Gol de Hummels no primeiro tempo
garante vitória de 1 a 0 em jogo duro no Maracanã e coloca alemães no
caminho do Brasil - caso passe da Colômbia
A CRÔNICA
por
Alexandre Alliatti
Alemanha comemora gol de Hummels, o lance da classificação às semifinais (Foto: EFE)
Neuer trabalha bem e evita empate da França no primeiro tempo (Foto: AP)
É como se estivesse determinado nas escrituras da Copa do Mundo, como
se estivesse tatuado no espírito do futebol desde que a bola é bola:
quando chegar aquele momento em que restarão poucos sobreviventes, a
Alemanha será um deles. Onipresente na reta final de Mundiais,
alimentada por decisões, a seleção tricampeã do mundo venceu a França
por 1 a 0 nesta sexta-feira, sob um sol que chicoteava a pele no
Maracanã, e está classificada para as semifinais da Copa de 2014. Pegará
Brasil ou Colômbia na busca por lugar na final.
O gol de Hummels, ainda no primeiro tempo, e duas defesas sensacionais
de Neuer, uma aos 48 minutos do segundo tempo, num chute de Benzema,
deram à Alemanha sua quarta presença consecutiva entre os semifinalistas
– foi vice em 2002 e terceira colocada em 2006 e 2010. É a 13ª vez que a
seleção germânica garante um lugar entre os quatro primeiros. Ninguém,
nem o Brasil, é tão presente quanto ela.
Manter a rotina, porém, foi dos ossos mais duros de se roer. A França,
no jogo de sua eliminação, mais comprovou do que questionou o bom
desempenho que teve no Mundial. Encarou de frente um oponente que
carregava natural favoritismo. Caiu, mas poderia ter seguido.

Miroslav Klose, empatado com Ronaldo como maior artilheiro da história
das Copas, começou o jogo como titular no Maracanã - cuja nova versão
recebeu a centésima partida. Mas pouco fez. Acabou substituído no
segundo tempo. Agora, tem mais dois jogos para poder bater o recorde. E
um deles, quem sabe, justamente contra o Brasil. A semifinal alemã será
terça-feira, às 17h, no Mineirão.
Alemanha na frente

A Alemanha engana bobo. Tem um time de toque de bola, de circulação, de
movimentação. É intensa, é propositiva. Parece que vai enrolar o
adversário na teia de seu jogo e matá-lo assim, a conta-gotas. Aí é
aquilo: quando rola um lance de bola parada, o adversário chega a
respirar aliviado – aconchegado na ideia de finalmente não ver a bola
girando de um lado para o outro. E se lasca. Aos 12 minutos do primeiro
tempo, Hummels, de cabeça, em falta batida por Kroos, colocou a Alemanha
na frente na tarde desta sexta-feira.
O primeiro gol do jogo, décimo da Alemanha na Copa, foi a quarta bola
que ela mandou para a rede em lances de bola parada no torneio – o
próprio Hummels marcara assim contra Portugal. É de deixar o adversário
zonzo: quando não chega por baixo, chega por cima.
Mas de zonza a França não teve nada. Antes e depois do gol, foi uma
equipe firme – que jamais se permitiu duvidar de sua capacidade de
encarar a Alemanha. Com Griezmann entre os titulares e Giroud no banco,
Didier Deschamps deu mobilidade ao time. Tornou-o ainda mais vertical.
Foram sete conclusões francesas no primeiro tempo – ou defendidas por
Neuer ou para fora. Pogba foi o síndico do meio-campo, Valbuena
movimentou-se como se disso dependesse sua vida, Griezmann apareceu
sempre no lugar certo - e tudo convergendo para Benzema. O camisa 10
teve três chances. A zaga cortou a primeira por cima e acossou o
atacante, sem espaço para encaixar o corpo, na segunda – após grande
defesa de Neuer em conclusão de Valbuena. Na terceira, o goleiro voltou a
trabalhar e evitou o empate francês.
Marchemos, marchemos
Restou à França no segundo tempo fazer aquilo que prega seu hino:
“Marchemos, marchemos.” Les Bleus partiram para o ataque. Era reagir ou
reagir. A posse de bola, antes favorável à Alemanha, migrou para o time
de Didier Deschamps. Mas aí a zaga alemã, frágil em outros momentos da
Copa, se mostrou segura.
Em nenhum momento a França conseguiu emparedar o adversário do campo de
defesa. Teve bons ataques, criou boas chances, mas nada que derrubasse
os alicerces do jogo do oponente. Neuer defendeu cabeceio de Varane. E
nada. Benzema foi travado por Hummels (que jogo de Hummels). E nada.
Na prática, o contra-ataque alemão se tornou mais perigoso do que os
ataques franceses. Chute de Müller flertou com a trave de Lloris. E o
goleiro fez grande defesa com o pé em conclusão de Schürrle – o atacante
depois seria bloqueado por Varane.
Conforme passava o tempo, mais a França se debatia em busca de algum
espaço – e mais a Alemanha se mostrava dona do jogo. Mesmo asism, no fim
teve emoção: aos 48 minutos, o chute cruzado de Benzema só não entrou
porque Neuer, gigante, salvou.
A serenidade alemã, contra um adversário tão bom, talvez tenha sido o maior respaldo para sua classificação. Sem tamanha tranquilidade, talvez não fosse possível chegar às semifinais.
A serenidade alemã, contra um adversário tão bom, talvez tenha sido o maior respaldo para sua classificação. Sem tamanha tranquilidade, talvez não fosse possível chegar às semifinais.
Mas ela chegou. A Alemanha chega sempre.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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