RIO - Barbosa e negro, como o goleiro da Copa de 1950, o presidente
do Supremo Tribunal Federal tenta jogar o futebol na desimportância de
uma das opções de lazer do seu cotidiano. Às vésperas da Copa do Mundo, a
grande paixão nacional ganha o tempero do desencanto no olhar do
ex-craque amador (com o autoidentificado pendor da velocidade) Joaquim
Barbosa. Dois dias antes de anunciar sua aposentadoria, o titular do
maior posto do Judiciário brasileiro mudou de assunto, para falar ao
Globo a Mais de Copa e futebol.
Nossa relação com o esporte motivou um lamento, de que o país não invista mais na formação de craques em áreas mais nobres, como a ciência ou a tecnologia. Mas, paradoxalmente, o Mundial vai ser recebido com entusiasmo por ele, que verá Cristiano Ronaldo in loco, graças ao ingresso — comprado, registre-se — para Gana x Portugal, dia 26 de junho.
O ar sério, que os fatos da quinta-feira transformaram em indício da decisão de sair, pontilhou a entrevista de exatos 27 minutos, sobre os sacolejos pré-Copa, a relação dos brasileiros com o esporte e as reminiscências do ex-jogador de times da Gráfica do Senado e da Procuradoria da República. Joaquim, o atacante, gostava de cair pela esquerda, como Neymar, e chutava com os dois pés; Barbosa, o magistrado que virou astro pop, entrou de carrinho na relação que o Brasil se permitiu ter com a Fifa. A entidade dona da bola também apanhou, pela falta de transparência em seus negócios.
Na terça-feira do encontro, Brasília fervia com a manifestação que acabou em confronto de índios com a polícia, nas cercanias do Estádio Mané Garrincha, onde a seleção fará sua partida na Copa. Foi uma tarde de sorrisos escassos no imenso gabinete, diante da vista da Praça dos Três Poderes e do Palácio do Planalto. No eterno duelo com as torturantes dores na coluna, Joaquim Barbosa pediu que a entrevista fosse perto de sua mesa de trabalho. Ele pôde, assim, recostar-se no divã que lhe garante um pouco mais de conforto.
Na metade da conversa, o divã perdeu a parada, e o presidente do STF ficou de pé, debruçado na cadeira de sua mesa, posição semelhante à adotada no plenário. Numa troca de olhares com o chefe de gabinete Silvio Albuquerque, a agenda de autoridade se impôs, encerrando a entrevista — acabara de chegar o novo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Francisco Falcão, para um encontro protocolar. Ninguém sabia, mas seria um dos últimos de Joaquim Barbosa no cargo que o fez famoso Brasil afora.
A realização da Copa do Mundo é boa ou ruim para o Brasil?
Da maneira como ela se apresenta hoje, parece que vai ser bem ruim para a imagem do país, diante de tudo que está sendo noticiado. As pessoas responsáveis não se prepararam como deveriam para um evento desse porte.
A exposição intensa desses problemas, tanto aqui como no exterior, pode levar à formação de uma nova consciência, de cobrança por progressos tão necessários em nossa sociedade?
Pode levar a um nível mais elevado de exigência a autoridades e responsáveis. Porque veja bem, a Copa não é alvo de responsabilidade só dos governos. Há um número bem grande de pessoas encarregadas do evento fora do governo, e elas são corresponsáveis pela desorganização.
Qual sua expectativa em relação ao legado da Copa?
Ainda tenho esperança que vá ser uma grande festa, apesar de tudo que vem sendo relatado. Como festa, acredito que vá cumprir seu papel. Agora, em termos de organização, temos de aguardar...
A questão central dos protestos está nos gastos com o evento, que deveriam ser direcionados a demandas mais urgentes, como saúde e educação.
O grande problema nosso, como organização social, é não saber escolher prioridades. Investe-se muito em benefício de poucos. Joga-se o foco numa coisa e deixa-se outras ao deus-dará. E isso se repete agora na Copa do Mundo.
O senhor vai assistir a algum jogo no estádio?
Comprei ingresso para Gana x Portugal, aqui em Brasília. Mas verei o resto pela televisão, vou ver não só o Brasil, mas outras seleções, de uma maneira bem global. Vou acompanhar a imprensa estrangeira, para saber como estão as seleções e o que vai ser dito do torneio em si. Mas sou otimista — será uma festa boa. Viajei recentemente por alguns países e soube por nossos diplomatas que a procura para vir aqui está muito grande.
Qual é sua opinião sobre a Fifa?
Não é boa. É um órgão sem transparência. Acompanho pela imprensa estrangeira, sobretudo a europeia, e o que leio não é bom.
A Fifa teve uma atitude bem mais branda com França e Alemanha em relação ao comportamento demonstrado com África do Sul e Brasil. Isso mostra um perfil eurocêntrico dos seus dirigentes?
Não. Faltou um governo com a visão clara dos interesses nacionais, do orgulho e da honra do país. Só isso. Governo que tem consciência clara sobre as prioridades e o papel do país no contexto mundial sabe fazer as exigências corretas. Não se pode encarar a Copa como um favor, tem de haver uma contrapartida. Nós temos interesse em receber a Copa, mas tem de botar na balança os interesses dos dois lados.
O senhor é Barbosa e é negro, como o goleiro da Copa de 1950. Aquela derrota tem importância como formadora desse nosso amor pelo futebol?
Não. Acredito que aquilo serviu de lição para os brasileiros perderem a inocência. Naquele momento, nosso futebol estava num processo de evolução e não tomava certas cautelas. O mesmo que a gente vê mais recentemente com os times africanos. Perdemos aquela Copa por falta de maturidade. O Brasil tinha todas as vantagens ao seu lado e não soube se precaver para utilizá-las.
Quando aquela derrota fez 50 anos, Barbosa disse que era o único brasileiro condenado a uma pena perpétua, que não existe na nossa lei, pelo gol do Gigghia, o da vitória uruguaia. Ele foi vítima de uma injustiça?
Li essa declaração. Foi injusto, mas está superado hoje. Temos inúmeros goleiros negros, aceitos e valorizados pelos clubes. Tivemos um goleiro negro titular da seleção em Copa do Mundo (Dida). Assim como o Brasil de hoje não se compara com o país daquela época. As diferenças brutais na visão sobre as coisas se explicam por isso.
Elio Gaspari, colunista do GLOBO, escreveu, certa vez, que há países “onde as figuras históricas mais lembradas são um general (Bonaparte), um presidente (Washington) ou um tirano (Mao). O Brasil tem Pelé. São 180 milhões de pessoas incapazes de pensar que exista um Brasil sem ele.” Devemos nos orgulhar dessa nossa característica?
Acho que é uma simplificação. O Brasil é um país ainda em transformação. Eu não tenho 60 anos e conheci um país extremamente atrasado, rural, retrógrado, que não tem absolutamente nada a ver com o Brasil de hoje. E com certeza meus netos, daqui a 30 anos, vão conhecer um país muito mais moderno, dinâmico, em que o futebol será apenas um esporte a mais, ainda que adorado por todos.
A nossa relação com o futebol, intensa a ponto de fazer um jornal querer entrevistar o presidente do Supremo Tribunal Federal sobre o assunto, é uma virtude ou um defeito?
Acho que se dá um valor excessivo ao futebol no Brasil, embora eu mesmo acompanhe... Há coisas muito mais importantes, que deveríamos cuidar com muito mais seriedade. Deveríamos nos preocupar com nossas criações industriais e intelectuais, com as realizações por parte de brasileiros. Por que um país deste tamanho, com esta diversidade, até hoje não produziu escritores, criadores universais? Tem a ver com uma visão meio provinciana, que o Brasil precisa superar. Somos um país muito importante, economicamente temos um peso muito grande. O futebol tem de ser visto por nós como aquilo que ele é: um esporte. Não deve ser algo tão dramático.
O senhor, em algum momento, teve o sonho tão brasileiro de ser jogador?
Não, nunca. Achava que não dava futuro, sempre achei. Os jogadores daquela época não ganhavam dinheiro como os de hoje. Os craques daquela época, quando não são pobres, vivem em situação muito modesta.
Qual era sua posição?
Jogava na frente, caindo pela esquerda. O que hoje chamam de segundo atacante, mas sempre pela esquerda. Era muito rápido.
A posição do Neymar...
Isso. Mas com muita velocidade. Sou destro para o futebol, mas chutava com as duas, porque aprendi cedo, batendo bola na parede de casa.
Qual é, como torcedor, sua relação com o futebol?
Nos últimos 20 anos minha relação se transformou profundamente. Quando era muito jovem, não só gostava muito de jogar, como também de acompanhar, era torcedor fanático. Não ia muito a estádios, porque fui criado em Brasília. Nunca fez parte da cultura daqui. Mas acompanhava pelo rádio e depois pela TV até os anos 1980, quando passei por uma mudança radical.
Qual foi essa mudança?
Quando o Brasil perdeu a copa de 1986, constatei que estava perdendo muito tempo com aquilo, me irritando muito. Tinha outras prioridades, e cortei. Fiquei sete anos sem dar bola para o futebol. Boa parte desse tempo coincidiu com minha ida para a Europa, para fazer mestrado e doutorado. Naquela época, via um jogo ou outro, mas não me informava do que acontecia, nem lá nem aqui. Não sabia de nada.
Por que a decepção?
Pelas duas seleções, de 1982 e 1986. Dois grandes times e o melhor treinador que já vi. Os times do Telê Santana eram muito bonitos. O jogo era muito redondo.
E ele era uma pessoa muito preocupada com a ética em campo. Isso também era importante para o senhor?
Muito! Lembro do Telê, num programa de televisão, dar um sabão num jogador no ar. “O senhor é muito violento, precisa mudar seu estilo em campo!” (risos). Isso era importante, mas o que me chamava atenção era o estilo de jogar dos times dele.
Quando se deu a volta?
Fui voltando paulatinamente, ali por 1993, mas com uma relação diferente, de lazer. Tinha muito prazer de ver um bom jogo, reunido com os amigos, não necessariamente do meu time.
O Brasil vai ganhar a Copa?
Espero que sim, mas tenho lá minhas dúvidas.
E será importante para o país?
Não. Será apenas uma vitória esportiva. Claro que uma derrota me deixará triste, mas uma hora depois estarei fazendo outra coisa (risos).
Nossa relação com o esporte motivou um lamento, de que o país não invista mais na formação de craques em áreas mais nobres, como a ciência ou a tecnologia. Mas, paradoxalmente, o Mundial vai ser recebido com entusiasmo por ele, que verá Cristiano Ronaldo in loco, graças ao ingresso — comprado, registre-se — para Gana x Portugal, dia 26 de junho.
O ar sério, que os fatos da quinta-feira transformaram em indício da decisão de sair, pontilhou a entrevista de exatos 27 minutos, sobre os sacolejos pré-Copa, a relação dos brasileiros com o esporte e as reminiscências do ex-jogador de times da Gráfica do Senado e da Procuradoria da República. Joaquim, o atacante, gostava de cair pela esquerda, como Neymar, e chutava com os dois pés; Barbosa, o magistrado que virou astro pop, entrou de carrinho na relação que o Brasil se permitiu ter com a Fifa. A entidade dona da bola também apanhou, pela falta de transparência em seus negócios.
Na terça-feira do encontro, Brasília fervia com a manifestação que acabou em confronto de índios com a polícia, nas cercanias do Estádio Mané Garrincha, onde a seleção fará sua partida na Copa. Foi uma tarde de sorrisos escassos no imenso gabinete, diante da vista da Praça dos Três Poderes e do Palácio do Planalto. No eterno duelo com as torturantes dores na coluna, Joaquim Barbosa pediu que a entrevista fosse perto de sua mesa de trabalho. Ele pôde, assim, recostar-se no divã que lhe garante um pouco mais de conforto.
Na metade da conversa, o divã perdeu a parada, e o presidente do STF ficou de pé, debruçado na cadeira de sua mesa, posição semelhante à adotada no plenário. Numa troca de olhares com o chefe de gabinete Silvio Albuquerque, a agenda de autoridade se impôs, encerrando a entrevista — acabara de chegar o novo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Francisco Falcão, para um encontro protocolar. Ninguém sabia, mas seria um dos últimos de Joaquim Barbosa no cargo que o fez famoso Brasil afora.
A realização da Copa do Mundo é boa ou ruim para o Brasil?
Da maneira como ela se apresenta hoje, parece que vai ser bem ruim para a imagem do país, diante de tudo que está sendo noticiado. As pessoas responsáveis não se prepararam como deveriam para um evento desse porte.
A exposição intensa desses problemas, tanto aqui como no exterior, pode levar à formação de uma nova consciência, de cobrança por progressos tão necessários em nossa sociedade?
Pode levar a um nível mais elevado de exigência a autoridades e responsáveis. Porque veja bem, a Copa não é alvo de responsabilidade só dos governos. Há um número bem grande de pessoas encarregadas do evento fora do governo, e elas são corresponsáveis pela desorganização.
Qual sua expectativa em relação ao legado da Copa?
Ainda tenho esperança que vá ser uma grande festa, apesar de tudo que vem sendo relatado. Como festa, acredito que vá cumprir seu papel. Agora, em termos de organização, temos de aguardar...
A questão central dos protestos está nos gastos com o evento, que deveriam ser direcionados a demandas mais urgentes, como saúde e educação.
O grande problema nosso, como organização social, é não saber escolher prioridades. Investe-se muito em benefício de poucos. Joga-se o foco numa coisa e deixa-se outras ao deus-dará. E isso se repete agora na Copa do Mundo.
O senhor vai assistir a algum jogo no estádio?
Comprei ingresso para Gana x Portugal, aqui em Brasília. Mas verei o resto pela televisão, vou ver não só o Brasil, mas outras seleções, de uma maneira bem global. Vou acompanhar a imprensa estrangeira, para saber como estão as seleções e o que vai ser dito do torneio em si. Mas sou otimista — será uma festa boa. Viajei recentemente por alguns países e soube por nossos diplomatas que a procura para vir aqui está muito grande.
Qual é sua opinião sobre a Fifa?
Não é boa. É um órgão sem transparência. Acompanho pela imprensa estrangeira, sobretudo a europeia, e o que leio não é bom.
A Fifa teve uma atitude bem mais branda com França e Alemanha em relação ao comportamento demonstrado com África do Sul e Brasil. Isso mostra um perfil eurocêntrico dos seus dirigentes?
Não. Faltou um governo com a visão clara dos interesses nacionais, do orgulho e da honra do país. Só isso. Governo que tem consciência clara sobre as prioridades e o papel do país no contexto mundial sabe fazer as exigências corretas. Não se pode encarar a Copa como um favor, tem de haver uma contrapartida. Nós temos interesse em receber a Copa, mas tem de botar na balança os interesses dos dois lados.
O senhor é Barbosa e é negro, como o goleiro da Copa de 1950. Aquela derrota tem importância como formadora desse nosso amor pelo futebol?
Não. Acredito que aquilo serviu de lição para os brasileiros perderem a inocência. Naquele momento, nosso futebol estava num processo de evolução e não tomava certas cautelas. O mesmo que a gente vê mais recentemente com os times africanos. Perdemos aquela Copa por falta de maturidade. O Brasil tinha todas as vantagens ao seu lado e não soube se precaver para utilizá-las.
Quando aquela derrota fez 50 anos, Barbosa disse que era o único brasileiro condenado a uma pena perpétua, que não existe na nossa lei, pelo gol do Gigghia, o da vitória uruguaia. Ele foi vítima de uma injustiça?
Li essa declaração. Foi injusto, mas está superado hoje. Temos inúmeros goleiros negros, aceitos e valorizados pelos clubes. Tivemos um goleiro negro titular da seleção em Copa do Mundo (Dida). Assim como o Brasil de hoje não se compara com o país daquela época. As diferenças brutais na visão sobre as coisas se explicam por isso.
Elio Gaspari, colunista do GLOBO, escreveu, certa vez, que há países “onde as figuras históricas mais lembradas são um general (Bonaparte), um presidente (Washington) ou um tirano (Mao). O Brasil tem Pelé. São 180 milhões de pessoas incapazes de pensar que exista um Brasil sem ele.” Devemos nos orgulhar dessa nossa característica?
Acho que é uma simplificação. O Brasil é um país ainda em transformação. Eu não tenho 60 anos e conheci um país extremamente atrasado, rural, retrógrado, que não tem absolutamente nada a ver com o Brasil de hoje. E com certeza meus netos, daqui a 30 anos, vão conhecer um país muito mais moderno, dinâmico, em que o futebol será apenas um esporte a mais, ainda que adorado por todos.
A nossa relação com o futebol, intensa a ponto de fazer um jornal querer entrevistar o presidente do Supremo Tribunal Federal sobre o assunto, é uma virtude ou um defeito?
Acho que se dá um valor excessivo ao futebol no Brasil, embora eu mesmo acompanhe... Há coisas muito mais importantes, que deveríamos cuidar com muito mais seriedade. Deveríamos nos preocupar com nossas criações industriais e intelectuais, com as realizações por parte de brasileiros. Por que um país deste tamanho, com esta diversidade, até hoje não produziu escritores, criadores universais? Tem a ver com uma visão meio provinciana, que o Brasil precisa superar. Somos um país muito importante, economicamente temos um peso muito grande. O futebol tem de ser visto por nós como aquilo que ele é: um esporte. Não deve ser algo tão dramático.
O senhor, em algum momento, teve o sonho tão brasileiro de ser jogador?
Não, nunca. Achava que não dava futuro, sempre achei. Os jogadores daquela época não ganhavam dinheiro como os de hoje. Os craques daquela época, quando não são pobres, vivem em situação muito modesta.
Qual era sua posição?
Jogava na frente, caindo pela esquerda. O que hoje chamam de segundo atacante, mas sempre pela esquerda. Era muito rápido.
A posição do Neymar...
Isso. Mas com muita velocidade. Sou destro para o futebol, mas chutava com as duas, porque aprendi cedo, batendo bola na parede de casa.
Qual é, como torcedor, sua relação com o futebol?
Nos últimos 20 anos minha relação se transformou profundamente. Quando era muito jovem, não só gostava muito de jogar, como também de acompanhar, era torcedor fanático. Não ia muito a estádios, porque fui criado em Brasília. Nunca fez parte da cultura daqui. Mas acompanhava pelo rádio e depois pela TV até os anos 1980, quando passei por uma mudança radical.
Qual foi essa mudança?
Quando o Brasil perdeu a copa de 1986, constatei que estava perdendo muito tempo com aquilo, me irritando muito. Tinha outras prioridades, e cortei. Fiquei sete anos sem dar bola para o futebol. Boa parte desse tempo coincidiu com minha ida para a Europa, para fazer mestrado e doutorado. Naquela época, via um jogo ou outro, mas não me informava do que acontecia, nem lá nem aqui. Não sabia de nada.
Por que a decepção?
Pelas duas seleções, de 1982 e 1986. Dois grandes times e o melhor treinador que já vi. Os times do Telê Santana eram muito bonitos. O jogo era muito redondo.
E ele era uma pessoa muito preocupada com a ética em campo. Isso também era importante para o senhor?
Muito! Lembro do Telê, num programa de televisão, dar um sabão num jogador no ar. “O senhor é muito violento, precisa mudar seu estilo em campo!” (risos). Isso era importante, mas o que me chamava atenção era o estilo de jogar dos times dele.
Quando se deu a volta?
Fui voltando paulatinamente, ali por 1993, mas com uma relação diferente, de lazer. Tinha muito prazer de ver um bom jogo, reunido com os amigos, não necessariamente do meu time.
O Brasil vai ganhar a Copa?
Espero que sim, mas tenho lá minhas dúvidas.
E será importante para o país?
Não. Será apenas uma vitória esportiva. Claro que uma derrota me deixará triste, mas uma hora depois estarei fazendo outra coisa (risos).
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FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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