Da EFE
John Lennon e Yoko Ono (Foto: Divulgação)
Yoko Ono completa 80 anos nesta segunda-feira
(18) sem que a idade detenha seu trabalho artístico e seu ativismo, que nos
últimos meses esteve centrado na luta contra o "fracking", discutida
técnica de extração de hidrocarbonetos, e na defesa do fundador do Wikileaks, Julian Assange.
Artista plástica, música e cineasta de vanguarda,
ativista e viúva ilustre de John Lennon, Yoko Ono vive em Nova York desde 1951
e a passagem do tempo não diminuiu sua energia, já que nos últimos meses também
manteve uma intensa atividade. Yoko celebrará seu aniversário com um show na
famosa sala Volksbühne de Berlim, na qual se apresentará junto com a Plastic
Ono Band, liderada por seu filho Sean Lennon.
Por ocasião de seu aniversário, seus fãs poderão
felicitá-la ou deixar mensagens no site www.imaginepeacetower.com
ou via Twitter, onde Yoko tem 3,4 milhões de seguidores e escreve frequentes
mensagens – uma das últimas, neste sábado, era: "É muito importante que
busquemos a verdade em nosso trabalho artístico. Pode mudar o mundo sendo você
mesmo".
Nascida em Tóquio em 18 de fevereiro de 1933,
Yoko Ono ganhou muita importância nos últimos meses na vida nova-iorquina por
sua intensa militância contra o "fracking", o processo pelo qual
camadas muito profundas de rochas do subsolo são perfuradas com a pressão da
água acompanhada de produtos químicos que desgastam o mineral e permitem chegar
a bolsas de gás natural e petróleo até então impossíveis de extrair.
Este método revolucionou nos últimos anos a
produção de hidrocarbonetos nos Estados Unidos, mas seus críticos acreditam que
os produtos usados no procedimento e na dificuldade de carimbar perfeitamente
as bolsas em grande profundidade poluem as águas subterrâneas e geram
vazamentos de gases do efeito estufa.
Yoko Ono foi a líder deste movimento em Nova York
e promoveu a iniciativa "Artistas contra o fracking" (que reúne 200
nomes de primeira linha: de Susan Sarandon e Richard Gere até Lady Gaga e Anne Hathaway).
A ativa campanha de Yoko e do grupo, com
manifestações, anúncios, recolhimento de assinaturas e artigos de imprensa,
contribuiu para que o governador de Nova York, Andrew Cuomo, anunciasse na
semana passada uma moratória na decisão de autorizar esta técnica no estado até
avaliar mais a fundo suas consequências.
Yoko Ono também se envolveu ativamente no apoio
ao fundador do Wikileaks, Julian Assange, atualmente refugiado na embaixada do
Equador em Londres para evitar sua extradição à Suécia, que lhe reivindica por
denúncias de abuso sexual.
Yoko Ono se apresenta durante
o festival de música americano South By Southwest. O evento, dedicado também a
exibições de tecnologia e cinema, teve um show gratuito da banda nova-iorquina
The Strokes (Foto: AP)
A artista conceitual organizou há duas semanas um
jantar no qual concedeu a Assange o "Prêmio à coragem nas artes", que
sua fundação entrega a cada ano, e que nesta ocasião foi recebido em nome do
hacker pelo juiz espanhol Baltasar Garzón (um de seus assessores legais) e por
Michael Ratner, presidente do Centro de Direitos Constitucionais dos EUA.
Apesar de ter lutado para tentar ser mais que a
viúva de John Lennon (assassinado em 1980 na entrada do mítico edifício Dakota,
em frente ao Central Park), Yoko não deixa de lembrar a mensagem a favor da paz
do cantor, como quando no último dia 21 dezembro convocou seus fãs a Times
Square para cantar "Imagine", uma das canções emblemáticas do músico.
Poucos dias antes, em 15 de dezembro, Yoko Ono
recebeu em Berlim a medalha Rainer Hildebrandt por sua militância a favor da
paz. Fora do ativismo, a artista também se lançou recentemente ao mundo da
moda, com a apresentação no final de novembro do ano passado de uma coleção de
roupa masculina desenhada por ela e inspirada em Lennon.
A coleção, para as lojas de roupa e acessórios
Opening Ceremony, recebeu o nome de "Fashions for men" e consiste em
séries muito limitadas de 52 unidades de cada peça que foram vendidas em Nova
York, Los Angeles, Londres e Tóquio. As peças foram baseadas em desenhos que a
artista japonesa deu a Lennon em 1969, e que também foram editados em um livro.
Quanto à carreira musical, no ano passado chegou
ao mercado um disco com seis músicas gravadas juntas com Kim Gordon e Thurston
Moore, membros do grupo de rock alternativo Sonic Youth, e a artista segue
preparando novos projetos.
Enquanto isso, sua exposição retrospectiva
"Half-A-Wind show" iniciou na sexta-feira passada uma turnê europeia
na cidade alemã de Frankfurt, com paradas previstas na Dinamarca, Áustria e
Espanha. Sejam quais forem seus projetos para o futuro, não parece que nem os
80 anos serão capazes de frear Yoko Ono.
FONTE: G1 – O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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