social tem de ter apoio do PSDB. Fizeram, bem mas não fizeram o suficiente. Porque agora esses milhões que estão com maior capacidade de renda querem qualidade", destacou.
O ex-presidente disse que o partido precisa mudar a forma de se comunicar para se aproximar da população. "Não precisa falar de gestão, choque de gestão. Tudo bem, isso é para nós. Nós temos de fazer. Choque é desagradável, ninguém gosta de sentir choque. O povo gosta de sentir é carinho, gosta de sentir eficiência, de quem está junto, de quem está perto", frisou.
Apesar da referência positiva sobre o social, FHC criticou decisões na área econômica. "Cada dia eles pensam uma coisa diferente. Não sabem se vão fazer concessão ou não vão, se a taxa de retorno vai ser cinco, vai ser sete, vai ser oito. Há uma certa indecisão."
Depoimento de Valério sobre Lula
Após o evento, Fernando Henrique falou rapidamente sobre a decisão do Ministério Público Federal do Distrito Federal de pedir investigação sobre parte do depoimento em que o operador do mensalão, Marcos Valério, acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter conhecimento e ter se beneficiado do esquema do mensalão.
"Não conheço os dados. Não posso falar nada. Se eles viram alguma coisa, têm que investigar, mas eu não conheço."
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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