Para
militante, 'não dá para ser contra ele enquanto ele não for julgado'.
Senador foi denunciado no STF; na internet, 1,6 milhão querem sua saída.
Felipe Néri Do G1, em
Brasília
Na contramão de vários protestos nas ruas e na internet, militantes do PMDB
aclamaram na tarde sexta-feira (1º) o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), num evento da ala jovem do partido realizado num auditório da Casa.
Cerca de 500 pessoas, segundo os organizadores, participaram da Convenção
Nacional da Juventude do PMDB para escolher um novo presidente e, ao final,
muitos disputaram para tirar fotos com o senador.
Depois de falar rapidamente na abertura do
evento, Renan parou para conversar com militantes efusivos, ao som de brados
como "Renan, de novo, representando o povo!"
Desde que foi eleito, no início de fevereiro,
Renan Calheiros tem sido alvo de protestos, já realizados em Brasília, São
Paulo, Rio de Janeiro, Aracaju e Maceió. Na internet, um abaixo assinado pedindo
sua saída obteve adesão de mais de 1,6 milhão de pessoas.
Gabriela Schwanke, do Rio Grande do Sul,
conseguiu posar ao lado de Renan Calheiros enquanto ele era entrevistado por
jornalistas. Ela afirmou ficar incomodada com as manifestações contra o senador.
"Incomoda, mas não dá para ser contra ele
enquanto ele não for julgado", disse Gabriela. Para a integrante do
partido, Renan é uma figura histórica para o PMDB. "Enquanto as denúncias
contra ele não forem provadas, ele continuará sendo um símbolo do
partido", disse ao G1.
Na mesma linha opinou o presidente da fundação do
PMDB no Paraná, Rafael Xavier. "Ele está sendo investigado como qualquer
cidadão pode ser. Se for considerado culpado, cabe à Justiça definir",
declarou.
Militante do PMDB-RS,
Gabriela Schwanke posa ao lado de Renan Calheiros (Foto: Arquivo
pessoal)
Denúncia
Uma semana antes de sua eleição para o Senado, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal denúncia contra Renan Calheiros, acusando-o de desvio de dinheiro público, falsidade ideológica e uso de documento falso.
Uma semana antes de sua eleição para o Senado, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal denúncia contra Renan Calheiros, acusando-o de desvio de dinheiro público, falsidade ideológica e uso de documento falso.
A resistência ao senador remonta à sua renúncia
da presidência do Senado em 2007, após a suspeita de que tinha pensão de uma
filha paga por um lobista. A denúncia do Ministério Público se baseou no
suposto uso de notas fiscais frias na época a fim de justificar renda para a
despesa.
Na semana passada, seis senadores e um deputado
assinaram uma carta de entidades anticorrupção pedindo ao STF agilidade no
tratamento dado à denúncia apresentada pela PGR. Os ministros do Supremo ainda
não decidiram se abrirão ação penal contra o senador, que nega as acusações.
Durante o evento, os jovens do PMDB também
manifestaram apoio ao ex-presidente do Senado José Sarney (PMDB-AC). Para o
ex-presidente, o grito de guerra foi: "Sarney, guerreiro, do povo
brasileiro!", mesmo bordão usado por militantes petistas em referência a
Lula.
FONTE: G1 – O PORTAL DE
NOTÍCIAS DA GLOBO
Nenhum comentário:
Postar um comentário