O locutor e ex-apresentador do Jornal Nacional segue cheio de planos e projetos: ‘Viver em paz é o suficiente para mim’.
Cid Moreira com Jimmy Ieger, que irá apresentar com ele um seminário (Foto: Divulgação)
Cid Moreira comemora nesta segunda-feira, 29, 87 anos de vida. Pleno de
saúde e vitalidade, o locutor, dono de uma das vozes mais famosas do
país, não se desmotiva. Afastado da bancada do Jornal Nacional, onde
ficou durante 27 anos, o locutor segue uma agenda cheia. Seus
compromissos vão desde palestras pelo país até presenças vip sob um trio
elétrico para mais de 40 mil pessoas em Salvador.
Tanta energia ele atribui a uma rotina saudável de vida. “Acordo por
volta das 8h e só como frutas pela manhã. Faço pilates, alongamento,
jogo tênis por uma hora”, conta Cid, que é vegetariano. Sem perder o
hábito, faz parte de seu dia a dia assistir ao Jornal Nacional. “Depois
ouço música, gosto muito! Se tiver algum filme bom no canal pago eu
assisto.” Sob a esteira ergométrica de sua casa em Itaipava, na Região
Serrana do Rio, Cid gravou um vídeo exclusivo para o EGO aos 47 minutos de caminhada.
Casado há 15 anos com a jornalista Fátima Sampaio, Cid, que entrou para
a edição brasileira do “Guinness Book” como o profissional que ficou
mais tempo à frente do mesmo telejornal, abre o baú da memória e
relembra os momentos mais marcantes da carreira de apresentador do JN.
Foi ele quem anunciou a nova Constituição Brasileira e um dos momentos
mais dramáticos do esporte, a morte do piloto Ayrton Senna.
Cid Moreira com a mulher, Fátima Sampaio (Foto: Arquivo pessoal)
“Também anunciei a morte de colegas de profissão e do poeta Carlos
Drummond de Andrade”, lembra Cid. Das lembranças que fazem rir até hoje
está a de ter uma mosquinha atrapalhando sua performance no ar e de ter
apresentado o JN de bermuda. “Também teve o erro de pronúncia de uma
palavra em inglês e um erro de continuidade de uma matéria em que
apareço reclamando no ar. E também tiveram uns fãs que puxaram o meu
cabelo acreditando que era peruca.”
Cid acha que a voz empostada dos locutores do passado perdeu lugar para
a naturalidade e espontaneidade do presente. “Acho que hoje os
jornalistas estão mais soltos, mais informais e isso é muito bacana. A voz empostada perdeu a
vez para a naturalidade, espontaneidade. Eu não acreditava muito em mim.
Me estressava muito, era muito perfeccionista. Hoje eu relaxei mais,
continuo buscando padrão e excelência no que faço, mas está tudo mais
fácil, mais acessível. Tudo dependia de muito esforço. Hoje os
equipamentos ajudam muito”.
Cid Moreira (Foto: TV Globo/CEDOC) Gengibre para manter o vozeirão
Para manter a voz impecável, Cid Moreira segue alguns cuidados. Além da
boa alimentação, ele faz exercícios diários gravando textos de
diferentes autores e não abandona o gengibre. “Costumo mascar pedaços de
gengibre o dia todo, como se fosse bala. Além de bom hálito, o gengibre é
adstringente, combate bactérias.”
Para o ano quem vem, quando completará 88 anos, Cid estará envolvido
nos seminários “Comunicação e sua história na TV”. Ao lado da mulher,
Fátima, do consultor Siloe Almeida e do idealizador do projeto, o ator e
produtor Jimmy Ieger. O evento contará com bailarinas, orquestra, coro
pianista, artistas circenses e Ieger como Charles Chaplin para debater o
tema.
O saldo que faz de tudo que viveu até agora deixa Cid Moreira muito feliz. “Me sinto muito realizado. Todos os dias agradeço a Deus pela vida que levo. Sou saudável e luto contra a velhice. (Risos). Amo minha mulher, minha parceira que me deu muita alegra e leveza na vida. Não tive tudo como as pessoas podem idealizar, mas aceito a vida que vivi. Não acredito em felicidade, mas viver em paz já é o suficiente para mim.”
Cid Moreira e Sérgio Chapelin em 1996, na última apresentação do JN (Foto: TV Globo/CEDOC)
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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