terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Negros são 91,5% das vítimas de homicídios em Alagoas

Representantes de entidades criticam falta de investimentos em políticas públicas de educação, saúde, cultura e lazer


Negros são 91,5% das vítimas de homicídios em Alagoas
Os microfones da Rádio Gazeta foram abertos ontem, durante o programa Ministério do Povo, para um debate crítico e reflexivo sobre o índice estratosférico de assassinatos de jovens negros no estado, recorde nacional no ranking da vergonha e do descaso com a vida.Por: MAURÍCIO GONÇALVES - REPÓRTER

A audição especial do programa, sob a tutela do comunicador Rogério Costa, teve como ponto de partida um dado chocante: os negros são 91,5% das vítimas de homicídios em Alagoas. Bem acima do já elevado índice nacional de 68,1%.

Após um primeiro debate sobre as mortes de policiais e os direitos humanos, ontem aconteceu a segunda mesa-redonda promovida pela emissora com base nessa temática. 

Com o tema “A Juventude Negra e Periférica de Maceió Quer Viver”, o debate teve a participação do consultor em políticas públicas de direitos humanos e segurança pública, Pedro Montenegro; do integrante da Associação de Folguedos Populares da Zona Sul e da Escola de Samba Girassol, Nonato Lopes; do arte-educador e fundador do projeto Quintal Cultural, do Bom Parto, Rogério Dias e do ativista da cultura de rua e hip-hop Diego Verdino.

Pedro Montenegro citou o filósofo Antônio Gramsci para esclarecer que a indiferença de setores da sociedade diante de índices tão trágicos é preocupante. “A indiferença é o peso morto da história; é a matéria bruta que se revolta contra a inteligência e a sufoca”, adverte Gramsci. “É um absurdo essa indiferença. Na cidade onde mais se mata jovens do País, no estado onde mais se mata negros, as entidades que atuam com esse público não recebem recursos, nenhum tipo de apoio para retirar esses jovens negros da vulnerabilidade”, alerta Pedro Montenegro.





FONTE: JORNAL GAZETA DE ALAGOAS

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