quarta-feira, 5 de março de 2014

Ilha, Imperatriz e Tijuca contagiam a Sapucaí no 2º dia de desfiles no Rio

Seis escolas fecharam os desfiles do Grupo Especial nesta segunda-feira.
Sapucaí teve Zico, infância, Chico Mendes, Senna e poucos imprevistos.

Do G1, em São Paulo

O segundo e último dia de desfiles do Grupo Especial do Rio foi marcado por exibições empolgantes e bem executadas na Sapucaí. Seis escolas passaram pela avenida na noite de segunda-feira (3) e madrugada de terça (4): Mocidade Independente, União da Ilha, Vila Isabel, Imperatriz, Portela e Unidos da Tijuca. Com temas variados, as escolas cantaram sobre assuntos universais, como a infância, na União da Ilha, nacionais, como a pluraridade brasileira da Vila Isabel, e locais, como o Centro do Rio, enredo da Portela. Mas metade dos temas foram homenagens a personalidades: A Imperatriz trouxe Zico para a avenida e a Unidos da Tijuca lembrou os 20 anos da morte de Ayrton Senna. O carnavalesco Fernando Pinto foi a inspiração para a Mocidade.

Poucos imprevistos aconteceram durante a noite, mas nenhum afetou seriamente a evolução dos desfiles. Mesmo assim, o sentimento de algumas escolas foi de superação, depois que problemas ocorridos dias antes do carnaval pareciam arriscar o cancelamento das apresentações. Foi o caso da Mocidade, que viu o presidente Paulo Vianna renunciar em 5 de fevereiro, e da Vila Isabel, que ficou sem um grande número de fantasias porque elas não foram entregues a tempo.

Veja a seguir o resumo dos desfiles da segunda-feira:

Mocidade Independente de Padre Miguel

Com cinco títulos, sendo o último de 1996, a Mocidade decidiu homenagear o carnavalesco campeão pela escola em 1985, o já falecido pernambucano Fernando Pinto. A agremiação superou problemas sérios antes do carnaval, com a renúncia do presidente Paulo Vianna dias antes do desfile, e fez uma apresentação com muita criatividade e ousadia.

A comissão de frente trazia Xuxas e uma nave espacial como a que se via no programa da apresentadora, e pessoas da plateia foram escolhidas para embarcar no disco voador. Em determinado momento, os puxadores cantaram em ritmo de forró e, por volta de 20 minutos da apresentação, a bateria parou e deixou apenas os tamborins acompanhando o samba-enredo.

União da Ilha do Governador

O desfile da União da Ilha contagiou a Sapucaí com uma divertida viagem de volta à infância. A escola contou a história e os detalhes de inúmeros brinquedos e brincadeiras para crianças de todas as idades. Com muita criatividade, a agremiação surpreendia o público a cada nova ala, com alusões a jogos de tabuleiro, amarelinha, peões, pipas, petecas, legos, videogames, bonecas, soldadinhos, princesas, super-heróis, cubo mágico.

A escola deixou a avenida com a sensação de missão cumprida e um dos enredos mais originais. O samba contagiou a plateia. Um único problema técnico provocou apreensão, mas não atrapalhou o andamento do desfile: um telão gigante de uma das alegorias se inclinou para frente, levando consigo o destaque que estava em cima. O carro completou seu trajeto e o componente foi retirado na dispersão com o auxílio de guindastes e bombeiros, mas não se feriu.

Unidos de Vila Isabel

A Vila Isabel teve que se apresentar com fantasias incompletas, após atraso do ateliê contratado pela agremiação. Em outro imprevisto, um dos carros alegóricos passou "raspando" por uma torre. Setenta componentes do carro abre-alas da escola, que representou um navio negreiro, desfilaram só com os esplendores e as cabeças das fantasias.

Em 2013, a escola foi campeã falando sobre a vida no interior e no campo. O tema deste ano foi, de certo modo, pelo mesmo caminho (da roça). A Vila Isabel apresentou o "redescobrimento da terra e do povo brasileiro" e os “retratos de um Brasil plural”. Em 89 minutos, mostrou os contrastes das regiões do Brasil. A rainha de bateria Sabrina Sato, Thaila Ayala, Carla Prata e Quitéria Chagas foram as musas da escola.


A Imperatriz Leopoldinense apostou em um ídolo popular para contagiar as arquibancadas e tentar chegar ao nono título. Com a homenagem a Zico, ela ganhou logo o apoio do público e fez um desfile sem falhas. A infelicidade da agremiação foi entrar com um carro inteiro representando um pebolim, muito parecido com o que a União da Ilha mostrou no início da noite. Além disso, a ala das baianas com bolas na fantasia eram semelhantes às da escola anterior, Vila Isabel.

O desfile também teve ala com urubus, símbolos do Flamengo; outra com placas que formavam o escudo rubro-negro; e uma alegoria inteira dedicada ao time campeão de 1981, com Adílio, Cantarelli, Nunes, Júnior. A Marquês de Sapucaí parecia o Maracanã. Em meio a criativas alegorias, a bateria também ousava com belas paradinhas. A escola toda estava fez jus à grandeza do homenageado, que veio no último carro.

Portela

Enfrentando um jejum de 29 anos sem títulos, a Portela entrou na avenida determinada a voltar ao topo do Grupo Especial. Com um comprido desfile de 3.800 componentes, 41 alas, sete carros alegóricos e três tripés, a escola de Madureira empolgou o público ao cantar o passado, o presente e o futuro da cidade do Rio de Janeiro. Desde sua fundação até os momentos atuais, como o das manifestações, e pensando no que vem pela frente.

O mar que banha a cidade foi o fio condutor da narrativa, que começou com a fundação da cidade e passou pelas transformações políticas, culturais e até arquitetônicas do Centro, em especial a Avenida Rio Branco. A apresentação impressionou com o uso de elementos tecnológicos, como o voo de uma águia controlada remotamente por toda a Sapucaí, e os sistemas de iluminação, sonorização e articulação das alegorias.

Unidos da Tijuca

A Unidos da Tijuca fechou o carnaval no Rio em um desfile que começou às 4h20. Com o enredo "Acelera, Tijuca!", a escola lembrou os 20 anos da morte de Ayrton Senna. O carnavalesco Paulo Barros lançou um desafio na avenida: quem seria capaz de vencer o tricampeão da Fórmula 1?

A agremiação do Borel convocou personagens velozes para disputar uma corrida. Speed Racer, Ligeirinho, Papa Léguas, Sonic, The Flash, Penépole Charmosa e Dick Vigarista (do desenho "Corrida Maluca") "correram" com atletas, pilotos e invenções do homem, como o trem-bala e a internet.








FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO

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