Remédio tomado por muitos anos não atrapalha que a mulher engravide.
Uso da pílula pode evitar endometriose, câncer de ovário e câncer de útero.
Quando a pílula anticoncepcional foi lançada nos anos 60, mudou o
mundo. Ainda hoje, ela muda a vida da mulher, que consegue planejar a
chegada de um filho e evitar uma gravidez indesejada.
Se usadas corretamente, todas as pílulas têm a mesma eficácia e a taxa
de falha é menor do que 1% - porém, em caso de esquecimento, atraso da
medicação e uso de outros remédios que podem interferir na ação dos
anticoncepcionais, essa taxa pode aumentar, como explicou o
ginecologista Paulo Margarido No Bem Estar desta quinta-feira (30).
Em relação à fertilidade, muitas pessoas acreditam que o uso contínuo do remédio prejudica a gravidez no futuro.
Porém, como explicou o ginecologista José Bento,
isso acontece porque, geralmente, a mulher começa a tomar pílula aos 18
anos, quando a fertilidade está no auge, e para com 35 anos, quando os
óvulos já estão mais velhos. Por isso, a dificuldade para engravidar não
é culpa do anticoncepcional, mas sim da idade.
Além disso, não há nenhum estudo que comprove que o organismo precise
de uma pausa do uso da pílula – utilizá-la continuamente pode, além de
evitar uma gravidez indesejada, prevenir cistos e câncer no ovário,
endometriose, pólipos e câncer no endométrio, miomas no útero, cólicas,
dor de cabeça, TPM e até espinhas. No entanto, ela não protege a mulher
de doenças sexualmente transmissíveis e, por isso, é recomendado sempre o
uso associado da camisinha na relação sexual.
É importante saber ainda que existem dezenas de pílulas diferentes e,
por isso, é importante tomá-la sempre com orientação de um
ginecologista, que vai prescrever a melhor dosagem, o melhor hormônio e
ainda avaliar se há contraindicações no caso de cada paciente.
As mais usadas são as combinadas de estrogênio e progesterona porque
são as que menos dão efeitos colaterais e as que melhor controlam o
ciclo menstrual, como mostrou a reportagem da Marina Araújo.
No entanto, existem restrições. Segundo o ginecologista João Paulo
Mancusi, uma paciente que está amamentando, por exemplo, não pode usar a
pílula combinada porque o estrogênio pode passar através do leite, ou
seja, ela deve usar apenas a pílula com progesterona. O mesmo vale para
mulheres mais velhas, ou com fatores de risco, como obesidade,
tabagismo, sedentarismo e também diabetes.
Há também o risco de efeitos colaterais, assim como com qualquer
medicamento. Os mais comuns são queda de cabelo, acne, náuseas,
celulite, aumento das mamas e quadril, inchaço e retenção de líquido,
perda de libido e o mais preocupante, que é a trombose. Nessa última
situação, o médico deve investigar se a paciente tem parentes de
primeiro grau na família que tiveram a doença e, se for o caso, evitar a
pílula com estrogênio.
No caso da perda de libido, o ginecologista José Bento explicou que não
é toda mulher que tem isso, já que a libido é multifatorial, ou seja, o
componente emocional influencia bastante. No caso da retenção de
líquido, algumas pacientes acham que ganharam peso por causa do
anticoncepcional, mas é a impressão causada pelo inchaço.
De qualquer maneira, ela pode, sim, engordar também por causa das mudanças no apetite e vontade de comer doce, por exemplo.
Em alguns casos, as mulheres geralmente sentem mais desconfortos quando
trocam de remédio. A repórter Michelle Barros ouviu depoimentos de
várias mulheres na faixa dos 40 anos de idade que sentiram enjoo,
tontura e também dor de cabeça ao mudarem de pílula – por isso, muitas
delas abandonaram esse método e colocaram o DIU.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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