Diretor de jornal morreu nesta segunda-feira, no Hospital Sírio Libanês.
Médicos haviam diagnosticado um câncer na base da língua.
O corpo do jornalista Ruy Mesquita, diretor de "O Estado de S. Paulo", é
velado em casa, nesta quarta-feira (22), na Rua Angatuba, 465, no
Pacaembu, na Zona Oeste de São Paulo. Mesquita morreu nesta terça (21).
Ele estava internado desde o dia 25 de abril no Hospital Sírio-Libanês,
no Centro de São Paulo. Os médicos haviam diagnosticado um câncer na
base da língua.
O corpo de Mesquita chegou à casa para o velório às 2h desta quarta. O
enterro está programado para ocorrer às 15h, no Cemitério da Consolação,
também na capital paulista.
Ele chegou a fazer uma cirurgia para a retirada do câncer. Os médicos,
no entanto, não conseguiram conter o avanço da doença. Segundo a
assessoria do hospital, Ruy Mesquita morreu às 20h40 desta terça-feira.
Ruy Mesquita era da terceira geração de uma das mais tradicionais
famílias de jornalistas do Brasil e por mais de 60 anos esteve na linha
de frente do jornal “O Estado de S. Paulo”, conhecido como “Estadão”. O
“Dr. Ruy’, como costumava ser chamado, ocupava o cargo de diretor de
opinião do “Estadão” e, nos últimos anos, era o responsável direto pelos
editoriais do jornal, considerados entre os melhores da imprensa
brasileira.
Fundado em 1875 com o nome de “A província de São Paulo”,
o “Estadão” é um dos jornais mais antigos e de maior influência no
país e, por muitos anos, foi apontado como conservador, embora Ruy
Mesquita gostasse de defini-lo como uma publicação de ideias liberais e
democratas.
Filho de Julio de Mesquita Filho e neto do patriarca Julio Mesquita,
ele nasceu em 16 de abril de 1925 e cursou a Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo (USP), mas trocou os estudos jurídicos pela
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
Ao lado do pai, Julio de Mesquita Filho, e já como jornalista, apoiou o
golpe de 1964, mas a família rompeu com o regime no ano seguinte,
quando as eleições foram canceladas. O Estadão foi o primeiro alvo da
censura prévia. Em 1968 chegou a ter a edição apreendida. Os jornais do
grupo - como o Jornal da Tarde, fundado por doutor Ruy em 1966 -,
entraram para a história do jornalismo ao desafiar os militares com a
publicação de poesias e receitas no lugar de textos censurados.
Nos anos 1970, a construção da nova sede na Marginal Tietê, em São
Paulo, deixou o grupo em dificuldades financeiras, contornadas apenas
anos depois. Em 1996, após a morte do irmão Júlio de Mesquita Neto,
doutor Ruy assumiu a direção do "Estadão".
Além do jornal “O Estado de S. Paulo”, o Grupo Estado reúne atualmente a
Rádio Eldorado, a Agência Estado, a Oesp-Mídia, a Oesp-Gráfica e o
portal Estadao.com.br.
Abril
de 2004 - O jornalista Ruy Mesquita participa da cerimônia de entrega
do Prêmio Personalidades da Comunicação 2004, no Centro de Convenções,
em São Paulo (Foto: Tom Dib/Futura Press/Arquivo)
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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