terça-feira, 30 de setembro de 2014

Um "depô" para o rei dos "depôs": valeu, Orkut!

ReproduçãoReprodução

O que dizer dessa rede social que mal conheço e…

Não, essa nós conhecemos bem. Eu conheci a fundo, fiz parte e, meio que às escondidas, fazia parte até agora. Até resolveram tirá-la do ar sem mais nem menos – ou pelo menos justificando que ela não tem mais tanto apelo assim. Orkut, nós vamos sentir sua falta. E, para te homenagear, nada melhor do que um depoimento.

Afinal, não foi qualquer um que conseguiu juntar em um espaço tão pequeno todas as pessoas que odiavam acordar cedo ou que amavam suas mães. No começo, era divertido demais fazer parte dessas comunidades. Mais divertido ainda era se sentir extremamente importante por ter em mãos convites para distribuir por aí – ou você não se lembra que, no começo, só era “orkuteiro” quem tinha convite VIP?

Lembro que ao entrar naquela tela azul, eu tinha só 14 anos e mal sabia mexer na internet, que se não me engano havia acabado de deixar de ser discada. Era hora de escolher a melhor foto, pensar em algo criativo para o perfil e entrar nas mais diversas comunidades que me representassem. Tinham também os recados, que todo mundo chamava de scrap só para parecer mais íntimo daquela novidade. No seu mundo azul, ser popular não era nada se você não fosse 100% inteligente e sexy. E todo mundo era, convenhamos.

Assim como seus usuários, você foi evoluindo e criou fóruns de discussões bem interessantes. Também nos permitiu adicionar mais do que 12 fotos em um álbum e, depois, até criar vários deles, dando início a essa exibição da vida que se tornou tão constante e necessária na rede social nova, o seu grande rival. No mundo do Orkut ninguém curtia ou compartilhava. Nós líamos e respondíamos. Na verdade, só era famoso quem tinha em seu nome no perfil o número 2, já que você nos permitia ter “só” mil amigos.

Foi você, falando nisso, que mudou nosso conceito de amigo. Não era mais só aquele próximo, mas também aquele que você simplesmente adicionava por encontrar uma vez na festa na casa do amigo do vizinho da sua prima. Se bobeasse, tinha até depoimento no fim das contas e tiveram até que criar uma comunidade para dizer que não, “te amo” não é bom dia. Coisas de quem sabia se manifestar através de comunidades e fotos.

Mas o tempo passou e o pessoal passou a curtir mais outros espaços. Azul, também, mas escuro. Bem, na guerra azul que se fez por aí, você acabou perdendo. Perdeu espaço e força, perdeu um pouco a mão também e, pasme, virou até xingamento. De volta àquele sentimento de exclusividade que fazia tão importantes seus convites, Orkut, o pessoal do Facebook passou a se achar melhor mandava voltar para “você” aqueles que eles não julgavam bons o suficiente para navegar em mares azuis escuros. Besteira de quem amou a rede social nova, onde era e ainda é muito mais possível fingir ser aquilo que não somos.

Mas quem perdeu no fim fomos nós. Porque não há mais corrida por scraps, não existem mais os fóruns, dos mais bobos aos mais inteligentes, e nunca mais veremos uma verdadeira guerra para ver quem fica no topo. Te conheci muito e te considerei pacas. Como você vai acabar hoje, vou considerar que esse “depô” vai ficar no topo pra sempre. Bad, bad server. No donut for you!




FONTE: YAHOO BRASIL NOTÍCIAS

Nenhum comentário:

Postar um comentário