Vendedora denunciou prática de bullying contra a filha (ao fundo) em escola (Foto: Fernanda Zanetti/G1)
Laudo solicitado pela Secretaria da Educação para mãe da aluna (Foto: Fernanda Zanetti/G1)
Dias depois a mãe levou à escola um laudo assinado por um profissional da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde a garota é acompanhada. No laudo, o médico escreveu que a "paciente não apresenta contraindicação para atividades escolares, mas tem limitações temporárias para atividades físicas até o controle da pressão arterial".
Foco no bem-estar
Em nota da assessoria de imprensa, a Secretaria da Educação informou que as ações da direção tiveram como foco o bem-estar da estudante. "Como a aluna apresentava dificuldades no desenvolvimento de atividades físicas, a escola indicou que a mãe a encaminhasse para avaliação médica a fim de verificar as suas condições de saúde. A escola acatou a orientação médica, a adolescente não frequenta mais as aulas de educação física e a equipe gestora continua a acompanhar a estudante e sua família."
Mãe reclama que garota de 146 quilos é ofendida (Foto: Fernanda Zanetti/G1)
De acordo com a vendedora, o diretor da escola a orientou a retirar a garota da escola quando ela foi levar o laudo médico. "Antes tinha me reunido com o diretor e pedi para ele conversar com os alunos e fazer uma campanha de conscientização na escola para falar que existem pessoas magras, gordas, negras e brancas. No entanto, dias depois ela foi novamente ofendida", disse Cláudia.
Laudo assinado pelo médico que acompanha a estudante obesa (Foto: Fernanda Zanetti/G1)
Sobre o bullying, a Secretaria da Educação informou que a escola mantém, não apenas para este caso, ações de combate desenvolvidas com todos os alunos e orientações sobre respeito mútuo entre colegas. A pasta informou ainda que está prevista uma reunião com a mãe da estudante.
Cláudia contou que a filha toma corticoides desde os 4 anos porque sofre com bronquite. Ela relatou ainda que a menina sempre fez acompanhamento médico por causa do peso e que a estudante está na fila para fazer cirurgia bariátrica, porém o procedimento será autorizado apenas quando ela completar 16 anos. "Sou de família humilde e não tenho condições de pagar um tratamento caro para minha filha. Mensalmente faço o acompanhamento na Unicamp, mas nos 10 meses ela engordou 23 quilos. Tento segurar a alimentação e fazer tudo direitinho, mas não tem resultado", afirmou.
De acordo com a vendedora, a garota fez inúmeros exames para descobrir as causas da obesidade, mas até o momento não houve justificativa. "Sempre corri atrás e pelos meus filhos faço tudo, mas não sei mais a quem recorrer. O tratamento médico não está resolvendo e agora tem a questão do bullying na escola para atrapalhar mais ainda", desabafou.
Bullying é praticado na Escola Estadual Pedro Mello, na zona rural de Piracicaba (Foto: Fernanda Zanetti/G1)
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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