Filho foi apontado como único herdeiro; decisão foi contestada por viúva.
Ações de Los Hermanos e de ex-baterista contra cantor continuam abertas.
Chorão, do Charlie Brown Jr, que morreu no dia 6 de março de 2011 (Foto: Thiago Teixeira/Agência A Tarde)
Um ano após a morte de Chorão, processos na Justiça de São Paulo ainda
envolvem o nome do cantor do Charlie Brown Jr na disputa pela herança,
travada entre o filho e a viúva, e em antigas brigas com outros músicos.
Uma agressão de Chorão a Marcelo Camelo, dos Los Hermanos, em 2004, e supostos insultos a Pinguim, ex-baterista do Charlie Brown, em 2009, são temas de ações até hoje não finalizadas.
Entenda os casos Um ano após morte, Chorão é citado em disputas judiciais |
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Filho x viúva Alexandre e Graziela disputam herança do cantor, indica recurso divulgado pelo TJ-SP. As decisões publicadas até agora favoreceram ao filho. |
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Chorão x Los Hermanos Dez anos após agressão de Chorão a Camelo, desavença ainda não foi encerrada na Justiça. Chorão teve vitórias e hoje advogados cobram R$ 12 mil dos Los Hermanos. |
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Pinguim x Chorão Ex-baterista do Charlie Brown pede R$ 500 mil de danos morais de Chorão por show em 2009. Ele morreu dois dias após juiz marcar tentativa de acordo. |
Filho de Chorão, Alexandre, e viúva, Graziela (Foto:
Bruno Gutierrez/G1 e João Sal/Folhapress)
Bruno Gutierrez/G1 e João Sal/Folhapress)
Chorão foi encontrado morto no dia 6 de março de 2013, em seu apartamento na Zona Oeste de São Paulo. Exame do IML (Instituto Médico Legal) apontou overdose de cocaína.
Filho x viúva
O processo de inventário do cantor corre em segredo de Justiça. Um agravo de instrumento, recurso originado dessa ação, no entanto, teve informações divulgadas publicamente no Diário Oficial de São Paulo. O recurso indica uma disputa entre a viúva, Graziela Maria Xavier Gonçalves Abrão, e o filho do cantor com a primeira mulher, Alexandre Ferreira Lima Abrão.
O processo de inventário do cantor corre em segredo de Justiça. Um agravo de instrumento, recurso originado dessa ação, no entanto, teve informações divulgadas publicamente no Diário Oficial de São Paulo. O recurso indica uma disputa entre a viúva, Graziela Maria Xavier Gonçalves Abrão, e o filho do cantor com a primeira mulher, Alexandre Ferreira Lima Abrão.
No dia 29 de novembro de 2013, uma decisão registrada no Diário Oficial
mostra que Graziela contestou a indicação de Alexandre como herdeiro
único dos bens do pai. O desembargador negou o recurso de Graziela e
manteve apenas o filho como sucessor legítimo dos bens. A justificativa
foi de que Graziela e Chorão eram casados em separação de bens. O G1 procurou
Graziela para saber se ela ainda pretende reverter a situação, mas ela
não comentou o assunto. Alexandre também não quis falar sobre o tema.
Chorão x Los Hermanos
Dez anos depois que Chorão deu uma cabeçada no nariz e um soco no olho esquerdo de Marcelo Camelo, dos Los Hermanos, a desavença continua na Justiça, com algumas reviravoltas. Em julho de 2004, durante voo para Teresina, o líder do Charlie Brown Jr. reclamou de críticas dos Los Hermanos na imprensa. No aeroporto de Fortaleza, aconteceu a agressão a Camelo. Chorão alegou que também foi ameaçado e agredido.
Dez anos depois que Chorão deu uma cabeçada no nariz e um soco no olho esquerdo de Marcelo Camelo, dos Los Hermanos, a desavença continua na Justiça, com algumas reviravoltas. Em julho de 2004, durante voo para Teresina, o líder do Charlie Brown Jr. reclamou de críticas dos Los Hermanos na imprensa. No aeroporto de Fortaleza, aconteceu a agressão a Camelo. Chorão alegou que também foi ameaçado e agredido.
Marcelo Camelo em reportagem do 'Fantástico' em
2004 sobre briga com Chorão (Foto: Reprodução /TV Globo)
2004 sobre briga com Chorão (Foto: Reprodução /TV Globo)
Hoje, os advogados de Chorão cobram os músicos dos Los Hermanos pelo
pagamento dos custos de um processo sobre o caso, no qual o cantor teve
vitória antes de morrer, e que ainda está aberto.
Camelo e a banda entraram com pelo menos duas ações contra Chorão. A
primeira foi na Justiça do Rio, por danos morais e materiais. Camelo
pediu R$ 250 mil, mais R$ 7.560,76 de despesa médica. No segundo
processo, no Tribunal de Justiça de SP, a banda pediu R$ 43 mil para
compensar cachês perdidos de dois shows desmarcados por causa da
cirurgia.
Dez anos após agressão, os advogados de Chorão cobram R$ 12 mil dos Los Hermanos por derrota da banda na ação.
A acusação disse que a agressão causou “sério dano à imagem do autor
(...) cuja preocupação é passar para seu público, constituído na sua
maioria de jovens, uma mensagem de paz e harmonia". Para dar um exemplo
da "paz" de Camelo, foi citado no processo a letra da música "O
vencedor": 'Eu que já não sou assim / Muito de ganhar / Junto as mãos ao
meu redor / Faço o melhor que sou capaz / Só para viver em paz'".
A primeira decisão deu vitória ao autor de “O vencedor”, mas diminuiu a
indenização para R$ 10 mil, mais o custo do tratamento. Chorão recorreu
e teve dois triunfos: reduzir a pena para R$ 2,5 mil e metade das
despesas, e a declaração de culpa concorrente – ou seja, de que os dois
causaram a briga. A decisão foi do desembargador Bernardo Garcez. Chorão
pagou os cerca de R$ 6,3 mil reais em 2008, diz ao G1 o advogado que representou o líder do Charlie Brown Jr., Maurício Cury.
Advogados de Camelo alegaram que Garcez não deveria ter julgado a ação,
pois foi réu na época em caso parecido. Ele era acusado de acertar o
juiz Gabriel Zéfiro com os mesmos golpes do caso de Chorão: um soco e
uma cabeçada. A briga no Rio foi tema de matéria de abril de 2004, de "O
Globo", com título "Os pitboys do Judiciário". "É completamente
incabível que um julgador tenha como reação de um ato uma agressão
física, ser réu em uma ação indenizatória em virtude dessa agressão e
ainda assim julgar em grau de recurso caso semelhante", disse a parte de
Camelo. Mas a decisão foi mantida.
A decisão no Rio de que a briga foi causada pelos dois músicos, não só
por Chorão, ajudou o cantor do Charlie Brown Jr. a evitar a indenização
em SP. Além disso, a produtora dos Los Hermanos, Amor e Folia, teve
problemas para apresentar documentos como representante da banda. Com
isso, a indenização foi negada.
Até sua morte, Chorão tentava cobrar dos músicos da banda de Camelo os
honorários do processo, de R$ 7.171,92. Cury diz que o valor corrigido
chega a R$ 12.127,84, e ainda não foi pago – o dinheiro vai para o
escritório de advocacia. Procurados pelo G1, músicos dos Los Hermanos não comentaram o caso.
Pinguim x Chorão
André Ruas, o Pinguim, ex-Charlie Brown, no velório
de Champingnon (Foto: Ivair Vieira Jr/G1)
de Champingnon (Foto: Ivair Vieira Jr/G1)
No dia 4 de março de 2013, foi marcada para maio uma audiência de
conciliação para tentar resolver um processo de danos morais de R$ 500
mil, do baterista André Luís Ruas, o Pinguim, contra Chorão. O cantor
morreu dois dias depois. Com isso, o pedido de indenização continua
aberto.
Pinguim tocou no Charlie Brown Jr. entre 2005 e 2008. A ação por danos
morais foi aberta após um show em 2009, em que Chorão teria ofendido
Pinguim. Segundo a acusação, o cantor “teria proferido palavras de baixo
calão em razão de uma ação trabalhista ajuizada pelo autor, que alegou
ter sua honra ofendida e sua moral abalada. A declaração teria sido
gravada e amplamente divulgada em rede social.”.
Tentativa de acordo com ex-baterista em ação de R$ 500 mil foi marcada em 4 de março. Cantor morreu dois dias depois.
A ação trabalhista foi aberta em 2008. Ele pedia R$ 3,9 milhões por
considerar que tinha direitos de vínculo empregatício enquanto tocou na
banda. Ele alegava também "insalubridade" no trabalho, por shows com som
alto, que pode causar danos auditivos. O juiz considerou que não havia
vínculo de emprego e Pinguim perdeu a ação em 2010.
Procurado pelo G1, Pinguim não comentou a ação
trabalhista perdida nem o processo por danos morais, ainda aberto. Ele
apenas se limitou a declarar que "foi um momento ruim em nossas vidas,
quero só me lembrar dos momentos felizes e das coisas boas que fizemos".
Atualmente, ele toca na banda Conexão Baixada.
A ação de danos morais ainda está aberta em Santos (SP). Em um caso
como esse, em que o réu de uma ação por danos morais morre antes do
julgamento, a acusação pode pedir para reservar a parte de indenização
da herança. O valor fica congelado e, em caso de vitória no processo, é
liberado. Com a ação da herança em segredo de Justiça, não é possível
confirmar se o baterista pediu a reserva, explica ao G1 Silvia Vassilieff, advogada especializada em direito de família e sucessões.
A decisão mais recente sobre o caso divulgada pela Justiça, em novembro
de 2013, foi de “aguardar regularização da representação do espólio”,
que depende da disputa entre o filho e a viúva de Chorão.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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