segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Mensagem de Reflexão: Tristeza que fere

Tristeza que fere
 
 
O homem chegou em casa, naquela noite, trazendo o mau humor que o caracterizava há alguns meses. Afinal, eram tantos os problemas e as dificuldades, que ele se transformara em um ser amargo, triste, mal humorado.


Colocou a mão na maçaneta da porta e a abriu. A luz acesa na cozinha iluminava fracamente a sala que ele adentrou. Deteve o passo e pôde ouvir a voz do filho de seus quatro anos de idade:


-Mamãe, por que papai está sempre triste?


-Não sei, amor, respondeu a mãe, com paciência. Ele deve estar preocupado com seus negócios.


O homem parou, sem coragem de entrar e continuou ouvindo:
-Que são negócios, mamãe?
 
-São as lutas da vida, filho.


Houve uma pequena pausa e depois, a voz infantil se fez ouvir outra vez:
-Papai fica alegre nos negócios? 


-Fica, sim, respondeu a mãe.


-Mas, então, por que fica triste em casa?


Sensibilizado, o pai de família pôde ouvir a esposa explicar ao pequenino:


-Nas lutas de cada dia, meu filho, seu pai deve sempre demonstrar contentamento. Deve ser alegre para agradar o chefe da repartição e os clientes. É importante para o trabalho dele. Mas, quando ele volta para casa, ele traz muitas preocupações. 

Se fora de casa, precisa cuidar para não ferir os outros, e mostrar alegria, gentileza, não acontece o mesmo em casa.

Aqui é o lar, meu filho, onde ele está com o direito de não esconder o seu cansaço, as suas preocupações.


A criança pareceu escutar atenta e depois, suspirando, como se tivesse pensado por longo tempo, desabafou:


-Que pena, hein, mãe? Eu gostaria tanto de ter um pai feliz, ao menos de vez em quando.
Gostaria que ele chegasse em casa e me pegasse no colo, brincasse comigo. Sorrisse para mim. Eu gostaria tanto...


Naquele momento, o homem pareceu sentir as pernas bambearem.
Um líquido estranho lhe escorreu dos olhos e ele se descobriu chorando.
Meu Deus, pensou. Como estou maltratando minha família.


E, ainda emocionado, irrompeu pela cozinha, abriu os braços, correu para o menino, abraçou-o com força e lhe convidou:
-Filho, vamos brincar? 
 
 
 
 
(AUTOR DESCONHECIDO)

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