A escritora espanhola Ana María Matute (Foto: Divulgação)
A romancista Ana María Matute, um dos principais expoentes da
literatura do pós-guerra na Espanha, morreu aos 88 anos em Barcelona,
informou nesta quarta-feira (25) a editora Planeta.
Conhecida por obras como "Los soldados lloran de noche" ou "Olvidado
rey Gudú", Matute ganhou muitos prêmios, entre os quais se destaca o
Miguel de Cervantes, considerado o Nobel das letras hispânicas, em 2010.
"Sou feliz, enormemente feliz", declarou na época Matute, com um grande
sorriso que, ainda assim, não escondia o frágil estado de saúde que a
acompanhou em seus últimos anos de vida.
Nascida no dia 26 de julho de 1925 em Barcelona, Matute pertence a uma
geração de espanhóis cuja infância ficou marcada pela Guerra Civil
(1936-1939) e a juventude pela miséria e pela falta de liberdades do
pós-guerra sob a ditadura de Francisco Franco (1939-1975).
As dificuldades deste tempo deixaram marcas em sua produção literária,
que mostra um desejo de fuga e uma tentativa de se distanciar desta
realidade mediante elementos mágicos ou fazendo uso de um característico
olhar infantil ao escrever suas obras.
Narradora precoce, Matute escreveu e ilustrou aos quatro anos depois de
ficar à beira da morte por uma infecção renal. Desde então seguiu
dedicada à literatura e com 17 anos enviou à editora Destino seu
primeiro romance, "Pequeño teatro".
Além do Cervantes, a obra de Matute, tanto seus romances quanto seus
relatos curtos e contos infantis, foi reconhecida com muitos prêmios,
como o Planeta, em 1954, precisamente por "Pequeño teatro", o prêmio
Nacional de Literatura, o prêmio Nadal ou o prêmio Nacional de
Literatura Infantil e Juvenil.
Em 1998 ocupou o assento K da Real Academia Espanhola da Língua, na
qual havia ingressado dois anos antes e onde foi a terceira mulher a
entrar em 300 anos, depois da escritora Carmen Conde e da historiadora
Carmen Iglesias.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
Nenhum comentário:
Postar um comentário