Do G1, com agências internacionais*
O Papa Bento XVI
realizou neste domingo (24) seu último Ângelus, em que ofereceu sua bênção aos
fiéis.
"O senhor me chama para subir o monte para
me dedicar a oração. Vou continuar servindo a Igreja, com o mesmo amor",
afirmou o Papa.
Em mensagem lida antes da oração do Ângelus,
Bento XVI refletiu sobre um trecho do Evangelho e disse que continuará a servir
a Igreja "com o mesmo amor, mas de modo adequado às minhas forças e à
minha idade".
Milhares de pessoas comparecem à praça de São
Pedro para a Hora do Ângelus. De acordo com a Santa Sé, quase 200 mil pessoas
estiveram presentes durante audiência dominical, na qual Bento XVI rezou o
Ângelus na janela de seus aposentos no Palácio Pontifício, no Vaticano.
No final, o Papa se despediu em português.
"Obrigado pela vossa presença e todas as manifestações de afeto e
solidariedade aos que estão me acompanhando nesses dias."
Bento XVI durante oração
neste domingo (Foto: Alberto Pizzoli/AFP)
Milhares de pessoas
comparecem à praça de São Pedro para a Hora do Ângelus (Foto: Max
Rossi/Reuters)
As autoridades de Roma usaram um sistema especial
de vigilância na praça e mobilizaram 100 mil policiais.
Na
quarta-feira (27), o pontífice realizará a última audiência geral que, na
ocasião, acontecerá na Praça de São Pedro. No dia 28, o último de seu
pontificado, Bento XVI receberá às 11h na Sala Clementina do palácio apostólico
os cardeais para uma despedida.
Bento XVI partirá em seguida de helicóptero para
Castengandolfo, a 30 km de Roma. Às 20h (16h de Brasília), sua renúncia ao
papado se tornará efetiva.
Proximidade espiritual
No sábado (23), o papa prometeu aos cardeais uma maior "proximidade espiritual" de sua parte após concretizar sua renúncia histórica, prevista para o próximo dia 28, e fez uma advertência sobre os "males deste mundo, o sofrimento e a corrupção".
Imagem divulgada no sábado
(23) mostra o Papa Bento XVI (à direita) lendo mensagem aos cardeais após
concluir retiro espiritual no Vaticano (Foto: L'Osservatore Romano/AP)
De acordo com a agência de notícias "Ansa",
Bento XVI agradeceu ainda aos cardeais pelos últimos oito anos de papado,
dizendo que eles acompanharam o “peso do ministério papal” com “habilidade,
afeto, amor e fé”. “Permanece em mim esta gratidão”, disse o pontífice.
Ele também mencionou a importância da Palavra de
Deus para Igreja e fez uma observação sobre os males que, segundo ele, “são uma
criação suja que sempre querem contradizer Deus e embaralhar sua verdade e sua
beleza”.
Ainda no sábado, o líder da Igreja Católica se
encontrou com o presidente da Itália, Giorgio Napolitano. De acordo com a
"Ansa", Bento XVI disse que irá rezar pela Itália e agradeceu a
visita do presidente, acompanhado de sua mulher.
Bento XVI recebeu no sábado
(23) o presidente da Itália, Giorgio Napolitani (Foto: L'Osservatore
Romano/AFP)
Lobby gay
Na manhã de sábado, o porta-voz do Vaticano rebateu "a desinformação e, inclusive, as calúnias", sobre possíveis intrigas na cúpula da Santa Sé e a existência do chamado "lobby gay" publicadas na imprensa.
"Há quem tenta aproveitar o movimento de
surpresa e desorientação, após o anúncio de que o Papa Bento XVI abandonará seu
cargo, para semear a confusão e desprestigiar a Igreja", declarou Federico
Lombardi, em uma entrevista a Rádio Vaticano.
"Aqueles que apenas pensam em dinheiro, sexo
e poder, e estão acostumados a ver as diversas realidades com estes critérios,
não são capazes de ver outra coisa, nem sequer na Igreja, porque seu olhar não
sabe dirigir-se para cima ou descer com profundidade nas motivações espirituais
da existência", completou.
Uma série de revelações sobre uma trama de
corrupção, sexo e tráfico de influências no Vaticano, publicadas esta semana
pela imprensa italiana, ofusca o conclave para a eleição de um novo Papa.
As denúncias, publicadas pelo jornal La
Repubblica e a revista Panorama, afirmam que o Papa decidiu abandonar o cargo
depois de receber um relatório secreto de 300 páginas, elaborado por três
cardeais veteranos e considerados inatacáveis.
No documento são descritas as lutas internas pelo
poder e o dinheiro, assim como o sistema de "chantagens" internas
baseadas nas fraquezas sexuais, o chamado "lobby gay" do Vaticano.
Renúncia
Renúncia
Bento XVI surpreendeu a Igreja e o mundo ao anunciar, em 11 de fevereiro, que iria deixar o cargo no fim do mês, por conta de sua saúde frágil.
Ele se retirou com a Cúria para "exercícios
espirituais" da Quaresma: um "oásis" para ele, depois dos dias
tumultuados seguidos ao anúncio de sua renúncia, explicou Ravasi, que dirige
estas meditações.
Na capela "Redemptoris Mater", 17 sessões de reflexões do cardeal italiano Gianfranco Ravasi ocuparam este tempo dedicado tradicionalmente à oração e exame de consciência neste período de preparação para a Páscoa, em 31 de março.
Na capela "Redemptoris Mater", 17 sessões de reflexões do cardeal italiano Gianfranco Ravasi ocuparam este tempo dedicado tradicionalmente à oração e exame de consciência neste período de preparação para a Páscoa, em 31 de março.
Conclave
Na última quarta-feira (20), o Vaticano informou que as regras atuais do Conclave -- encontro em que os cardeais, secretamente, escolhem o novo Papa -- passarão por modificações. Com isso, a escolha do sucessor de Bento XVI poderá ser antecipada. A reunião de cardeais, estava prevista inicialmente para depois de 15 de março.
O Conclave, segundo a atual Constituição
Apostólica, deve começar "entre um mínimo de 15 dias e um máximo de
20" desde que se decrete a chamada "Sé Vacante", fixada para o
próximo 28 de fevereiro às 20h (16h de Brasília), o momento que Bento XVI
escolheu para abandonar o Trono de Pedro.
Cardeais de todo o mundo já começaram consultas informais por telefone e e-mail para a construção de um perfil do homem que eles acham que seria mais adequado para liderar a Igreja em um período de crise contínua.
Cerca de 117 cardeais com menos de 80 anos de idade terão o direito de entrar no conclave, que é realizado na Capela Sistina, no Vaticano.
Cardeais de todo o mundo já começaram consultas informais por telefone e e-mail para a construção de um perfil do homem que eles acham que seria mais adequado para liderar a Igreja em um período de crise contínua.
Cerca de 117 cardeais com menos de 80 anos de idade terão o direito de entrar no conclave, que é realizado na Capela Sistina, no Vaticano.
FONTE: G1 – O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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