Há vida sem Cristiano Ronaldo no Real Madrid. Desfalcado de seu principal astro, que está machucado, os merengues venceram o Barcelona
por 2 a 1 no estádio Mestalla, em Valência, e conquistaram a Copa do
Rei pela 19ª vez. Bale atuou na função do português, não decepcionou e
foi o destaque da partida, fazendo o gol do título após uma longa
arrancada do meio de campo até a área. Em noite discreta, Neymar
acertou a trave aos 44 da segunda etapa. A perda da taça deixa o Barça
em situação dramática na temporada. Eliminado da Liga dos Campeões, o
time catalão tem apenas mais uma chance de título, o Campeonato
Espanhol. Faltando cinco rodadas para o fim, o Atlético lidera com
quatro pontos de vantagem sobre os culés, que também estão atrás do
arquirrival madrilenho.
Tata Martino insistiu em colocar
Neymar na ponta direita e Iniesta na esquerda, o que comprometeu a
atuação da equipe na maior parte dos 90 minutos. O brasileiro pouco
participava das ações, mas começou a aparecer quando foi deslocado para
seu posicionamento de origem no início do segundo tempo. Messi,
assim como na derrota do fim de semana para o Granada, teve atuação
apagada. Os problemas na defesa também pesaram para a derrota.
Mascherano jogou ao lado de Bartra, que se recuperou de lesão
recentemente e teve o aval do departamento médico para entrar em campo
somente nesta quarta, momentos antes do apito inicial.
Bale
comprovou que não foge da raia quando é acionado para ser a referência
do Real Madrid. Ao lado de CR7, o galês fez sete gols na temporada. Sem o
craque luso, são oito feitos. Foram dele as melhores oportunidades da
equipe de Carlo Ancelotti no clássico.
Bale comemora o gol que o coloca na galeria dos grandes personagens de 'El Clássico' (Foto: AP)
Bale
foi o primeiro jogador a se candidatar ao estrelato na partida. Na
ausência de CR7, todo o peso do sucesso do Real estava nas costas do
galês, que se movimentou bem, alternando o lado esquerdo e o centro do
ataque. O camisa 11 criou duas chances de gol nos seis minutos iniciais.
Na primeira, avançou pela esquerda e chutou perto da trave. Na segunda,
recebeu na área, driblou Mascherano, bateu colocado, mas a defesa
travou a tentativa.
Casillas comemora mais um título (Foto: AFP)
Por
causa dos maus resultados nas últimas semanas, o Barcelona estava mais
cauteloso do que de costume e jogava recuado. Até Neymar voltava para
ajudar na marcação. Quando os catalães finalmente se soltaram, deram
espaços generosos no meio de campo, e os merengues aproveitaram. Aos 10
minutos, Daniel Alves perdeu a bola no ataque, o time da capital avançou
com rapidez e encontrou Benzema posicionado na ponta esquerda. Com um
ótimo passe, o francês encontrou Di María livre. O argentino avançou até
a área, ficou no mano a mano com Alba, chutou cruzado sem muita força,
mas José Pinto aceitou. 1 a 0 para o Real.
A vantagem fez os
madrilenhos jogarem do jeito que Carlo Ancelotti gosta. As duas linhas
de quatro do meio e da defesa deixavam Messi e Fàbregas inativos e
isolados na faixa central do campo. Neymar e Iniesta recebiam as bolas
com maior facilidade nas pontas, mas como não tinham com quem jogar,
apelavam para os lançamentos para a área, o que, definitivamente, não é o
estilo do Barça. Mas não se pode subestimar um time com tantos craques
quanto os culés. Aos 41 minutos, Messi finalmente resolveu dar o ar da
graça. Iniesta fez grande jogada pela esquerda, driblando Pepe. Na
sequência, a bola sobrou para o camisa 10 arriscar seu primeiro chute da
entrada da área. A bola passou perto da trave.
Di Maria comemora o primeiro gol da partida(Foto: AP)
A
desorganização tática do Barcelona seguia evidente na segunda etapa.
Assim como na primeira parte da partida, Bale levou perigo ao gol rival,
aproveitando a fragilidade da defesa. O galês começou com uma bela
jogada, passando por todos que via pela frente e chutando da entrada da
área. A bola tirou tinta da trave. Do outro lado, Messi errava tudo.
Cobrou falta jogando a bola na arquibancada, deu passes errados... Nada
funcionava. Tata Martino demorou 15 minutos para perceber que,
novamente, havia escalado mal o time. Pedro entrou no lugar do
apagadíssimo Fàbregas. Neymar foi logo para seu lugar, a ponta esquerda,
e Iniesta voltou para o meio de campo.
Bartra, de cabeça, deixa tudo igual (Foto: AFP)
As
mudanças tiveram efeito imediato. Os catalães passaram a jogar muito
mais soltos, pressionaram e chegaram ao gol - ironicamente, de um modo
pelo qual a equipe não está acostumada. Aos 23 minutos, após cobrança de
escanteio, Bartra subiu sozinho e cabeceou para o fundo do gol, fazendo
algo que apenas Piqué parecia ser capaz no elenco culé. Era um outro
clássico. O Real Madrid se encolheu, o time azul e grená passou a ter o
duelo nas mãos, mas não aproveitou.
Em dois contra-ataques, os
merengues acertaram a trave e fizeram o da vitória. Modric, aos 35
minutos, chutou de longe e fez a bola parar no poste direito do goleiro.
Quatro minutos depois, o Real roubou a bola na defesa, e Bale correu
como uma flecha na ponta esquerda, deixando Bartra para trás, e chutou
entre as pernas do arqueiro do Barça. No último minuto, Neymar acertou a
trave, mas o dia era dos merengues.
Neymar reclama após discussão com Pepe (Foto: AFP)
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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