Ele teve papel decisivo na transição para a democracia após Franco.
Suárez tinha 81 anos e estava internado na capital espanhola.
Adolfo Suárez, ex-presidente do governo espanhol, em foto de 1977 em Paris (Foto: AFP)
O ex-presidente do governo da Espanha Adolfo Suárez, de 81 anos, político chave na transição à democracia após a era Franco, morreu neste domingo (23) em Madri.
A informação sobre a morte de Suárez, que estava internado em um
hospital da capital espanhola desde a última segunda-feira (17), com um
problema respiratório, foi dada por familiares.
Embora o ex-presidente (entre 1976 e 1981) tivesse apresentado melhora
de uma pneumonia, seu estado geral piorou nos últimos dias, já que
Suárez sofria de Alzheimer há anos e não aparecia publicamente desde
2003.
Nascido em setembro de 1932 em Cebreros, na região central da Espanha,
Adolfo Suárez é considerado um político com um papel decisivo na
transição espanhola da ditadura de Francisco Franco (1939-75) à
democracia. Procedente do próprio regime franquista, no qual ocupou
alguns cargos importantes, ele foi designado pelo rei Juan Carlos em
1976 para dirigir a transformação do estado.
Durante seu governo foram aprovadas leis que reconheciam liberdades e
foram legalizados os partidos políticos, incluindo o comunista, o que
deu ao político falecido a inimizade de setores da direita tradicional
espanhola e do exército.
Em 1978, graças ao consenso geral das forças políticas, foi aprovada a
constituição que até hoje segue em vigor. Tudo isso em anos
especialmente difíceis, com a entrada em cena do terrorismo, que no
final dos anos 70 e começo da década de 80 gerava várias mortes por
semana.
O partido que fundou, a União de Centro Democrático, viveu uma
crescente divisão, e Suárez foi cada vez mais questionado dentro e fora
da própria legenda.
O clima geral o levou a renunciar em janeiro de 1981, poucas semanas
antes da tentativa de golpe de Estado, que aconteceu em 23 de fevereiro
com a entrada de guardas civis no Congresso dos Deputados enquanto era
realizada a posse de seu sucessor, Leopoldo Calvo-Sotelo.
Suárez continuou na política por mais uma década, em outro partido, o
Centro Democrático e Social, e de novo voltou a ser deputado, mas deixou
a carreira pública no começo dos anos 90.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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