Fabio Rodrigues Do G1 São
Carlos e Araraquara
Familiares e amigos de Renato fazem pedágio
solidário para arrecadar dinheiro (Foto: Fabio Rodrigues/G1)
Familiares e amigos do professor de educação
física de São Carlos (SP) internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um
hospital em Cingapura, após sofrer um acidente de moto na Indonésia, foram às ruas
na noite desta quarta-feira (20) realizar um pedágio solidário para arrecadar
dinheiro para trazê-lo de volta ao Brasil. Os parentes de Renato Cordeiro
Mecca, de 33 anos, têm pressa para levantar cerca de R$ 270 mil (o equivalente
a US$ 170 mil de Cingapura), valor para custear a viagem em um avião adaptado
com UTI móvel e equipamentos de monitoramento.
Mãe diz que filho sempre foi
apaixonado por esportes e motociclismo (Foto: Arquivo pessoal)
O brasileiro, que mora e trabalha na Indonésia há
seis anos, sofreu o acidente no dia 24 de janeiro.
Ele bateu a moto que
pilotava na traseira de um caminhão e teve fraturas na coluna. Ele passou por
uma cirurgia para a reconstrução da terceira e quarta vértebras e, apesar de
estar lúcido, respira com a ajuda de aparelhos.
Amigos no país fizeram campanhas para arrecadar
dinheiro. Com o apoio deles e do Ministério das Relações Exteriores do Brasil,
o professor foi transferido de Surabaya para Cingapura, onde o tratamento é
mais avançado. O desafio agora é trazê-lo para Hospital das Clínicas de
Ribeirão Preto (SP).
Além das despesas com a viagem, há um custo de
US$ 17 mil (cerca de R$ 27 mil) cobrado pela equipe médica e de US$ 2 mil
(cerca de R$ 3 mil) de cada diária na UTI, onde o professor está internado há
13 dias. Para quitar o débito, a família conta com a ajuda de amigos,
empresários e a solidariedade das pessoas, que passaram a contribuir após uma
campanha nas redes sociais. No começo da noite desta quarta-feira, 20 pessoas
se reuniram na região central da cidade para o pedágio solidário, que deve
continuar até domingo (24).
“Eu estou abraçando tudo com muito amor e
carinho. Qualquer moeda é bem-vinda. Vamos fazer em outros pontos da cidade.
Precisamos trazer o Renato o quanto antes. O avião UTI tem que ser pago
adiantado, caso contrário ele não levanta voo. Temos que arrumar esse dinheiro
o quanto antes”, disse ao G1 a mãe do professor, Maria Beatriz
Mecca, de 58 anos.
Mãe de Renato se diz feliz
com a ajuda que tem recebido das pessoas (Foto: Fabio Rodrigues/G1)
Professora aposentada, ela afirmou que se
surpreendeu com a disponibilidade das pessoas em ajudá-la nesse momento tão
difícil para a família. “Estou muito contente, tenho recebido muito carinho. É
gente que bate em casa, que liga, todos querendo contribuir, principalmente as
mães, porque sabem como é encarar uma situação dessas com um filho”, relatou.
Sem movimentos
O caso de Renato é delicado. Segundo a mãe, ele só mexe a cabeça e não tem sensibilidade nenhuma no corpo. A equipe médica tentou retirar os aparelhos que o mantêm respirando, mas, sem êxito, tiveram que entubá-lo novamente.
“O médico que o operou pressupõe que não houve ruptura de medula, mas ela foi atingida por estilhaços de ossos das vértebras. Houve algumas lesões e o edema da medula estava muito grande para o diagnóstico médico. Ele deu um prazo de até um mês e meio para saber”, contou a mãe.
Segundo ela, a sensação é de impotência por ter que acompanhar tudo à distância. “Eu converso todo dia com ele via skype, por cerca de dez minutos, falo para ele ter força, garra porque vai dar certo, nós vamos conseguir. Ele só movimenta a cabeça para dizer sim e não”.
Pedágio solidário deve
ocorrer até domingo (24) nas principais ruas da cidade (Foto: Fabio
Rodrigues/G1)
FONTE: G1 – O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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