Mexicanos venciam até os 42 do segundo
tempo, quando levaram um gol de Sneijder. Pouco depois, Robben sofreu
pênalti, e Laranja passou às quartas
A CRÔNICA
por
Thales Soares
Ter craques em um time de futebol é essencial. Por mais que a
existência deles provoque uma dependência complexa de resolver, é melhor
contar com eles a seu favor. Foi na aposta nos pés desses jogadores que
fazem a diferença que a Holanda saiu de campo neste domingo com a vaga
nas quartas de final da Copa do Mundo. Com uma tática extremamente
defensiva, passou sufoco, saiu atrás no placar, em belo gol de Giovani
dos Santos, mas depois de viver intensamente o risco de eliminação,
recuperou-se pelos pés de seu camisa 10, Sneijder, já aos 42 da etapa
final, e selou a classificação com um pênalti sofrido por Robben nos
acréscimos. Huntelaar fez a cobrança, perfeita. Tudo isso sob um forte
sol na Arena Castelão, em Fortaleza. No fim das contas, vitória por 2 a 1
e classificação garantida para enfrentar Costa Rica ou Grécia nas
quartas de final. Ao México, a dor de cair pela sexta vez seguida nas
oitavas.
A formação no campo do Castelão antes de o árbitro apitar o início do
jogo mostrou claramente a proposta de cada seleção. Com uma última linha
defensiva com até seis jogadores, a Holanda jogou todo o tempo por
contra-ataques, sendo amplamente dominada pelo México e correndo grande
risco de sair atrás do marcador.
Herrera dominou o meio-campo no primeiro tempo. Com dribles fáceis e
comandando as trocas de bola, levou o México ao ataque. Em uma jogada
pela direito, entortou De Jong, que, machucado, foi substituído em
seguida por Bruno Martins Indi.
O técnico Louis Van Gaal também apostou em uma mudança drástica de
peças. Manteve Wijnaldum na vaga de De Guzmán e escalou Verhaegh, que
fez a sua estreia em Copas do Mundo aos 30 anos de idade, no lugar de
Janmaat, titular nos três jogos da primeira fase na lateral direita.
Sneijder (10), Memphis Depay e Huntelaar celebram: Holanda se supera no fim (Foto: Agência Reuters)
Foi em cima de Verhaegh que o México partiu para cima inicialmente.
Layun criou boas jogadas pelo lado esquerdo. Em duas oportunidades,
arriscou chutes perigosos. Em outra, cruzou para Giovani dos Santos, que
não conseguiu alcançar a bola quase na pequena área.
Aos 17 minutos, o México criou uma grande chance em jogada coletiva.
Depois de um cruzamento de Moreno, Giovani dominou nas costas de Bruno
Martins Indi e tocou para Peralta, que ajeitou para Herrera chutar rente
à trave direita de Cillessen.
Parada técnica
A Holanda não encontrava resposta. Nem mesmo depois da parada técnica
para aliviar o calor de Fortaleza. Aos 42 minutos, Peralta deu ótimo
passe de calcanhar para Guardado, que esticou para Giovani chutar
cruzado, quase sem ângulo, e parar na defesa de Cillessen, que vinha
demonstrando grande insegurança durante o jogo.
Nos acréscimos, a Holanda conseguiu assustar, mas apenas por causa de
um erro de passe de Aguilar para Rafael Marquez no campo de defesa. Van
Persie carregou a bola e tocou para Robben, que caiu na área na disputa
com Moreno e ficou pedindo a marcação de um pênalti. O zagueiro mexicano
acabou se machucando e sendo substituído por Reyes no intervalo.
Pela primeira vez na Copa, partida teve parada técnica. Três minutos em cada tempo (Foto: Reuters)
Esse susto no fim do primeiro tempo não mudou o ritmo do jogo. Logo com
três minutos de jogo no segundo, o México finalmente conseguiu abrir o
placar. De Vrij cortou mal um lançamento, Blind deu espaço e Giovani dos
Santos deu um belo chute para vencer Cillessen e fazer 1 a 0.
Mesmo em desvantagem, a Holanda não conseguia ficar com a bola. O
México quase fez o segundo com Peralta. Van Gaal resolveu mexer em tudo.
Aos 11 minutos, colocou Memphis Depay, que havia feito dois gols na
Copa, e tirou Verhaegh, deslocando Kuyt para a lateral direita e abrindo
Bruno Martins Indi na esquerda.
A mão de Ochoa
Aos 12, a primeira grande chance da Holanda apareceu., Robben cobrou
escanteio, De Vrij finalizou na pequena área e Ochoa fez um milagre,
espalmando a bola que ainda bateu na sua trave esquerda antes de a zaga
afastar o perigo. Em um contra-ataque seguinte, Sneijder finalizou e a
bola desviou na defesa, quase entrando no ângulo de Ochoa.
Aos 16 minutos, o técnico Miguel Herrera respondeu com a entrada de
Aquino no lugar de Giovani dos Santos, adiantando Herrera. Foi o
antídoto para tentar segurar a pressão da Holanda, cada vez mais forte
com o passar do tempo.
Rafa Márquez e Robben no lance que decidiu o jogo: pênalti para os holandeses (Foto: Agência AP)
Predestinado
A pressão cresceu. Robben fez grande jogada, driblou para a direita
contrariando a teoria, e chutou para mais uma defesa importante de
Ochoa, aos 29 minutos. Herrera usou sua então sua última substituição
colocando Chicharito Hernandez no lugar de Peralta. Van Gaal tirou Van
Persie e promoveu a estreia de Huntelaar na Copa do Mundo.
Depois de nova parada técnica, a Holanda passou a jogar pela
sobrevivência nos últimos 10 minutos de jogo. Até que, aos 42 minutos,
depois de uma cobrança de escanteio de Robben, Huntelaar ajeitou de
cabeça para Sneijder empatar o jogo. Quando tudo levava a crer em
prorrogação, Robben sofreu pênalti de Rafa Márquez. Huntelaar bateu com
perfeição, rasteiro, no cantinho, para fechar o placar e garantir a
classificação para as quartas de final.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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