Atriz interpretou papéis memoráveis no teatro brasileiro.
Maria será enterrada nesta segunda-feira (26) em Paraty, na Costa Verde.
O corpo da atriz Maria Della Costa foi velado no Theatro Municipal do Rio até as 14h domingo (25). Familiares e amigos - entre eles artores como Nathalia Timberg - compareceram ao local para prestar as últimas homenagens a umas das maiores atrizes do teatro brasileiro.
Maria Della Costa morreu às 16h30 deste sábado (24), aos 89 anos. Ela estava internada no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, e teve um edema pulmonar agudo. Ela ainda será velada na Câmara dos Vereadores de Paraty, na Costa Verde, e enterrada no Cemitério Municipal de Paraty às 11h de segunda-feira (26). Ela não tinha filhos.
"Eu acompanhava a trajetória da Maria e ela Foi uma operária abençoada do teatro. Com força com dignidade e sucesso. Uma pessoa linda que ela foi, mesmo quando já estava debilitada pela doença", disse Nathalia Timberg.
Apesar de não terem trabalhado juntas, Nathalia considera Maria Della Costa uma pessoa influente na sua carreira. "É um ser que era tão bonito por dentro como por fora. O pouco que nós tivemos próximas deixou um lastro bem marcante na minha alma. Eu acompanhei a trajetória dela como companheira de teatro", comentou.
"Uma gaúcha poderosa e linda, sem nenhum tipo de estrelismo". Essa é a lembrança que fica para o ator Ney Latorraca. "Eu falei com ela na semana passada para saber como ela estava. Nós nos víamos sempre quando eu estava em Paraty. A Maria foi uma atriz muito importante dentro do teatro, ela viajava o mundo inteiro de navio levando o repertório dos autores brasileiros. Era uma pessoa muito simples", disse o ator.
A atriz foi uma das maiores do teatro brasileiro. Com a carreira iniciada aos 18 anos, em 1944, ela interpretou papeis em obras como Anjo Negro, de Nelson Rodrigues, Prostituta Respeitosa, de Sartre, Ralé, de Gorki, O Canto da Cotovia, de Anouilh, Com a Pulga Atrás da Orelha, de Feydeau, Mirandolina, de Goldoni, A Casa de Bernarda Alda, de Lorca, A Rosa Tatuada, de Tennessee Willians, Moral em Concordata, de Abilio Pereira de Almeida, A Alma Boa de Se-Tsuan, de Brecht, Gimba, de Guarnieri, O Marido vai à Caça, de Feydeau, Depois da Queda, de Arthur Miller, As Alegres Comadres de Windsor, de Shakespeare, entre outras participações memoráveis.
Ao lado de seu segundo marido, Sandro Polloni, um amor para toda a vida, ela fundou em 1948 o Teatro Popular de Arte, no Rio de Janeiro, origem da Companhia Maria Della Costa, sediada em São Paulo, que se tornou, com a inauguração da própria casa de espetáculos em 1954, uma referência preciosa do bom teatro no Brasil. Para estruturar a companhia, o casal trouxe da Itália um dos maiores encenadores do palco nacional, Gianni Ratto.
Maria também foi responsável por lançar grandes nomes do teatro, como Fernanda Montenegro, Sérgio Britto, Ney Latorraca, e os diretores Ruggero Jacobbi, Gianni Ratto, Graça Mello, Eugênio Kusnet, Flavio Rangel e Jairo Arco Flexa. Na televisão, interpretou papéis nas novelas Beto Rockfeller e Estúpido Cupido.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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