terça-feira, 12 de março de 2013

Cardeal decano pede 'unidade' da Igreja em missa que abre conclave



Juliana Cardilli Do G1, no Vaticano (*)

 

Dom Angelo Sodano, cardeal decano da Igreja Católica, apelou pela "colaboração" e pela "unidade" dentro da Igreja, nesta terça-feira (12), durante a missa Pro Eligendo Pontifice, que abre o conclave que vai eleger o sucessor do Papa Bento XVI.

Todos os cardeais presentes em Roma, eleitores ou não, participam na cerimônia, uma das mais intensas dos últimos anos. Eles entraram na Basílica de São Pedro com semblante sério e concentrado.

Ele exortou os cardeais a "colaborar para edificar a unidade da Igreja" e "cooperar com o sucessor de Pedro".

"Estamos convocados a cooperar com o Sucessor de Pedro, fundamento visível de tal unidade eclesiástica', afirmou o influente cardeal.

"Eu os exorto a se comportarem de maneira digna, com toda humildade, mansidão e paciência, suportando-se reciprocamente com amor, tentando conservar a unidade do espírito por meio do vínculo da paz", disse Sodano, em referência à carta de São Paulo aos Efésios.

Ao ser citado pelo cardeal decano, o Papa Emérito Bento XVI, que renunciou em 28 de fevereiro, em um gesto inédito na história moderna da Igreja, foi bastante aplaudido.

Sodano afirmou que o pontificado de Bento XVI foi "luminoso" e expressou a gratidão dos cardeais ao Papa Emérico, pedindo a Deus que dê "outro bom pastor à sua Santa Igreja".

"Queremos agradecer ao Pai que está nos Céus pela amorosa assistência que sempre reserva a sua Santa Igreja e em particular pelo luminoso pontificado que nos concedeu com a vida e as obras do 265º sucessor de Pedro, o amado e venerado pontífice Bento XVI, ao qual neste momento renovamos toda a nossa gratidão", disse.

No sermão, o cardeal também citou os Papas João Paulo II e Paulo VI, alem de lembrar o trabalho importante da Igreja nos últimos anos, que tem impacto não apenas entre os fieis, mas em diferentes culturas.

“Oremos para que o próximo Papa possa continuar esse incessante trabalho de nível mundial”, afirmou.


Cardeais concentrados
A missa atraiu principalmente pessoas ligadas a Igreja, como seminaristas, padres e freiras, e também fieis. Dentro da Basílica, todos estavam muito atentos as orações e respeitosos aos ritos.

O máximo de conversa ouvida durante a missa foi a tradução das palavras para outros idiomas entre pessoas próximas – a missa foi celebrada basicamente em latim e italiano, com a primeira leitura em inglês e a segunda em espanhol, alem de orações dos fieis em cinco outros idiomas, incluindo o português.

Para conseguir um lugar sentado – especialmente perto do altar, onde ficaram os cardeais – foi preciso acordar cedo.

Às 9h, uma hora antes do inicio da missa, todos os lugares sentados já estavam ocupados. Muitas pessoas ficaram em pé nas laterais. Pouco antes do início da missa, foi o rosário foi rezado em latim.

Na entrada dos cardeais, nem mesmo os religiosos tiveram cerimônia – centenas de câmeras fotográficas e celulares foram levantados para registrar imagens dos homens que irão eleger o próximo pontífice a partir desta tarde. Quase todos os cardeais entraram concentrados, com semblante sério.

Alguns, entretanto, se destacavam – foi o caso do brasileiro Dom João Braz de Aviz, que entrou e saiu muito sorridente, visivelmente emocionado, olhando os fieis nos olhos e cumprimentando-os com o olhar.

O norte-americano Timothy Dolan, arcebispo de Nova York ,também era só sorrisos na entrada e na saída dos cardeais – ele chegou ate a arriscar acenos para os fieis.


Começo do conclave
Após a missa, os 115 cardeais eleitores começam o processo de escolha do novo Papa.

Uma primeira votação está marcada ainda para esta terça-feira, mas, segundo o padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, o nome do novo Papa não deve sair nesta terça.

O cardeal brasileiro Dom Odilo Pedro Scherer é citado, pela imprensa e por analistas, como um dos favoritos a vencer a eleição, ao lado do italiano Angelo Sodano.

Bento XVI surpreendeu o mundo e a Igreja ao anunciar, em 11 de fevereiro, que iria renunciar ao cargo, após oito anos de um pontificado marcado por crises e divisões internas.



FONTE: G1 – O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO














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