segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Cid Moreira completa 87 anos e 70 de carreira: 'Eu não acreditava em mim'

O locutor e ex-apresentador do Jornal Nacional segue cheio de planos e projetos: ‘Viver em paz é o suficiente para mim’.

Luciana Tecidio do EGO, no Rio
Cid Moreira com Jimmy Ieger, que irá apresentar com ele um seminário sobre Comunicação (Foto: Divulgação)Cid Moreira com Jimmy Ieger, que irá apresentar com ele um seminário  (Foto: Divulgação)
 
Cid Moreira comemora nesta segunda-feira, 29, 87 anos de vida. Pleno de saúde e vitalidade, o locutor, dono de uma das vozes mais famosas do país, não se desmotiva. Afastado da bancada do Jornal Nacional, onde ficou durante 27 anos, o locutor segue uma agenda cheia. Seus compromissos vão desde palestras pelo país até presenças vip sob um trio elétrico para mais de 40 mil pessoas em Salvador.

Tanta energia ele atribui a uma rotina saudável de vida. “Acordo por volta das 8h e só como frutas pela manhã. Faço pilates, alongamento, jogo tênis por uma hora”, conta Cid, que é vegetariano. Sem perder o hábito, faz parte de seu dia a dia assistir ao Jornal Nacional. “Depois ouço música, gosto muito! Se tiver algum filme bom no canal pago eu assisto.” Sob a esteira ergométrica de sua casa em Itaipava, na Região Serrana do Rio, Cid  gravou um vídeo exclusivo para o EGO aos 47 minutos de caminhada.

Casado há 15 anos com a jornalista Fátima Sampaio, Cid, que entrou para a edição brasileira do “Guinness Book” como o profissional que ficou mais tempo à frente do mesmo telejornal, abre o baú da memória e relembra os momentos mais marcantes da carreira de apresentador do JN. Foi ele quem anunciou a nova Constituição Brasileira e um dos momentos mais dramáticos do esporte, a morte do piloto Ayrton Senna.

Cid Moreira com a mulher, Flávia Sampaio (Foto: Arquivo pessoal)Cid Moreira com a mulher, Fátima Sampaio (Foto: Arquivo pessoal)
 
“Também anunciei a morte de colegas de profissão e do poeta Carlos Drummond de Andrade”, lembra Cid. Das lembranças que fazem rir até hoje está a de ter uma mosquinha atrapalhando sua performance no ar e de ter apresentado o JN de bermuda. “Também teve o erro de pronúncia de uma palavra em inglês e um erro de continuidade de uma matéria em que apareço reclamando no ar. E também tiveram uns fãs que puxaram o meu cabelo acreditando que era peruca.”

Cid acha que a voz empostada dos locutores do passado perdeu lugar para a naturalidade e espontaneidade do presente. “Acho que hoje os jornalistas estão mais soltos, mais informais e isso é muito bacana. A voz empostada perdeu a vez para a naturalidade, espontaneidade. Eu não acreditava muito em mim. Me estressava muito, era muito perfeccionista. Hoje eu relaxei mais, continuo buscando padrão e excelência no que faço, mas está tudo mais fácil, mais acessível. Tudo dependia de muito esforço. Hoje os equipamentos ajudam muito”.

Cid Moreira (Foto:  TV Globo/CEDOC)Cid Moreira (Foto: TV Globo/CEDOC) Gengibre para manter o vozeirão
 
Para manter a voz impecável, Cid Moreira segue alguns cuidados. Além da boa alimentação, ele faz exercícios diários gravando textos de diferentes autores e não abandona o gengibre. “Costumo mascar pedaços de gengibre o dia todo, como se fosse bala. Além de bom hálito, o gengibre é adstringente, combate bactérias.”

Para o ano quem vem, quando completará 88 anos, Cid estará envolvido nos seminários “Comunicação e sua história na TV”. Ao  lado da mulher, Fátima, do consultor Siloe Almeida e do idealizador do projeto, o ator e produtor Jimmy Ieger. O evento contará com bailarinas, orquestra, coro pianista, artistas circenses e Ieger como Charles Chaplin para debater o tema.

O  saldo que faz de tudo que viveu até agora deixa Cid Moreira muito feliz. “Me sinto muito realizado. Todos os dias agradeço a Deus pela vida que levo. Sou saudável e luto contra a velhice. (Risos). Amo minha mulher, minha parceira que me deu muita alegra e leveza na vida. Não tive tudo como as pessoas podem idealizar, mas aceito a vida que vivi. Não acredito em felicidade, mas viver em paz já é o suficiente para mim.”

Cid Moreira e Sérgio Chapellin em 1996 (Foto: TV Globo/CEDOC)Cid Moreira e Sérgio Chapelin em 1996, na última apresentação do JN (Foto: TV Globo/CEDOC)
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
 

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