quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Morre o ator e jornalista Bráulio Leite Júnior Amante da cultura, ele dirigiu o teatro Deodoro por três décadas e fundou o teatro de Arena



 Janaina Ribeiro

 

O palco alagoano perdeu um dos seus maiores gigantes. Bráulio Leite Júnior, teatrólogo, ator, escritor e jornalista, faleceu, na tarde desta quarta-feira (27), de falência múltipla dos órgãos, no Hospital do Açúcar, em Maceió. Há mais de 10 anos ele enfrentava uma depressão, provocada pela perda precoce de um filho e também sofria as consequências da obesidade mórbida. Bráulio era apaixonado por cultura e dirigiu, por três décadas, o mais importante teatro de Alagoas: o Deodoro. Também foi ele quem fundou o teatro de Arena.

“Meu pai me deixou um grande legado. Tudo de cultura que aprendi na minha vida,devo a ele. Além de ser um excelente administrador, já que dirigiu o teatro Deodoro por 33 anos, também era um exímio ator e o homem mais honesto que pude conhecer”, contou Eleonora Duse de Pontes Leite, filha de Bráulio Leite.

“Ele era apaixonado por Alagoas e se realizava quando subia nos palcos da sua terra. Recebera vários convites para sair do Estado, mas, nunca quis ir para fora. Dedicou-se tanto, a vida inteira, à cultura alagoana, que acabou se esquecendo de cuidar da sua própria saúde”, disse a filha.

O corpo de Bráulio Leite Júnior será velado no saguão do teatro Deodoro a partir das 20h desta quarta-feira. O enterro será nesta quinta, às 10h, no cemitério Nossa Senhora da Piedade, no bairro do Prado.

O currículo expressivo do ator

O teatro Deodoro, em Maceió, ao longo de 33 anos, teve a direção de Bráulio Leite Júnior. Durante esse período, ele criou o teatro de Arena Sérgio Cardoso, espaço que fica nas dependências do próprio Deodoro.

Também foi fundador do teatro Lima Filho, da Fundação Teatro Deodoro (Funted),do Museu da Imagem e do Som (Misa), do Centro de Belas Artes de Alagoas, da Galeria de Artes Miguel Torres, da Sala de Concertos Heckel Tavares e das Orquestras Sinfônica e de Câmara.

Nos palcos, Bráulio participou de dezenas de espetáculos. Dentre eles: ‘Alagoas! Alagoas!’, ‘Massacre’, ‘O Herdeiro de Naban’, ‘Os Inimigos não mandam flores’, ‘Terra Natal’, ‘O processo de Mary Dupan’, ‘Um desfile de mulher,uma Argentina’, ‘O Príncipe Medroso’, ‘Os Dionysios’, ‘Queixa contra o desconhecido’, ‘Uma canção dentro do pão’, ‘Perseguição e Morte do Mateu’, ‘Uma morte sem importância’, e ‘Mulher sem pecado’.

E ele também escrevia. Deixou como legado as obras literárias, ‘As artes cênicas nas Alagoas nas décadas de 20/30’, ‘Teatro Deodoro (Funted)’, ‘Histórias de Maceió’, ‘Algumas Crônicas Escolhidas’, ‘Outras Histórias de Maceió’, ‘Assombrações de Maceió’ e ‘Gente & Lembranças’. 



FONTE: GAZETAWEB.COM

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