Banco havia negado pagamento antecipado antes de
boato e desmentiu.
Presidente Jorge Hereda disse que momento de 'crise' motivou 'imprecisão'.
Presidente Jorge Hereda disse que momento de 'crise' motivou 'imprecisão'.
Priscilla
Mendes Do G1,
em Brasília
O
presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, pediu desculpas nesta
segunda-feira (27) pelas informações incorretas divulgadas pelo banco sobre a
liberação antecipada dos recursos do programa Bolsa Família. No fim de semana
retrasado, boatos sobre o fim do programa levaram milhares às agências em ao
menos 12 estados do país.
Na segunda-feira (20) passada, o vice-presidente de Habitação da Caixa, José Urbano, informou em entrevista que a antecipação do pagamento só foi realizada no sábado (18), após a divulgação dos boatos, para preservar a integridade física dos beneficiários que fossem em busca do seu benefício.
Na segunda-feira (20) passada, o vice-presidente de Habitação da Caixa, José Urbano, informou em entrevista que a antecipação do pagamento só foi realizada no sábado (18), após a divulgação dos boatos, para preservar a integridade física dos beneficiários que fossem em busca do seu benefício.
Em nota
divulgada neste sábado (25), porém, o banco voltou atrás e disse que os pagamentos
foram liberados na sexta-feira (17), um dia antes do início dos boatos de que o
programa seria suspenso.
Em entrevista à imprensa nesta segunda-feira, Jorge Hereda disse que a Caixa viveu uma situação de crise, o que motivou a divulgação das informações erradas.
“É sabido, tem se falado muito que a Caixa mentiu na hora na hora que ele [José Urbano, vice-presidente de Habitação da Caixa] foi fazer a entrevista. No momento em que estamos vivendo uma crise, o único pensamento que a Caixa tinha era esclarecer as pessoas. Tivemos uma informação equivocada com relação à data que se abriu o sistema e isso gerou uma informação imprecisa da Caixa”, disse Hereda.
“Essa imprecisão só se justifica pelo momento que a gente estava vivendo, e eu peço desculpa a todos por essa manifestação da gente. Só quem viveu uma crise sabe é o que ter, naquele momento, todas as informações necessárias e ser preciso nas informações”, afirmou.
Em entrevista à imprensa nesta segunda-feira, Jorge Hereda disse que a Caixa viveu uma situação de crise, o que motivou a divulgação das informações erradas.
“É sabido, tem se falado muito que a Caixa mentiu na hora na hora que ele [José Urbano, vice-presidente de Habitação da Caixa] foi fazer a entrevista. No momento em que estamos vivendo uma crise, o único pensamento que a Caixa tinha era esclarecer as pessoas. Tivemos uma informação equivocada com relação à data que se abriu o sistema e isso gerou uma informação imprecisa da Caixa”, disse Hereda.
“Essa imprecisão só se justifica pelo momento que a gente estava vivendo, e eu peço desculpa a todos por essa manifestação da gente. Só quem viveu uma crise sabe é o que ter, naquele momento, todas as informações necessárias e ser preciso nas informações”, afirmou.
Jorge
Hereda negou que a antecipação dos pagamentos tenha contribuído para a
propagação dos boatos e disse que não houve “colapso” no sistema da Caixa. “Não
existe a possibilidade de o sistema da Caixa ter provocado uma coisa desse
tamanho”, disse.
O
presidente explicou que houve antecipação dos saques fora da data prevista no
calendário individual devido a alterações no Cadastro de Informações Sociais do
governo, sistema pelo qual são pagos diversos benefícios sociais, entre eles o
Bolsa Família.
Uma
atualização do sistema feita entre março e abril deste ano, de acordo com
Hereda, identificou 700 mil a 1 milhão de beneficiários portadores de mais de
um Número de Identificação Social (NIS).
Com a atualização, essas pessoas
passaram a ter apenas o número mais antigo do NIS, o que poderia gerar confusão
na hora do pagamento, segundo o presidente.
“Se esse
cidadão que teve seu NIS alterado chegasse no dia do pagamento dele e não
recebesse, ele não ia entender que ele estaria em outro dia. Para evitar que o
cidadão chegasse à Caixa e ficasse sem essa informação, nós abrimos o
pagamento”, justificou Hereda.
A decisão
de liberar o pagamento a partir do início da manhã de sexta-feira (17) foi
“operacional” e não passou pela diretoria do banco, segundo o presidente.
A
antecipação, porém, não foi informada aos beneficiários e ficou restrita à área
técnica da Caixa. O próprio vice-presidente de Habitação, quando prestou os
esclarecimentos iniciais, não sabia que os saques estavam liberados desde
sexta-feira.
“No meio
da crise, essa informação circulou com imprecisão dentro da Caixa. Essa não é
uma decisão que passa pela diretoria. É uma decisão específica de uma área da
Caixa que paga o Bolsa Família há dez ano. Essa área não pede autorização da
diretoria para fazer o seu trabalho”, disse Hereda.
À noite, o banco divulgou nota buscando esclarecer a mudança no cronograma normal de pagamentos. Leia a íntegra:
À noite, o banco divulgou nota buscando esclarecer a mudança no cronograma normal de pagamentos. Leia a íntegra:
NOTA DA
CAIXA
A Caixa
Econômica Federal afirma que não há qualquer relação entre a movimentação
verificada a partir das 13 horas de sábado (18), em alguns estados (13 estados
no total), e a flexibilização do saque do benefício do Bolsa Família fora da
data prevista no calendário de pagamentos do Programa. Ao contrário, o fato de
o calendário estar liberado evitou um problema maior caso as famílias não
tivessem acesso ao seu benefício.
Diante
dos acontecimentos do fim de semana, a preocupação do banco naquele momento era
transmitir segurança e tranquilidade aos beneficiários de que os pagamentos
estavam assegurados, além de evitar quaisquer outros fatos que provocassem o
surgimento de novos tumultos, principalmente em razão das consequências danosas
dos boatos. A partir de segunda-feira (20), o pagamento foi normalizado em
todos os estados.
A CAIXA
faz a gestão do programa Bolsa Família há dez anos. Em 2012, o banco realizou
156,1 milhões de pagamentos de benefícios do Programa, no valor de R$ 20,2
bilhões. No primeiro quadrimestre de 2013, foram pagos 52,2 milhões de
benefícios, no valor de R$ 7,6 bilhões.
Em março
deste ano, foi implantado o novo Cadastro de Informações Sociais, que conta com
cerca de 200 milhões de número de inscrições, com o objetivo de aprimorar o
sistema e controles.
Nesse
processo, aproximadamente 700 mil beneficiários tiveram seu NIS (Número de
Inscrição) unificado, fazendo com que aqueles que tivessem mais de um número de
inscrição passassem a ter apenas um, valendo o NIS mais antigo.
Para
garantir que esses beneficiários não estivessem impedidos de buscar os seus
benefícios nas datas que usualmente tinham por referência, considerando o
número que prevaleceu, foram adotas medidas operacionais de atendimento e
acompanhamento dos saques.
As
medidas adotadas visaram assegurar o pagamento aos beneficiários por meio
dos cartões que já possuem, garantindo a facilidade do acesso do benefício às
famílias. O comportamento das famílias observado ao longo de dez anos de
gestão do Programa é de busca do pagamento do benefício na data do calendário.
Assim,
foi implementada a flexibilização, provisória e temporária, para o início do
calendário da folha do mês de maio, tendo como determinante o comportamento
histórico da procura pelo saque dos benefícios e, principalmente, a premissa de
sempre e necessariamente assegurar o acesso ao Bolsa Família, já que o
Programa tem entre suas finalidades a transferência de renda para promoção do
alívio imediato da pobreza.
Considerando
que as condições de saque do programa são conhecidas pelos beneficiários,
inclusive quanto à validade de 90 dias das parcelas mensais do Programa e que
existe um comportamento habitual de procura mensal pelo benefício, no qual 20%
a 30% das famílias não buscam o benefício na data prevista, não houve
divulgação das medidas adotadas.
Tanto é
assim, que não houve alteração da quantidade histórica de pagamento. Na
sexta-feira (17), o volume de saques foi inclusive inferior ao mesmo período do
mês anterior, com um total de 649 mil saques. Em abril de 2013, foram
realizados 852 mil saques no primeiro dia do calendário. Portanto, os dados
atestam a normalidade dos pagamentos realizados durante toda a sexta-feira (17)
e também na manhã do sábado (18) em todos estados do país.
Somente
em torno das 13 horas do sábado (18) é que se verifica o início da anormalidade
de saques particularmente em alguns estados, quando também começaram a circular
notícias sobre os boatos em relação ao Bolsa Família. Os demais estados
mantiveram a normalidade dos pagamentos.
Os dados
reforçam que não foi a flexibilização dos pagamentos que causou corrida às
agências e canais de atendimento da CAIXA.
Para
garantir o acesso aos benefícios e a integridade física das pessoas, o banco
manteve o procedimento de disponibilizar os pagamentos durante o fim de semana,
independente da data prevista no calendário de pagamentos.
O banco
tem total interesse na apuração dos fatos e reafirma que aguarda as
investigações da Polícia Federal em relação a origem dos boatos.
FONTE: G1 – O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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