domingo, 21 de dezembro de 2014

Em AL, 80% dos presos voltam ao mundo do crime

ESTATÍSTICA. Taxa de reincidência no Estado é próxima à média nacional, que fica em cerca de 70%

Por: THIAGO GOMES - REPÓRTER
 
 
 
Em Alagoas, oito em cada dez presos que deixam o sistema prisional retornam ao mundo do crime. A estimativa é da Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) e confirmada pela 16ª Vara Criminal da Capital (de Execuções Penais). A taxa de reincidência entre 75% e 80%, referente à população carcerária adulta, é próxima à média nacional, que fica em cerca de 70%. Quando o tema envolve as medidas socioeducativas, cumpridas por menores em conflito com a lei, o índice passa de 90%. Não seria incoerente afirmar que quase todos os infratores agem errado outra vez quando saem do internamento.

Tanto o secretário de Ressocialização e Inclusão Social de Alagoas, tenente-coronel Carlos Alberto Luna, como o juiz de Execuções Penais, José Braga Neto, lamentam e admitem a falta de controle diante de um percentual tão elevado de ex-reeducandos que insistem em permanecer na atividade criminosa. Eles apontam como razões principais para a reincidência a falta de acompanhamento, reinserção e ressocialização, que poderiam ser disponibilizadas pelo Poder Executivo. Assim que deixam o sistema prisional, os detentos, em sua grande maioria, voltam para o mesmo ambiente em que estavam quando foram presos por algum delito.

Além desse fator, o gestor e o magistrado acreditam que um dos grandes aliados para garantir a mudança de vida de um ex-reeducando seria o investimento em educação, geração de emprego e renda, a partir da consequente capacitação dos que saem da cadeia. Luna traz uma informação importante: a maior parte dos reincidentes no sistema prisional faz parte do grupo dos presos provisórios, aqueles que ainda aguardam julgamento. Muitos dessa categoria são beneficiados por habeas corpus ou ganham o direito de sair do presídio sob a condição de ser monitorado 24 horas por dia por meio de uma tornozeleira eletrônica. O equipamento permite que a Justiça vigie o detento. Por outro lado, o uso dele não inibe o cometimento de crimes. Uma central faz o trabalho de monitoramento de todos os reeducandos e permite saber a localização exata de cada um deles. 





FONTE: JORNAL GAZETA DE ALAGOAS

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