Bem Estar desta quarta (25) falou da relação entre o intestino e o cérebro.
Ansiedade e estresse podem provocar constipação e até úlcera gástrica.
Você já teve prisão de ventre ou diarreia quando estava estressado ou nervoso? Isso acontece porque o intestino tem seu próprio sistema nervoso, que está ligado ao cérebro através de ramificações.
Por isso, quando a pessoa sente alguma emoção forte, ela pode ter problemas no funcionamento intestinal, como diarreia, constipação, gases, síndrome do intestino irritável, dor abdominal ou até mesmo úlcera, como explicou o cirurgião do aparelho digestivo Fábio Atui no Bem Estar desta quarta-feira (25).
Isso acontece também porque, quando a pessoa se estressa, há uma diminuição do fluxo sanguíneo em órgãos vitais do corpo, inclusive o intestino, como mostrou o gastroenterologista Marcelo Borba. De acordo com o psiquiatra Daniel Barros, há evidências que mostram que substâncias inflamatórias provocadas por bactérias no organismo podem penetrar no intestino e favorecer até mesmo o surgimento da depressão. E quem sofre desse problema e costuma tomar antidepressivo também pode ter algum efeito na digestão já que esses medicamentos aumentam a produção de serotonina – hormônio do bem-estar -, o que pode dar efeitos colaterais no intestino, como diarreia, por exemplo.
No entanto, tudo isso depende da sensibilidade de cada um – diante de situações difíceis, alguns podem ter o intestino preso, outros podem ter o intestino solto.
Por exemplo, no caso das mulheres, é muito comum o intestino travar durante viagens, por exemplo, ou quando elas estão de mau humor, como mostrou a reportagem da Renata Ribeiro. Para evitar tudo isso, é importante manter a flora intestinal equilibrada entre bactérias boas e ruins, com a ingestão adequada de água e fibras, além da prática regular de atividade física, como alertou o gastroenterologista Jaime Zaladek Gil.
Esse desequilíbrio da flora intestinal pode ser causado pelo uso de antibióticos ou por uma alimentação contaminada. Nesse caso, as bactérias ruins podem se sobressair, causando infecções que levam a problemas como gases, distensão abdominal, diarreia, prisão de ventre e até febre. Em alguns casos, essas bactérias podem até sair do intestino e chegar ao sangue, causando a chamada colite pseudomembranosa.
Para ajudar a manter a flora intestinal equilibrada, a dica é ingerir alimentos probióticos, que têm bactérias boas que fazem bem para o organismo e ajudam no sistema imunológico. Porém, como explicou o cirurgião do aparelho digestivo Fábio Atui, para ser considerado probiótico, o alimento tem que ter bactérias que resistam ao processo de digestão e cheguem vivas ao intestino, onde vão atuar de maneira positiva. Por isso, é importante olhar sempre o rótulo, principalmente dos iogurtes, para ver se são mesmo probióticos.
Existem ainda os prebióticos, que são alguns tipos de fibras que servem de alimento para os probióticos no trato intestinal, induzindo o crescimento das bactérias boas. Eles podem ser consumidos em forma de cápsulas ou através de alimentos como chicória, batata yacon, cebola ou alho, por exemplo.
Por último, o cirurgião falou sobre os simbióticos, que são produtos que combinam os probióticos e prebióticos. No entanto, nesse caso, eles não são adquiridos através de alimentos, mas em sachês e cápsulas, indicados para quem tem alterações no trato gastrointestinal ou também na prevenção de câncer no intestino. A recomendação para quem quer ingerir os simbióticos é sempre procurar a orientação de um nutricionista antes.
Intestino preso é um problema muito comum e que pode trazer grandes dificuldades para o dia a dia das pessoas.
No caso da professora Hellen Cerqueira, por exemplo, a prisão de ventre chegou a afetar sua alimentação, seu convívio social e até mesmo a fez desenvolver um quadro de depressão, como mostrou a reportagem do Fabiano Villella, de Belém, no Pará.
Mesmo ingerindo mais fibras, bebendo mais água e seguindo todas as recomendações médicas para soltar o intestino, a professora não conseguiu melhorar. Então, ela fez uma consulta com um proctologista, que sugeriu um tratamento de “bio feedback anorretal”, uma espécie de fisioterapia que ensina o paciente a realizar os movimentos corretos na hora da evacuação.
Nesse tratamento, é colocada uma sonda com sensores no ânus para captar o movimento dos músculos.
Além disso, o equipamento também dá alguns estímulos que simulam a vontade de ir ao banheiro, para que a pessoa sinta o movimento que está fazendo e consiga relaxar. O ideal na hora de evacuar é inclinar um pouco o tronco para a frente, para facilitar a saída das fezes, como explicou o cirurgião do aparelho digestivo Fábio Atui.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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