domingo, 13 de janeiro de 2013

Batalhão de Choque desfaz cerco e deixa antigo Museu do Índio no Rio



Priscilla Souza Do G1 Rio

 Índio comemora saída da PM do Museu do Índio, na Zona Norte do Rio de Janeiro (Foto: Priscilla Souza/G1)
 Índio comemora saída da PM do Museu do Índio, na Zona Norte do Rio de Janeiro (Foto: Priscilla Souza/G1)

 

O Batalhão de Choque da Polícia Militar desfez o cerco ao antigo Museu do Índio, no Maracanã, na Zona Norte do Rio, na noite deste sábado (12). A PM deixou o local por volta das 19h30, sob apauso de indígenas que são contrários à demolição do imóvel para as obras de expansão do estádio Maracanã, para a Copa do Mundo de 2014.

O clima de tensão durou mais de nove horas. No fim da tarde deste sábado, o defensor público federal Daniel Macedo disse que foi informado que os representantes do governo decidiram fazer o pedido de imissão de posse apenas a partir de segunda-feira (14). A decisão teria sido tomada em reunião realizada no Palácio Guanabara.

O defensor explica que a imissão de posse  é o ato judicial, pelo qual a posse de alguma coisa é entregue a determinada pessoa.

Defensor critica governo

O defensor Daniel Macedo e o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) questionam o motivo da Polícia Militar ter sido enviada ao local, já que o governo ainda não fez pedido de imissão de posse.

 “Eles [governo do estado] se atrapalharam, mandaram a polícia para cá sem ter uma decisão judicial, um mandado específico. Essa é a segunda vergonha que o governo passa. A primeira foi dizer que a demolição do Museu do Índio era uma exigência da Fifa, o que não se confirmou, porque a própria Fifa enviou um comunicado por escrito informando que não teria feito a exigência. E agora eles mandam a tropa de choque sem um mandado judicial”, relata o defensor.

Daniel Macedo adiantou que essa semana vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça, para tentar evitar a imissão de posse. Segundo o defensor, a ação, que tem como objetivo impedir a demolição e manter a posse do local pelos índios, ainda está tramitando na primeira instância da Justiça Federal.

A Secretaria de estado de Assistência Social de Direitos Humanos informou que representantes do órgão estiveram no antigo Museu do Índio, para atualizar o cadastro social dos indígenas, para realizar a remoção.

Ataque com arco e flecha

Segundo o líder dos índios, José Urutao Guajajara, caso a polícia invada o local para retirar o grupo que vive no terreno, eles vão atacar com arco e flecha. “O governo quer fazer qualquer coisa aqui, um shopping, um estacionamento, menos deixar para os índios. A gente não quer guerra, mas, caso a gente precise, vamos guerrear”, destacou Guajajara.

A polêmica sobre o destino do imóvel começou em outubro do ano passado, quando o governo do estado anunciou possíveis mudanças no entorno do Maracanã, para que o estádio pudesse receber a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Pelo projeto da Casa Civil, o Maracanã seria transferido para iniciativa privada, que deveria construir um estacionamento, um centro comercial e áreas para saída do público.

Para isso, alguns prédios ao redor do estádio deveriam ser demolidos, entre eles o casarão do antigo Museu do Índio. A construção abrigou o museu até 1978, quando foi desativado. Há seis anos, cerca de 60 índios passaram a ocupar o local.

Licitação para derrubar museu

Nesta semana, o estado informou que fez uma licitação para derrubar o antigo Museu do Índio, orçada em R$ 586 mil.
"Já houve licitação para demolição do Museu do Índio. Estou em fase administrativa, a parte de recursos, empenho, liberação. Acredito que antes da Copa das Confederações, nós vamos fazer isso", disse o presidente da Emop, Ícaro Moreno.

 Índios se posicionam na parte mais alta do antigo museu (Foto: Renata Soares/G1)
Índios se posicionam na parte mais alta do antigo museu (Foto: Renata Soares/G1)



MINHA OPINIÃO:

Que barbaridade que estão fazendo com os índios!

Tanto que os índios fizeram por este país e hoje vários gananciosos da política brasileira querem tirar o valor e a importância que os índios de 1.500 e os atuais tiveram e têm nos registros da história do Brasil.

Isso é um absurdo!

E o pior que a maioria dos políticos brasileiros não faz nada em prol dos índios e da nação.

Rios de dinheiro vão ser gastos nessa bendita Copa do Mundo.

Às vezes me sinto injuriado de ser brasileiro. Não consigo enxergar certas irregularidades nesse país e ficar calado.

Neste país, NÃO SÓ NESTE, manda quem pode financeiramente e obedece quem tem juízo.

(RENILTON SILVA – PROFESSOR E RADIALISTA)

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