Por Leandro Canônico e Márcio Iannacca Direto de Londres, Inglaterra
Luiz Felipe Scolari encontrou seu salvador na
Seleção. Após marcar contra Inglaterra (derrota de 2 a 1) e Itália (empate de 2
a 2), Fred evitou novo fracasso do Brasil em Londres nesta segunda-feira ao
balançar a rede aos 44 do minutos do segundo tempo: 1 a 1 com a Rússia, no
estádio Stamford Bridge, a casa do Chelsea.
Este foi o último jogo com a Seleção completa,
contando com "estrangeiros", antes da convocação final da Copa das
Confederações. O gol salvador marcado por Fred, no entanto, não apaga a péssima
atuação do Brasil diante da Rússia, sensação das eliminatórias da Europa para a
Copa do Mundo com 100% de aproveitamento.
Durante a maior parte do jogo, os russos foram
superiores à seleção brasileira. Quando tinha bola, o time verde-amarelo quase
não chutou a gol. Foram poucas as jogadas de perigo criadas. A partida talvez
tenha sido a pior sob o comando do novo técnico, que terá muito trabalho para
montar o grupo para a Copa das Confederações.
Neymar, a principal esperança do Brasil para a
Copa do Mundo de 2014, dessa vez não sofreu apenas com a antipatia já
tradicional dos ingleses contra ele. Mas também dos brasileiros. Uma parte
pequena da torcida chamou o atacante santista de pipoqueiro. Kaká, que tinha
uma prova de fogo para tentar se firmar, foi aplaudido e vaiado quando saiu.
Hulk, que entrou no lugar de Oscar no segundo tempo, foi o melhor do Brasil.
Antes de definir o grupo para a Copa das
Confederações, a seleção brasileira tem apenas mais dois desafios. Ambos
somente com jogadores que atuam no futebol nacional. No dia 6 de abril, encara
a Bolívia, em Santa Cruz de la Sierra. E no dia 25 do mesmo mês, o desafio é
contra o Chile, no Mineirão, em Belo Horizonte.
Rússia joga melhor; Neymar é chamado de
pipoqueiro
Se no empate por 2 a 2 com a Itália, na última
quinta-feira, em Genebra, os 2 a 0 parciais do primeiro tempo apagaram o sufoco
que a seleção brasileira passou, o 0 a 0 da etapa inicial do jogo contra a
Rússia deixou ainda mais claro que Luiz Felipe Scolari
terá muito trabalho para montar um time para a Copa das Confederações e para o
Mundial de 2014.
Invicta nas eliminatórias, a Rússia engoliu a
Seleção nos primeiros 15 minutos. Com uma chance atrás da outra, fez os
brasileiros baterem cabeça. A primeira oportunidade dos russos foi logo aos
dois minutos, em falta cobrada por Ignashevich e defendida por Julio César.
Era só o começo da pressão. Depois, Kolorin
chegou com perigo, assim como Kerzhakov e Gluschakov. Esse último só não abriu
o placar para os russos porque Hernanes apareceu bem na hora para travar, aos
12. Quando tinha a posse de bola, a seleção brasileira desperdiçava com
facilidade.
Sem explorar bem as laterais (Daniel Alves errou
muito, e Marcelo estava marcando mais do que atacando), as tentativas pelo meio
foram frustrantes. Mais uma vez tímido, Neymar voltou a contar com a antipatia
dos ingleses. Aos 16 minutos, o atacante do Santos foi vaiado por ter cometido
uma falta.
A antipatia com Neymar, porém, não partiu apenas
dos estrangeiros. Até brasileiros pegaram no pé do craque depois de duas
chances desperdiçadas. Na primeira, aos 27, ele chutou para fora. E na segunda,
aos 32, ele tentou firula e desperdiçou a jogada. Em ambas, alguns brasileiros
gritaram pipoqueiro.
Com o quarteto ofensivo (Kaká, Oscar, Neymar e
Fred) sem brilho, a Seleção era presa fácil para os russos, que chegaram
novamente com perigo aos 40, em chute de Fayzulin. Em resumo, a Rússia teve
atuação melhor, principalmente por ter criado chances muito mais reais que as
do Brasil.
Fred salva a Seleção nos minutos finais
Felipão deu mais um voto de confiança para o time
que iniciou a partida e a seleção brasileira voltou para o segundo tempo sem
alterações. Assim como a Rússia. O Brasil, no entanto, tinha os mesmos
problemas. Kaká e Oscar não conseguiam criar. Neymar e Fred apareciam pouco. E
os erros persistiam.
Kaká teve última chance para
convencer Felipão (Foto: Wander Roberto /
Vipcomm)
As trocas de passes dos brasileiros pareciam
inseguras. Sem convicção. Bem diferente dos russos, que quando tinham a bola
conseguiam chegar rapidamente ao ataque. Mesmo que sem finalizar. Diante da
dificuldade brasileira, Kaká resolveu acelerar o jogo. Mas o meia do Real Madrid
não conseguia fazer a bola girar.
Faltava ao Brasil arriscar mais. Chutar mais.
Felipão, no primeiro tempo, já havia cobrado mais finalizações. Mas a Seleção
persistia no erro de tentar chegar mais perto do gol. Aos dez minutos, Kaká fez
ótima jogada pelo meio e tabelou com Fred. Mas foi facilmente interceptado
antes da conclusão.
Aos 13 minutos, o Brasil teve uma rara chance em
cobrança de falta. Bem perigosa. Mas David Luiz acertou na barreira. E no
rebote, mandou na zaga. O segundo bom chute da Seleção no jogo veio só aos 19
minutos. De perna direita, o lateral-esquerdo Marcelo tentou. Mas Gabulov
defendeu.
Felipão fez a primeira alteração aos 22 minutos,
quando colocou Hulk no lugar de Oscar. Ao entrar em campo, o atacante do Zenit
foi vaiado. Aos poucos, a seleção brasileira tentava criar mais jogadas, mas os
erros de passe eram fatais. Sem conseguir criar perigo, nada mais natural do
que levar sufoco. E gol.
Aos 27 minutos, a Seleção sofreu um bombardeio
russo. Kerzhakov finalizou, e Hernanes salvou. Na sequência, Shirokov bateu e
Fernando, em cima da linha, evitou o gol. Mas a finalização de Fayzulin ninguém
parou. Em chute forte, o meio de campo russo colocou o time europeu em
vantagem: 1 a 0.
Aos trancos e barrancos, o Brasil foi em busca do
empate. Aos 40, Hulk pedalou pela esquerda da área e foi derrubado por
Eschenko, que levou amarelo, quase em cima da linha. Mas a cobrança de falta de
Hernanes foi muito ruim, por cima do travessão.
O gol salvador saiu aos 44. Marcelo iniciou a
jogada pela esquerda, tabelou com Hulk, entrou na área e rolou para Fred, que
tocou de primeira, sem defesa para Gabulov. Três gols do atacante do Fluminense
em três jogos com Felipão, que agora tem dois empates e uma derrota no comando
da Seleção após seu retorno.
BRASIL 1 X 1 RÚSSIA
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Julio César, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e
Marcelo; Fernando, Hernanes, Oscar (Hulk) e Kaká (Diego Costa); Neymar e
Fred.
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Gabulov;
Anyukov (Dmitri Kombarov), V. Berezutsky, Iganashevich e Eschenko; Shirokov,
Glushakov, Fayzulin, Bystrov (Oleg Shatov); Kerzhakov e Kokorin (Zhirkov,
depois Maxim Grigoriev)
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Técnico:
Luiz Felipe Scolari
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Técnico: Fabio
Capello
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Gols:
Fayzulin, aos 27 do segundo tempo; Fred, aos 44 do segundo tempo
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Cartões
amarelos: Hernanes (Brasil), Eschenko (Rússia)
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Local: Estádio Stamford Bridge,
Londres. Público: 35.206
pessoas. Data: 25/3/2013.
Árbitro: Howard Webb (ING). Auxiliares: Darren Cann e
Peter Kirkup (ING)
FONTE: G1 – O PORTAL DE
NOTÍCIAS DA GLOBO
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