Da Reuters
A população do Equador vai às urnas neste domingo
(17) para escolher seu próximo presidente, em uma eleição na qual o atual
mandatário, Rafael Correa,
se encaminha sem sobressaltos para a sua segunda reeleição, o que lhe permitirá
estender o seu governo socialista a dez anos.
Altamente popular graças a milionários programas
sociais, Correa lidera as pesquisas com cerca de 60% das intenções de voto, o
quádruplo do segundo colocado. Por isso, ele deve ser reeleito já no primeiro
turno, ainda neste domingo.
Seu grupo político também deve ganhar na
Assembleia Nacional, mas as pesquisas não são unânimes sobre a chance de
recuperar a maioria absoluta que perdeu nos últimos anos.
Economista formado nos Estados Unidos, Correa, de
49 anos, focou seu governo na redução da pobreza e da exclusão social, junto
com uma retórica de repúdio ao passado recente do Equador, marcado por recorrentes
crises econômicas e institucionais.
Seus opositores, no entanto, o criticam por ter
aumentado o controle estatal sobre setores estratégicos, em prejuízo dos
investimentos, e de ter se indisposto com os mercados financeiros ao declarar
uma moratória da dívida nacional, logo no início do seu primeiro governo. Eles
dizem que seu governo teve "sorte" por coincidir com uma fase de alta
nos preços do petróleo.
Rafael Correa, em seu comício
final em Guayaquil, em foto desta quinta-feira (14) (Foto: Gary Granja/Reuters)
Associado originalmente ao líder venezuelano Hugo Chávez, Correa levantou
muitos dos postulados socialistas partilhados -com matizes- por outros países
latino-americanos, como Bolívia ou Nicarágua.
"Não se pode tapar o sol com um dedo e negar
a mudança radical da pátria", disse ele num recente comício ao sul de
Quito. "O trem voltou, a saúde voltou, o trabalho voltou, mas sobretudo
voltou a dignidade, voltou a justiça, voltou a soberania."
Após um governo marcado por duros confrontos com
a imprensa, a fragmentada oposição não conseguiu difundir para a população o
discurso que qualifica o presidente como radical e autoritário.
O ex-banqueiro Guillermo Lasso, principal figura
da oposição, catalisa grande parte da rejeição a Correa, concentrada na classe
média das grandes cidades. Estigmatizado pelos governistas por seu passado no
setor financeiro, ele aparece com apenas com intenções de voto que variam de 9%
a 15% das intenções de voto.
"É escolher entre seguir o caminho do medo
ou olhar para a estrada da liberdade, da segurança e do emprego", disse
Lasso recentemente numa caminhada.
Correa busca que seu projeto socialista se torne
"irreversível" e promete uma reforma agrária, maior acesso a saúde e
educação, ampliação da rede viária e diversificação da economia, para diminuir
a dependência em relação ao petróleo.
Sua eventual vitória também lhe permitirá assumir
um papel mais importante na aliança de mandatários de esquerda na América
Latina, que vive um momento decisivo por causa da ausência da sua principal
figura, Chávez, hospitalizado há dois meses em Cuba para se tratar de um
câncer.
FONTE: G1 – O PORTAL DE NOTÍCIAS
DA GLOBO
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