segunda-feira, 15 de abril de 2013

DICA DE SAÚDE: Campanha de vacinação contra gripe inicia hoje em 65 mil postos pelo país

Ministério da Saúde vai distribuir 43 milhões de doses de vacina.
Público-alvo inclui gestantes, idosos com 60 anos ou mais e indígenas.

Do G1, em São Paulo
Idoso é vacinado contra gripe em posto de saúde de Brasília neste sábado (Foto: Agência Brasil)
Foto de arquivo mostra idoso sendo vacinado contra gripe em posto de saúde (Foto: Agência Brasil)
 
A campanha nacional de vacinação contra a gripe, que começa nesta segunda-feira (15) e vai até o dia 26 de abril, oferecerá imunização gratuita em 65 mil postos de saúde de todo o país, segundo o Ministério da Saúde.

Em sua 15ª edição, a campanha tem como público-alvo gestantes, indígenas, presidiários, profissionais de saúde, idosos com 60 anos ou mais e crianças de seis meses a dois anos. Doentes crônicos e mulheres no período de até 45 dias após o parto também devem receber  a vacina.

Neste ano, vão ser distribuídas 43 milhões de doses da vacina, que protegem contra três subtipos do vírus influenza: A (H1N1) – conhecido popularmente como gripe suína –, A (H3N2) e B. Estes são os subtipos que mais circularam no inverno passado, segundo o ministério.

O objetivo, segundo nota divulgada pela pasta, é vacinar cerca de 32 milhões de pessoas pertencentes ao público-alvo. Em 2012, 26 milhões de pessoas foram imunizadas, o que representou 86,3% do público previsto no ano passado.

"A vacinação é segura e feita com o objetivo de diminuir o risco de ter doença grave e evitar o óbito. Ao mesmo tempo, as pessoas que apresentarem os sintomas de gripe devem procurar o posto de saúde, porque tem tratamento", afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em nota oficial.

Com a inclusão de novos grupos na campanha de vacinação, o número de pessoas consideradas público-alvo deve aumentar em 30%, saltando de 30 milhões para 39,2 milhões neste ano, diz a pasta.
Padilha ressalta que o governo federal quer estimular estados e municípios a terem uma estratégia de busca ativa das pessoas que pertencem ao grupo que pode ser vacinado. Há, inclusive, equipes que irão a abrigos atrás de idosos que podem receber a vacina, disse Padilha recentemente.

No chamado "Dia D" da campanha – uma mobilização nacional prevista para o dia 20 de abril –, o ministro deve visitar Unidades Básicas de Saúde (UBS) de São Paulo e do Rio Grande do Sul.

Novidade
A novidade de 2013 é que os doentes crônicos terão acesso ampliado a todos os postos de saúde, e não apenas aos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (Cries). Para isso, é preciso apresentar apenas a prescrição médica no ato da vacinação.

Pacientes já cadastrados em programas de controle de doenças crônicas do Sistema Único de Saúde (SUS) devem procurar os postos em que estão inscritos. Caso a unidade de saúde que oferece atendimento regular não tenha um posto de vacinação, a pessoa deve solicitar uma prescrição médica.
Os pacientes da rede privada ou conveniada também devem ter prescrição médica e apresentá-la nos postos durante a campanha.

doenças crônicas com indicação para vacina da gripe
Doença respiratória asma moderada ou grave (em uso de corticoide), doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), fibrose cística, bronquioectasia, doenças intersticiais do pulmão, displasia broncopulmonar, hipertensão arterial pulmonar e crianças prematuras com doença pulmonar crônica
Doença cardíaca Hipertensão arterial sistêmica com doença associada (comorbidade), doença cardíaca isquêmica e insuficiência cardíaca
Doença renal Pacientes em diálise, doença renal nos estágios 3, 4 e 5, e síndrome nefrótica
Doença do fígado Hepatite crônica, cirrose e obstrução (atresia) biliar
Doença neurológica acidente vascular cerebral (AVC), paralisia cerebral, esclerose múltipla, doenças hereditárias e degenerativas do sistema nervoso ou muscular,
e deficiência neurológica grave
Diabetes Tipos 1 e 2 em uso de remédios
Imunossupressão Baixa imunidade congênita ou adquirida
por doenças ou medicamentos
Obesidade mórbida Grau 3 (IMC igual ou acima de 40)
Transplantes De medula óssea e órgãos sólidos
 
Sudeste
A região Sudeste, a mais populosa do Brasil, receberá 18,6 milhões de doses da vacina – só o estado de São Paulo ficará com 9,7 milhões.

Além de distribuir as doses, que custarão R$ 331 milhões, a pasta informou que repassará R$ 24,7 milhões a estados e municípios para que eles mobilizem a população e preparem as equipes de saúde da família. Segundo o ministério, a campanha terá a participação de 240 mil pessoas.

Não causa gripe
O ministro Padilha esclareceu que o vírus usado na vacina é inativo e, por isso, não causa gripe. Ele ponderou, porém, que, ao se vacinar, a pessoa pode pegar outros tipos de vírus capazes de provocar um resfriado ou uma gripe mais fraca. Existe, ainda, a possibilidade de o indivíduo se vacinar no momento em que já se contaminou com o vírus, aí a dose não terá efeito.

"Por isso, é muito importante aproveitar a campanha, que é um período em que ainda não aumentou muito a circulação do vírus da gripe do país", afirmou ele recentemente.

Dúvidas comuns
Veja as perguntas mais comuns sobre a vacina e sobre a gripe. As informações são do Ministério da Saúde e da diretora de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Helena Sato.

1) Por que o Ministério da Saúde priorizou esses oito grupos?
Estudos indicam que alguns grupos da população, principalmente idosos, grávidas e crianças pequenas, correm mais risco de ter complicações em decorrência da gripe, como pneumonia, e morrer pela doença.

2) Quem se vacinou no ano passado precisa tomar a dose novamente?
Sim, já que a imunidade contra a gripe dura até um ano após a aplicação da vacina. E também porque sua composição é feita conforme os vírus que mais circularam no ano anterior.

3) O que é influenza?
A influenza é o nome científico do vírus da gripe. É uma infecção viral aguda que atinge o sistema respiratório. É de alta transmissão, com tendência a se disseminar facilmente em epidemias sazonais, comuns no outono e no inverno.

4) Gripe e resfriado são a mesma coisa?
Não. A gripe é uma doença grave, contagiosa, causada pelos vírus influenza (A, B ou C). O resfriado é menos agressivo e de menor duração, causado por um rinovírus (com seus vários tipos).

Os sintomas da gripe muitas vezes são semelhantes aos do resfriado, que se caracterizam pelo comprometimento das vias aéreas superiores (congestão nasal e coriza), tosse, rouquidão, febre, mal-estar, dor de cabeça e no corpo. Mas, enquanto a gripe pode deixar a pessoa de cama, o resfriado geralmente não passa de tosse e coriza.

5) Quais os meios de transmissão dos vírus da gripe e do resfriado?
A transmissão ocorre quando as secreções das vias respiratórias de uma pessoa contaminada são transmitidas para outra por meio da fala, da tosse, do espirro ou pelo toque, levando o agente infeccioso direto à boca, olhos e nariz do receptor.

6) A vacina contra a gripe imuniza contra o resfriado?
Não. A vacina contra a gripe protege apenas contra os três principais vírus influenza que estão circulando no país.

7) A dose tem alguma contraindicação?
A vacina não é recomendada para quem tem alergia à proteína do ovo, isto é, entre aqueles que já apresentaram forte reação alérgica pelo menos duas horas depois de comer ovo. Esse tipo de alergia é bastante rara. A vacina também é contraindicada a quem já teve reações adversas a doses anteriores a um dos componentes da vacina. Nestas situações recomenda-se passar por avaliação médica para saber se pode ou não tomar a vacina.

8) A vacina pode me causar gripe?
Não, isso é um mito. A vacina contra influenza contém vírus mortos ou apenas pedaços dele que não conseguem causar gripe. Na época em que a vacina é aplicada, circulam vários vírus respiratórios, que podem não ser os contidos na vacina para a gripe, e as pessoas podem ser infectadas por eles. Além disso, é possível pegar um resfriado.

9) Quanto tempo leva para a vacina fazer efeito?
Em adultos saudáveis, a detecção de anticorpos protetores se dá entre duas a três semanas após a vacinação e apresenta, geralmente, duração de 6 a 12 meses.

10) Fora do período da campanha é possível me vacinar?
Não pelo SUS. Depois da campanha, só serão vacinados os presidiários e indivíduos que apresentem problemas de saúde específicos. Clínicas as privadas poderão oferecer a vacina a toda população – inclusive para quem não faz parte do grupo prioritário – desde que as doses compradas estejam registradas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

11) A vacina contra a gripe tem o mesmo efeito de um antigripal?
Não. A vacina previne contra a gripe, e o antigripal é um medicamento usado para reduzir os efeitos causados pela doença.

12) Pessoas com doenças crônicas podem se vacinar?
Sim, mas com apresentação de receita médica. Em alguns casos, como os de pacientes com doenças neurológicas, é aconselhável passar por uma avaliação médica antes da vacinação.

13) É obrigatório apresentar a caderneta de vacinação?
Não, mas o documento é necessário para atualizar outras vacinas do calendário anual. Para quem não apresentar a caderneta no momento da aplicação da dose, será feito outro cartão para o registro, que deve ser guardado para comprovar o histórico vacinal.

14) Pessoas que tomam corticoide podem ser vacinadas?
Sim, o uso não impede a imunização.

15) Quanto tempo após a vacinação eu posso doar sangue?
Uma portaria do Ministério da Saúde publicada em 2011 declarou que o doador fica inapto para doar sangue pelo período de um mês a partir da data em que foi vacinado contra o vírus da gripe. Depois desse prazo, está liberado.

Gripe x resfriado (Foto: Arte/G1)


FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO

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